Bom dia,

Muita gente apostava, que eleito presidente da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) adotaria um discurso mais moderado, especialmente ao revelar suas intenções mais polêmicas. Ledo engano, o futuro presidente continua a dizer claramente o que pensa sobre algumas questões, e como pretende enfrentá-las. No caso de Roraima só esta semana o presidente fez duas declarações que devem ter deixado de orelha em pé e cabelos arrepiados o aparato ambientalista/indigenista que não aceita qualquer tentativa de fazer de um estado como outros da federação brasileira, com condições econômicas para sobreviver.

MAIS RICO

Numa primeira entrevista, o presidente eleito afirmou ter absoluta convicção de que Roraima é o estado mais rico do Brasil, e de que se ele fosse rei por aqui, transformaria a terra dos roraimenses num dos países mais ricos e modernos do mundo. Mesmo que ele já tenha dito isso anteriormente, essa reafirmação surpreende agradavelmente a todos que vivem, moram, e tiram seu sustento trabalhando fora do governo no estado. Bolsonaro deve ter tirado esta de convicção a partir de informações e dados, que seguramente não estão ao alcance do cidadão comum. E essa riqueza a que ele se refere deve ser especialmente a mineral existente, pelo menos no senso comum, no ideário que se faz do nosso subsolo.

RAPOSA/SERRA DO SOL

Outra declaração do presidente eleito foi sobre a Terra Indígena Raposa/Serra do Sol. Bolsonaro falou que esses grandes territórios – e não só o caso desta, mas de outras imensas reservas espalhadas pelo país –, hoje sequestrados de possível utilização econômica de seus recursos naturais, devem ser repensadas pelo Estado brasileiro, e que seu governo tem a intenção de tomar como prioridade essa questão. O presidente insiste em dizer que conversou com muitos índios, e a maioria deles almeja o progresso material como qualquer ser humano. Isso significa aproveitar os recursos que lhes são reservados como usufruto, em fonte de renda que lhes permita alcançar o padrão de riqueza que almejam.

HIDROELÉTRICA

No caso da Raposa/Serra do Sol, um desses recursos que dormitam sem gerar qualquer benefício aos índios que ali habitam é o potencial hídrico do rio Cotingo. Sem qualquer dúvida, estudos técnicos realizados ainda nos anos 80 do século passado indicam que o aproveitamento do potencial pode permitir a construção de uma hidroelétrica capaz de gerar 1.000.000KW, hoje cinco vezes maior que a demanda do estado. Os mesmos levantamentos mostram que o custo ambiental é desprezível, sem grande remanejamento de populações, e com o custo de implantação entre os menos do país. Estima-se que a operação da hidroelétrica do Cotingo poder gerar uma renda para os índios, proveniente de royalties, superior a cinco milhões de reais a cada mês.

AGRICULTURA

Ainda do potencial na Raposa/Serra do Sol não pode ser esquecido a imensa possibilidade de utilizar sua área e rios para produzir grãos irrigados, como acontecia antes da expulsão dos arrozeiros. Bem conduzida, com devidos cuidados ambientais, a cultura irrigada na Raposa/Serra do Sol poderia não só gerar renda e emprego, como realizar uma importante transferência de tecnologia aos próprios indígenas. Sem os grilhões ideológicos, essa é uma empreitada perfeitamente possível de ser realizada, em curto, e médio prazo.

TURISMO

É também visível o imenso potencial turístico da Raposa/Serra do Sol. Região de serras e cursos d’água de uma beleza cênica inigualável a possibilidade de explorar essas riquezas é inimaginável. Já existe na região uma estrada federal – projeto de autoria do ex-senador Mozarildo Cavalcanti –, cujo custo de asfaltamento resta bem menor que outras rodovias no país em função do material laterítico fartamente existente na região. Parte desta rodovia serve inclusive para a sede de uma futura hidroelétrica de Cotingo.

OUTROS

Além desse potencial acima referido, ainda há que se falar sobre a criação racional de peixe no lago que se formaria para acumular água que movimentaria as turbinas da hidroelétrica e da imensa riqueza mineral da região, que sem qualquer dúvida ainda é flagrantemente desconhecido. Sabe-se, no entanto, da existência histórica de exploração não racional de pelo menos ouro e diamante em toda aquela região.

DESENVOLVIMENTO

Uma pequena reflexão sobre o que escrevemos acima é suficiente para dar razão ao presidente eleito Jair Bolsonaro ao dizer que Roraima é o estado mais rico da federação brasileira. Se não for o mais rico, é pelo menos um dos mais. Se fossem realizados os esforços para integrar a Raposa/Serra do Sol, com benefícios assegurados às populações indígenas da região, ao desenvolvimento de Roraima, eles, por si só, já seriam suficientes para mudar a matriz econômica do estado.

ABUTRES

É claro, não é fácil remover as resistências que surgirão contra a intenção de Jair Bolsonaro de realizar seu, e nosso sonho, de ver Roraima desenvolvido. Elas são muitas, e vão desde o aparelhamento do Estado federal brasileiro por agentes do ambientalismo/indigenismo nacional e internacional, e por pressões de governos e instituições estrangeiras. Ah! Cabe ao povo de Roraima começar essa tarefa de varrer de vez do estado, os abutres que se nutrem da velha politicagem para continuar sugando as esperanças de quem os derrotou nas últimas eleições. Como urubus eles continuam tentando beliscar a última pelanca de uma terra que eles ajudaram a devastar.