Bom dia,

A força das corporações junto ao Estado brasileiro, nos três níveis de poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, é um dos maiores entraves para que possamos criar uma sociedade mais justa e moderna. Hoje vamos tratar da influência decisiva dos bancos na vida nacional, e da incapacidade do Estado e da sociedade brasileira de lidar com eles especialmente quanto aos juros escorchantes e imorais cobrados pela banca nacional e internacional das empresas e pessoas neste país, que apresenta uma das maiores desigualdades de renda dentre as outras nações. Essa concentração tem sido alimentada entre outras coisas pelos ganhos astronômicos do sistema financeiro/bancário, que concentra renda, diminui o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e, portanto, gera enorme desemprego, que hoje se abate sobre mais de 15 milhões de brasileiros e brasileiras.

Pois bem, uma das alegações para que os bancos cobrassem juros que superam a 500% ao ano, uma excrescência injustificável, era a de que com a taxa Selic (taxa de juros pagas para os detentores de títulos da dívida pública) muito alta, os bancos preferiam aplicar nesses títulos em vez de destinar dinheiro para empréstimos às empresas e às pessoas físicas. Como ofertavam menos crédito, os bancos forçavam o aumento dos juros. Baseado nessa hipótese, e para diminuir o custo de dívida pública, o atual governo decidiu reduzir a taxa Selic de 14,5% ao ano, para os atuais 6,5% ao ano, ou seja, uma redução de mais de 50%. Apesar disso, os juros cobrados pelos bancos a empresas e pessoas continuaram imoralmente altos.

Por conta dessa situação a nova vilã para os altos juros no Brasil passou a ser a população brasileira, deixando de ser vítima para se transformar em ré. Segundo os banqueiros e seus aliados no governo e no Congresso Nacional, os bancos cobram juros imorais porque levam muito cano da trambiqueira população tupiniquim, que empresta e não paga, por isso eleva o risco, e portanto, a taxa de juros. E para mais uma vez, empurrar com a barriga a solução de um problema que é estrutural, o governo pressiona o Congresso Nacional a aprovar o chamado Cadastro Positivo, que é uma imposição, e uma autorização para que os bancos tenham acesso aos dados dos clientes que pagam em dia suas obrigações, para que só concedam crédito a esses clientes.

Os bancos prometem reduzir a cobrança de juros em empréstimos aos clientes do Cadastro Positivo, como se eles já não tivessem acesso irrestrito aos órgãos de registram inadimplência, como por exemplo, o Serasa, SPC e o Cadin. Na verdade, é mais uma história, como diziam os antigos, para boi dormir. Na verdade, o que faz os juros serem muito altos no Brasil é a enorme concentração das atividades bancárias no Brasil, onde cinco grandes bancos concentram mais de 90% da oferta de crédito e da captação de depósitos. É um setor cartelizado, isto é, como são poucos, e que querem lucro máximo como toda empresa, eles na prática combinam a taxe de juros que querem.

A solução, portanto, é descartelizar o setor bancário no Brasil para aumentar a concorrência, e uma ideia, por exemplo, seria legalizar a agiotagem através do registro das empresas de agiotagem junto ao Banco Central e à Receita Federal, que pela concorrência, às claras, forçaria a queda dos juros cobrados. De sobra, essa legalização acabaria com a bandidagem muito comum entre eles, que às vezes matam ou são mortos na hora de cobrar seus créditos.

MARITACADo leitor Vicente Barreto, recebemos e registramos a seguinte mensagem: “Estão chamando nossas Maracanãs de maritacas e de Taparebas de Carajás. Já perdemos o nome de Paracaima para Pacaraima. Tem como fazer uma nota, para que não percamos nossos nomes regionais?”. Está feito o registro, aliás, Vicente, temos insistido daqui da Parabólica que essa falta de identidade enquanto povo é que propicia o aparecimento de tantos aventureiros por aqui, inclusive no meio político.

ESGOTADOEsta vai diretamente aos cabos eleitores ou mesmo simples eleitores que ajudam candidatos nas eleições em troca de uma promessa de emprego em caso de vitória. Dados em poder da Parabólica mostram com toda clareza que o governo estadual já atingiu os 49% da Receita Líquida com despesa de Pessoal. E ainda, faltam contratar uma enormidade de servidores efetivos para a educação, segurança pública e saúde. Como as perspectivas de aumento das receitas estaduais são modestas, não é bom acreditar na conversa fiada de que me ajuda que quando eu chegar lá vou te dar um emprego público. E não adianta dizer que vai demitir comissionados, pois demitidos não serão substituídos. Lei é Lei, e tem de ser cumprida. Aliás, seja quem for o governador ou governadora vai ter que assumir já demitindo muita gente para ajustar os gastos com Pessoal.

ENFRENTAMENTOSe você, caro leitor, der uma olhada no orçamento do Estado para o corrente ano de 2018 vai verificar que toda a arrecadação líquida do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não é suficiente para cobrir as despesas com os demais poderes. A arrecadação líquida do ICMS para 2018 mal passa dos R$ 600 milhões, enquanto a verba -repassada em 12 parcelas mensais-, destinada aos demais poderes chega aos R$ 750 milhões, em números redondos. Conclusão: seja quem for o governador, ou governadora, a partir de 1° de janeiro de 2019, terá de chamar para a mesa de negociação, que não será sem atrito, os chefes dos poderes e órgãos do Estado. É preciso negociar a repartição das verbas estaduais.