Parabólica

Parabolica 16 12 2014 405

Bom dia “A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam” – Nicolau Maquiavel IMPRESTÁVEL Desde ontem os deputados estaduais se debruçam para tentar definir a proposta do Orçamento para o ano de 2015 enviada à Assembleia Legislativa do Estado (ALE) pelo governador Chico Rodrigues (PSB). Todos os parlamentares que tiveram acesso à proposta afirmam que é imprestável. IMBRÓGLIOS São vários os nós que devem ser desatados para que o Orçamento de 2015 do Governo do Estado seja minimamente executado. O problema é que todo mundo tenta puxar a brasa para a sua sardinha. O Tribunal de Justiça, por exemplo, não arreda o pé de solicitar um acréscimo de R$19 milhões na proposta enviada pelo Executivo. Isso significa que, em termos percentuais, seria um crescimento proporcional de 13% em relação à verba destinada ao TJ  em 2014. O problema é saber de onde vai sair essa grana. NOMES Aos poucos, como já dissemos aqui, vão saindo os nomes que vão assumir o primeiro escalão do Governo de Roraima, a partir de janeiro. A coluna cita hoje mais dois deles: o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Alexandre Marques, vai ocupar a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau); o advogado Frederico Linhares deverá ser o novo secretário de Administração. NA PELE Uma autoridade do alto escalão de um órgão fiscalizador sentiu na pele o atendimento no setor público, neste final de semana, quando sofreu um acidente de trânsito. Ao chegar ao Pronto Socorro, não havia maca disponível. Os servidores conseguiram uma sem colchão. A pessoa precisava fazer uma tomografia, mas o equipamento estava quebrado. Então, decidiram que iriam levá-la para uma unidade conveniada com o Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto não havia ambulância. É mole? ESCÂNDALO Desde a quinta-feira passada, o Governo de Roraima vem sendo notícia em nível nacional sobre o escândalo da propina paga por uma empresa norte-americana, que já confessou o crime e foi punida nos Estados Unidos. No Brasil, será difícil que dê em algo de forma tão rápida, uma vez que ainda serão investigados os contratos firmados com os governos, com a finalidade de saber se houve algo errado no que foi pago e nos serviços executados.   CONTRATO Em Roraima, a Casa Militar e a Secretaria Estadual da Gestão Estratégica e Administração (Segad) no então governo Anchieta Junior (PSDB) assinaram contrato no valor de R$935 mil para 120 dias de vigência contratual para manutenção de aeronaves. No extrato publicado no Diário Oficial do Estado do dia 28.04.2011 não constam o tipo e a quantidade das aeronaves seguradas, pois trata-se de um contrato genérico e, segundo fontes, possivelmente com sobrepreço. DECLARAÇÃO A respeito das declarações dadas pelo ex-governador Anchieta Júnior à imprensa nacional, sobre esse novo escândalo, a Parabólica e muita gente não entenderam o que ele quis dizer ao declarar que “iria mandar apurar a denúncia”. Ou ele se esqueceu que não é mais governador desde abril deste ano, quando se desincompatibilizou? ALUGUEL Os servidores da Segad ainda não sabem onde irão ficar a partir da próxima semana, pois o contrato do aluguel do prédio onde aquele órgão está instalado, em uma faculdade particular, vence no dia 20 e já houve pedido para que o local seja desocupado. Desde abril deste ano a secretaria não paga o aluguel mensal de R$52 mil. Já houve ameaça de colocar cadeado na porta do prédio, caso a dívida não seja quitada. MINISTRO A entrevista que o ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, concedeu no domingo, ao Fantástico, parecia que estava falando sobre os corruptos de Roraima. Mas não especificamente. É que a corrupção se tornou endêmica no Brasil e avança sobre verbas públicas em quase todos os municípios, inclusive naqueles mais pobres, onde pequenos valores fazem muita diferença na saúde, educação e segurança pública. SEM SUSTO Depois de atuar por 12 anos investigando desvio de dinheiro público, Hage sentenciou: “Não me assusto com mais nada”. Ele pediu demissão do cargo e vai deixar o trabalho de uma década de investigações a esquemas, cartéis, quadrilhas e escândalos, a partir de quando criou um mapa de casos de desvio de dinheiro público no Brasil. Mesmo que ele não tenha falado sobre Roraima, as imagens mostram pontos no mapa do Estado de Roraima onde desvio de verbas foi ou está sendo investigado. ESPERANÇA O ministro acredita que o Brasil pode baixar o número de corrupção no país. “Hoje os corruptos já passaram a pensar duas vezes antes de praticar o ato ilícito. Começou a acabar a impunidade. Já tem gente indo para a cadeia. Na área administrativa, já expulsamos da administração federal mais de cinco mil servidores, diretores, dirigentes. No site da CGU tem mais de quatro mil empresas impedidas de contratar com o poder público ou suspensas temporariamente. E já tem mais de 2,5 mil Ongs impedidas de receber dinheiro de convênio, que era outro ralo por onde saía muito dinheiro”, disse. MALES Jorge Hage comentou que a corrupção causa males em todos os níveis e em todos os tamanhos. “Não importa que ela seja de bilhões ou que ela seja alguns milhares lá na ponta, em uma prefeitura onde nós costumamos fiscalizar”, afirmou. “(…) A corrupção mata. Mata porque impede que funcione o serviço de saúde, porque impede que funcione o equipamento no hospital lá da pequena cidade, porque tira merenda da boca das crianças. Essa pequena corrupção, nós também atuamos nela. Atuamos em todas as pontas dentro das possibilidades que temos”.