Bom dia,
A semana termina com claros sinais de que a sociedade brasileira está flagrantemente fraturada. Aliás, isso não de agora, com os petistas o governo tentava dividir os brasileiros e as brasileiras entre os “coxinhas” e o povo sofrido do bolsa família, protegidos pelos companheiros que ocupavam dezenas de milhares de cargos na estrutura burocrática do Estado brasileiro em seus três níveis. Agora, sob o governo Bolsonaro, a divisão obedece a critérios essencialmente ideológicos, onde os brasileiros e as brasileiras estão catalogados entre a direita que defende o governo, e os esquerdistas que querem derrubá-lo.
E aproveitando a emergência das redes sociais vem sendo travada uma guerra intensa entre eles. Defensores de Bolsonaro miram no PT, de Lula e Dilma, para dizer que eles quebraram o Brasil, quase o transformando numa grande Venezuela, vergado pela incompetência e a roubalheira institucional. Estão, nesse sentido, com muita razão, como se prova nas revelações da Lava Jato e pela recessão econômica do Brasil que já vai para seis anos consecutivos de crescimento negativo, ou irrisórias taxas, que pouco superam 1% ao ano.
E na verdade, esse olhar enviesado sobre a sociedade brasileira levou a uma fragorosa derrota da esquerda na eleição presidencial de 2018, e agora pode ser o grande obstáculo que o governo Bolsonaro deverá enfrentar para avançar com suas reformas, que pelo resultado eleitoral é a vontade da maioria do povo brasileiro. Mas, é preciso capacidade de unir os brasileiros, que de fato estão no limite do desalento, com tanto desemprego e desesperança. O presidente da República tem de ser ponto de união, e não de espalhamento.
ESGARÇANDO
E parece que o governo de Jair Bolsonaro não tem qualquer receio de esticar a corda. Um dia depois de enfrentar uma paralisação por conta do contingenciamento de verbas nas universidades e institutos federais – que esteve longe de ser pífia –, o governo decidiu publicar um decreto tirando quase que totalmente a autonomia dos reitores para nomear seus auxiliares diretos como vice-reitor, pró-reitores e diretores de centros. Alguns desses cargos serão nomeados diretamente pelo Palácio do Planalto e outros pelo Ministério da Educação. Quem vencerá este cabo de guerra.
REITORES
Essa nova regulamentação para a nomeação do segundo e terceiro escalões nas universidades federais é o prenúncio de que pouco vai valer a eleição para reitores pela comunidade acadêmica. Nas últimas décadas, virou norma o Ministério da Educação aceitar o resultado da eleição, nomeando o reitor e o vice-reitor mais votados. Faz algum tempo que vem sendo alimentado nos bastidores das universidades o boato de que o atual governo não dará muita bola para a votação. O principal critério a ser adotado daqui para frente deverá ser o ideológico.
SEGREDO
E quase ninguém do governo federal quer falar qual a situação da construção do Linhão de Tucuruí. Todo mundo parece estar pisando em ovos por conta do imbróglio ainda não desatado da consulta aos índios Wamiri-Atroari, conforme preconiza a Convenção 169/OIT. O presidente Jair Bolsonaro disse que no dia 15 de maio esta questão estaria resolvida, o que não ocorreu. Até porque o Plano Ambiental Básico (PAB) sequer foi entregue às lideranças indígenas para que seu conteúdo fosse informado às várias comunidades que ocupam aquela Terra Indígena.
AVALIAÇÃO
Nem tudo na Universidade Federal de Roraima (UFRR) é tristeza com o corte de verbas. O curso de Agronomia acaba de receber o conceito 5 – o maior possível – segundo avaliação do Ministério da Educação (MEC). Localizado no campus Cauamé, o curso de Agronomia oferece 52 vagas no processo vestibular anual da UFRR. A avaliação do MEC leva em consideração, dentre outras: o material didático disponível, número de professores com pós-graduação, insumos, equipamentos, materiais suficientes para o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa, além de serem suficientes em relação aos espaços físicos e número de vagas no curso.
ZEE
As últimas reportagem da Folha sobre a conclusão do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) de Roraima deixam a clara impressão que tão cedo isso não vai ocorrer. Existe uma decisão judicial que manda suspender todos os estudos até que todas as comunidades indígenas de Roraima sejam consultadas o que não vai ser fácil de fazer pela manifesta má vontade de algumas lideranças indígenas. E o governo do estado não recorreu daquela decisão de primeira instância da justiça federal local. É o aparato indigenista/ambientalista que não quer que seja feito nada que viabilize o desenvolvimento de Roraima.
SERÁ?
Fontes da Parabólica dizem que o Exército Brasileiro (EB) já analisa deixar a coordenação da Operação Acolhida de migrantes venezuelanos que continuam chegando aos milhares a Roraima. As fontes não informaram que razões existem para que o EB deixe de prestar esse serviço humanitário, que foi elogiado por todos quantos visitam Roraima. Especialista ouvido pela Parabólica dizem que, à princípio, não existe outra instituição com a estrutura e a experiência dos militares para realizar esse trabalho.
NA SURDINA
Ontem, durante todo o dia, chegaram à redação da Folha informes dando conta da realização de uma operação, no âmbito da polícia civil do estado, contra o pagamento irregular de plantões e gratificações a médicos do estado. A questão é que as informações decorrentes da operação estavam sendo dadas com exclusividade para um veículo de comunicação, com o objetivo de que o escândalo fosse revelado a nível nacional.Isso é Roraima.