Bom dia,No domingo, em entrevista concedida à Rádio Folha, o ex-senador Mozarildo Cavalcanti disse que tem se dedicado nos últimos meses a conversar com figuras expressivas do mundo empresarial e social do Estado. Ele sonda a possibilidade de que se possa encontrar um nome capaz de aglutinar forças além dos muros restritos dos políticos profissionais, que segundo o ex-senador comandam e se revezam há décadas no comando do Executivo estadual e municipal.

Mozarildo, um experiente político local, sem máculas em sua biografia, disse que os atuais grupos políticos hegemônicos no estado já tiverem esgotadas as possibilidades de oferecer soluções que possam tirar Roraima da famigerada economia do contracheque chapa branca. “Eles assumem um mandato já pensando em renová-lo quatro anos depois. Evitam medidas estruturantes por que elas demoram a surtir efeitos e quase sempre desagradam no curto prazo. E sendo assim, questões importantes como a solução do fornecimento de energia e uma política administrativa de longo prazo vão sendo colocadas de lado, em benefício do agradar grupos de interesses no curto prazo”, diz o ex-senador.RONDA 1Uma repórter da Folha decidiu realizar uma “ronda” pelas ruas e avenidas de alguns bairros de Boa Vista na madrugada de sábado passado, 15. Do ponto de vista da segurança pública, o que mais chamou a atenção da profissional foi a ausência de viaturas das forças policiais (Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal). A repórter pôde ver apenas uma viatura da PMRR estacionada na frente da residência particular da governadora e outra igualmente estacionada na frente do Centro de Referência ao Imigrante, no Pintolândia. Outra, da Guarda Municipal, também restava estacionada na Orla Taumanan.RONDA 2A repórter da Folha também presenciou, às escâncaras, motoristas dirigindo veículos em alta e perigosa velocidade. Um deles quase bateu na lateral do veículo que a profissional conduzia. E enquanto faltava policiais na rua, Boa Vista experimentava um dos finais de semana mais violentos dos últimos tempos. E tudo isso, no momento que a velha Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC) teve de aceitar de volta os comandantes do crime organizado em Roraima.COMIDAEsta veio de fonte muito bem informada, do interior da Polícia Militar. São policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), uma tropa de elite, criada e treinada para combater grandes crimes, que estão levando as “quentinhas” para entregá-las aos presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC). Tudo porque os agentes penitenciários se recusam a fazer a tarefa, preocupados com a precária segurança interna daquele estabelecimento penitenciário.QUEM MANDAEsse medo dos agentes penitenciários de adentrar no interior da PAMC é revelador do poder de mando dos chefes do crime organizado no esquema de segurança pública do Estado. E parece que a única solução, no olhar dos dirigentes do setor, é fazer mais contratação de funcionários – só para as Polícias Civil e Militar estão prevendo mais 600-, sem que seja apontada a fonte de onde sairá tanta grana para bancar o crescimento da folha de pagamento. Resta saber se é possível cavar ainda mais o poço, porque já estamos no fundo dele. ORDEM NA CASAUm leitor da Parabólica mandou e-mail para dizer que o aumento no número de mortes em Roraima coincide com o retorno dos chefes do crime organizado ao Estado. Nos últimos seis dias, a polícia registrou sete homicídios, fora duas tentativas de morte, uma contra um policial militar na porta da casa dele e outra contra um adolescente. O que se fala nos corredores dos presídios de Roraima é que eles estão colocando ordem na casa após os dois anos de ausência. Enquanto isso, todos esperamos a chegada da tal da “sensação de segurança” prometida por autoridades estaduais do setor. CUSTO Ao todo, os 40 deputados que votaram a favor de Michel Temer, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara Federal, tiveram liberados recursos de emendas que somaram R$ 134 milhões só no mês de junho. Ao todo, R$ 2 bilhões foram empenhados isso só no mês passado, para parlamentares de 27 partidos e bancadas estaduais. Só os parlamentares peemedebistas foram contemplados com R$ 284,2 milhões. As bancadas do Maranhão, Rio Grande do Norte e Roraima tiveram empenhados R$ 220,4 milhões. Essas bancadas contribuíram com seis votos a favor de Temer. Os números foram divulgados pela ONG Contas Brasil.NEGOUA presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz, negou conceder liberdade ao procurador da República Ângelo Goulart Vilela, preso há dois meses em um desdobramento na Operação Lava Jato. Ele foi acusado de receber valores em troca de ajuda à JBS nas investigações da Operação Greenfield, sobre irregularidades em fundos de pensão. A denúncia, que ainda não foi recebida pelo TRF-3, se baseia na delação do empresário Joesley Batista, que apontou que o grupo acertou pagamentos mensais de R$ 50 mil ao procurador. Segundo a ministra, é “deprimente e lamentável” que um procurador aceite suborno.BIOMETRIAA presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), desembargadora Tânia Vasconcelos, e o prefeito do Cantá Carlos Barbudo assinaram, ontem, um acordo de cooperação técnica e operacional para a realização da biometria eleitoral naquele município. O recadastramento biométrico no Cantá será realizado no período de 22 de agosto a 10 de setembro e é obrigatório para todos os eleitores. Também participaram do ato de assinatura do acordo, os vereadores e secretários municipais.