Bom dia,

Quem vai fazer o chamamento? Ontem, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o deputado estadual Coronel Gerson Chagas (PRTB) disse que não vê saída para a diminuição da violência em Roraima – o estado ocupa o vergonhoso posto de mais violento do Brasil – sem a efetiva participação do governo federal. Com a experiência de ser oficial da Polícia Militar – da qual já foi comandante-geral – e de ter ocupado o cargo de secretário estadual de segurança, Chagas entende que a imigração desenfreada e a insuficiência absoluta de contingentes existentes em todas as corporações – Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros – tornam improvável a retirada de Roraima desse vergonhoso posto de líder em violência no país se o governo federal não criar um gabinete de gerenciamento de crise, com participação de todos os ministérios e com sede em Boa Vista. 

O deputado acredita que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ainda não foi informado em toda extensão do caos criado pela imigração desenfreada de venezuelanos para cá. Ao dizer que acredita na sinceridade de Bolsonaro quando ele diz ter um olhar diferenciado para as potencialidades de Roraima, Chagas sugere duas alternativas para que as informações corretas cheguem ao presidente. Uma dessas alternativas é a marcação de uma audiência no Palácio do Planalto, com a participação de todas as lideranças políticas e administrativas do estado, onde um porta-voz de Roraima faria uma exposição simples, mas completa, do caos vigente no estado. Ele lembra que algo parecido já foi feito e com resultados práticos.

A outra alternativa seria convencer Bolsonaro a fazer uma visita ao estado que ele diz tanto admirar. Aqui, o presidente poderia concentrar por algumas horas sua preocupação na tragédia que se abateu sobre Roraima por conta da imigração estrangeira, sobretudo venezuelana. Aqui também um porta-voz credenciado falaria em nome de todas as lideranças estaduais, também em narrativa densa e simplificada, mas com conteúdo suficiente para convencer Bolsonaro de que a imigração para Roraima é única em toda a história do Brasil e que, portanto, requer um tratamento diferenciado pela União Federal, a quem, afinal, compete cuidar do problema.

Chagas entende que a segunda alternativa é menos custosa, e possivelmente mais eficaz. Acontece, ainda segundo o deputado, que alguém tem de fazer o chamamento para que todos os que têm protagonismo político, administrativo, judiciário, empresarial, e enfim, todos os que possam se fazer ouvidos, consigam se despir das vaidades, entreveros políticos, interesses imediatos e intrigas menores, para se sentarem e discutirem um agenda/pauta de interesses imediatos e prioritários para que sejam discutidos com o governo federal.

E quem deveria exercer este papel? Para o deputado, o mais natural é que ele seja exercido pelo governador do Estado. O que implica que Antonio Denarium, que já tem formalmente o posto de maior liderança política do estado, tem igualmente que criar as condições políticas para exercê-la de fato. E conseguirá?

PRÓXIMO ANO 1

Embora não o tenha lançado oficialmente, o governo do estado lançou pelas redes sociais uma nova versão do Vale Alimentação, criado em 2002 pelo governo de Flamarion Portela, mantido e renomeado por todos os governos que o sucederam. O nome que o governo Antonio Denarium adotou para recriá-lo é Renda Cidadã. O valor do crédito vai ser de R$ 180 por beneficiário. Ainda sem data para o lançamento, a propaganda do governo deixa a entender que ainda este ano o benefício começará a ser pago.

PRÓXIMO ANO 2

Com a autoridade de quem criou o Vale Alimentação, o ex-governador Flamarion Portela – que atribui o relançamento do programa à ação popular que a ex-senadora Ângela Portela ingressou na Justiça para obrigar o atual governo a pagar as parcelas do antigo programa que estão atrasadas desde agosto de 2018 – disse à Parabólica que não acredita ser possível ao governo do estado começar a pagar os beneficiários do Renda Cidadão ainda no corrente ano. “É preciso que a verba para custeá-lo esteja inscrita no Plano Plurianual (PPA) 2020/2023 e na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020, que ainda não foram aprovadas pela Assembleia Legislativa do Estado (ALE)”.

ESTIAGEM

Há grande a preocupação de quem vive no, e do, campo pela estiagem que se prenuncia depois que o calor voltou com toda intensidade e com a ausência de chuvas nos últimos dias. No lavrado, especialmente, o capim e os arbustos secam a olhos vistos e tudo indica que dentro de dois meses, no máximo, começarão a surgir focos de incêndios no lavrado roraimense. Não custa nada a Defesa Civil e os órgãos ambientais começarem a tomar medidas acauteladoras para evitar que a tragédia que se prenuncia seja mitigada. Se nada for feito, com certeza Roraima vai arder de fogo na estação seca que se está iniciando.

PARDAIS 1

No começo do ano, o presidente Jair Bolsonaro garantiu que iria acabar com a indústria de multas no Brasil. O governo federal de Bolsonaro começou a cumprir a promessa quando mandou recolher os radares móveis utilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O governo também anunciou que não renovaria os contratos com as empresas que operavam os radares fixos nas rodovias federais.

PARDAIS 2

Parece que a orientação presidencial ainda não chegou ao Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) de Roraima. É que em vez de desativá-los, o DNIT-RR está substituindo os antigos modelos de radares fixos por versões mais modernas, o que pode ser constatado no trecho da BR-174, entre Boa Vista e Mucajaí. E não se sabe a que custo.