Bom dia,
Quem ninguém se engane, a principal tarefa do próximo presidente da República Brasileira será controlar o apetite voraz das corporações que se empoderaram tanto que assumiram as funções do Estado na formulação e implementação das políticas públicas no Brasil. Exemplo mais recente foi o aumento salarial auto-concedido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), replicado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal. Esse aumento vai repercutir em toda a corporação de magistrados e outras ocupações assemelhadas, estendendo-se, por fim a quase toda a corporação dos servidores graduados do próprio judiciário, do Executivo e do Legislativo.
São bilhões de reais que sobrecarregarão ainda mais o já explosivo gasto público no Brasil. E tudo isso se faz num momento em que se pede que os brasileiros e as brasileiras façam algum sacrifício para enfrentar a crise em que foi metido o país. E isso parece ser muito típico da elite tupiniquim, que enterra as esperanças da população por maus governos, e depois exige desse mesmo povo que ele faça sacrifício para consertar os erros. E o preço dessa correção, é quase sempre muito alto e jogado nos ombros de quem não contribuiu para tal.
E não se pense que apenas a corporação de magistrados, e seus afins, agem sempre olhando para o próprio umbigo. É recente a briga comprada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) contra a corporação dos médicos. Todos ainda se lembram que a petista utilizou como estratégia, de curto prazo, para aumentar a assistência médica aos brasileiros e às brasileiras, a expansão da oferta de médicos através do programa “Mais Médicos”, fazendo uso inclusive da contratação massiva de profissionais cubanos. No médio prazo, a estratégia petista para aumentar a oferta de profissionais médicos no país foi a expansão de cursos de medicina em todo o país.
Utilizando como biombo a questão ideológica, o programa “Mais Médicos”, e especialmente a contratação de profissionais cubanos foi satinizada, e depois da retirada dos petistas do Palácio do Planalto, restou reduzido a arremedo do que era. E já no governo de Michel Temer (MDB) a corporação conseguiu fazer o Ministério da Educação proibir, pelos próximos 20 anos, a abertura de cursos de medicina em todo o país. Com isto foi pelo ralo a estratégia do governo petista de aumentar à oferta desses profissionais no Brasil. A alegação formal para isso é de que não faltam médicos no país e que os cursos de medicina já existentes pecam por má qualidade.
E não para por aí a força das corporações e uma das mais poderosas é dos banqueiros. Dados do não passado (2017) indicam que os brasileiros pagaram quase R$ 500 bilhões, sob a forma de juros aos bancos e financeiras do país. Esses bancos e financeiras cobram do cidadão brasileiro uma das maiores taxas de juros do mundo, e isso parece não ter solução. No atual governo, além da redução da SELIC (a taxa de juros que o governo paga aos detentores de títulos da dívida pública), os dirigentes do Ministério da Fazenda e do Banco Central, ficaram roucos de pedir aos banqueiros que reduzissem os outros, mas eles não o fizeram.
Os juros cobrados, e pagos, continuam produzindo fome e miséria no Brasil, impedindo o crescimento do emprego, e vitimam anualmente milhares de empresas brasileiras, sobretudo, as menores. E todos sabemos a receita para resolver isso: basta promover o aparecimento de mais bancos para aumentar a concorrência entre eles. Mas, isso não é feito porque eles dominam o Banco Central, que não cria incentivos para isso.
Esse enfrentamento, entre interesses corporativos e os legítimos anseios da população brasileira, vai ser necessariamente, cobrado dos futuros dirigentes do país. Sob pena de seguirmos como uma das sociedades mais desiguais do planeta.
MUDANÇA 1 O governo do estado anunciou ontem a demissão de mais um secretário estadual de Saúde. Ricardo de Queiroz Lopes, um auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE) estava havia muito pouco tempo no cargo. Tão logo a notícia circulou, apareceram versões que atribuíam a exoneração do secretário ao pronunciamento do presidente estadual do Progressistas, deputado federal Hiran Gonçalves, que pelas redes sociais discordou do pedido de impugnação do registro da candidatura do ex-governador Anchieta Júnior (PSDB), feito junto ao TRE-RR pelo advogado Frederico Leite. Ledo engano, Ricardo de Queiroz Lopes não foi indicado por Hiran Gonçalves – ele fez indicação de dois adjuntos-, e sim, por decisão pessoal da governadora Suely Campos. Leocádio Vasconcelos pode ir para a SESAU.
MUDANÇA 2 Outra mudança no secretariado anunciada, ontem pelo governo, foi no comando da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (SEED). Cristina Paim – que havia sido afastada do cargo por determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE)-, no cargo há menos de três meses, foi substituída por Edilaci Melânia Ferreira da Silva. Fontes da Parabólica dizem que a indicação da nova secretária da SEED foi do ex-deputado federal Luciano Castro (PR), que havia indicado também Cristina Paim.
MUDANÇA 3 Outra mudança feita, ontem, no primeiro escalão da governadora Suely Campos ocorreu na presidência do Instituto de Aposentadoria de Roraima (IPER). A advogada Ana Cândida Leite Lima assumiu a presidência da instituição no lugar de Leocádio Vasconcelos, que havia solicitado licença por 15 dias da função. Essa mudança reforça os boatos de que Vasconcelos estaria indo para o comando da SESAU.