Bom dia,

Quando houve o desmoronamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), com o desmonte da principal experiência de socialismo real em larga escala que o mundo já conheceu, as esquerdas, de vários matizes, perderam o rumo por algum tempo. Na verdade, o sonho de uma sociedade sem a presença da propriedade privada dos meios de produção descambou com a experiência soviética num brutal capitalismo estatal gerador de privilégios e ineficiência econômica, construído através de brutal repressão que ceifou milhões de vidas humanas, de fome ou simplesmente assassinadas em nome do regime.

Depois desta fase de desencanto com a utopia do igualitarismo, as esquerdas do mundo inteiro começaram a abraçar algumas bandeiras, especialmente aquelas ligadas ao ambientalismo e aos direitos humanos, valores que se foram tornando universais sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU). Dentro desse sistema internacional de direitos humanos, que comporta um elenco muito grande de vertentes, situa-se a questão do desarmamento da população, que avançou muito no Brasil, a ponto do Estado brasileiro, empurrado pela mídia comprometida e pelas organizações não governamentais, ignorar solenemente os resultados de um plebiscito realizado em 2005.

Por isso toda esta barulhenta reação contra o decreto presidencial que flexibiliza a posse de armas no Brasil, assinado ontem, terça-feira (15.01), pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Desde que ele foi eleito, o aparato que luta pelo desarmamento da população começou a reagir para impedir o cumprimento de sua promessa de campanha. Não conseguiram. Afinal, qual o interesse dessa gente de impedir que o cidadão/cidadã de bem possua uma arma para sua defesa? Seria apenas por questões ideológicas?

IMBRÓGLIO

Ainda no governo Suely Campos (PP), a Comissão de Orçamento da Assembléia Legislativa do Estado (ALE) decidiu devolver para o Poder Executivo o Projeto de Lei da Lei Orçamentária Anual para 2019, a fim de que fosse destinada verba para cobrir as emendas dos parlamentares. Posteriormente, o interventor, Antonio Denarium, assinou um decreto, de discutível eficácia, revogando aquele projeto de lei. Fontes da coluna garantem que até ontem, terça-feira (15.01), a proposta da Lei Orçamentária Anual de 2019 não havia sido devolvida pela ALE ao governo estadual, que informalmente já começou a fazer modificação na proposta para encaminhá-la para a discussão dos parlamentares quando acabar o recesso.

NÃO PUBLICOU

Numa dessas coletivas realizadas pela equipe de intervenção, foi aventada por um dos interventores a possibilidade da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) divulgar a relação contendo os dez maiores devedores do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a principal fonte de recursos próprios do Estado. Na ocasião, muita gente duvidou que a ideia fosse à frente, afinal, as práticas do governo local sempre estiveram longe da transparência, sobretudo quando ela pode ferir interesses de gente muito poderosa. E, de fato, parece que a ideia já nasceu destinada a não se concretizar.

DIÁRIO OFICIAL

O governo do Estado voltou a publicar no Diário Oficial após passar mais alguns dias sem atualizações. Ontem, 15, saíram as publicações referentes aos dias 11 e 14 de janeiro, em que constam a extinção de duas secretarias extraordinárias: de Gabinete Institucional (Segabi) e de Política Internacional (Seepi). Ainda no Diário Oficial, o governo do Estado voltou a nomear servidores comissionados. Foram 194 na Secretaria de Educação; 25 na Comissão Permanente de Licitação; 34 na Secretaria de Saúde; 91 na Secretaria de Agricultura; 46 na Secretaria de Comunicação e mais quatro servidores no Departamento Estadual de Trânsito.

CÂMARA MUNICIPAL

Um fato curioso chamou a atenção dos presentes durante a posse do vereador Alan do Povão (PRB) na Câmara Municipal de Boa Vista: a composição da mesa de autoridades. A mesa foi composta pelo presidente da Casa, vereador Mauricélio Fernandes (MDB), o secretário de Planejamento, Marcos Jorge (PRB), o vice-governador, Frutuoso Lins (PTC), deputados estaduais e outros vereadores.

Ao lado de Frutuoso e sentada compondo a mesa de autoridades estava a esposa do vice-governador, a médica Cynthia Lins, servidora efetiva do Estado lotada na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). A médica ainda não foi nomeada para cargo de chefia no novo governo.

SALÁRIOS

Os sindicalistas voltaram a cobrar o pagamento dos salários dos mais de 500 trabalhadores da Companhia Energética de Roraima (Cerr), uma empresa que começou a acabar quando o falecido governador Anchieta Júnior aceitou aquela história marota de que ela seria federalizada se o governo estadual tomasse um empréstimo de R$ 600 milhões para saneá-la. Gastaram toda essa montanha de dinheiro e só afundaram mais a Cerr, que recebeu o tiro de misericórdia quanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cassou sua licença como geradora e distribuidora de energia elétrica para o interior de Roraima.

SOLUÇÃO

Mesmo sabendo que a falência e liquidação da Cerr era fato consumado, a ex-governadora Suely Campos (PP) não tomou a decisão de extingui-la, atravessando todo seu governo trocando farpas com os servidores, que com total razão cobravam salários atrasados que nunca eram pagos porque a empresa perdera totalmente suas fontes de receitas e não puderam ser supridas pelo anêmico Tesouro do Estado. Agora, parece que a história pode ser repetida. Pelo menos, até então, o novo governo não sinalizou com clareza o que pretende fazer com a Cerr e seus trabalhadores. Nos dois casos, nunca faltou nomeação de uma diretoria na sua integralidade.