Bom dia,

Apesar do novo governo instalado no Palácio do Planalto desde o dia 1º de janeiro, que veio com a promessa de reanimar a economia, os números relativos ao desempenho dos principais setores econômicos do País nestes dois primeiros meses do ano mostram o cenário desanimador. A economia brasileira continua patinando e seu crescimento pífio não tem sido capaz de reduzir o gigantesco desemprego que se abate sobre milhões de brasileiros e brasileiras.

Se o cenário nacional é desanimador, o estadual não é melhor. Noutro dia, os empresários donos de uma das maiores transportadoras de mercadorias até Boa Vista vierem às pressas à capital roraimense, assustados com a queda de 40% no movimento de mercadorias transportadas nos dois primeiros meses do ano. Todos andam preocupados com a falta de dinheiro circulando na praça boa-vistense. É preciso fazer alguma coisa, antes que a população comece a desacreditar dos governos nacional e estadual.

REAÇÃO Era previsível. Foi forte a reação de ambientalistas contra a decisão do governo federal, anunciada pelo deputado federal Édio Lopes (PR) em entrevista à Rádio Folha FM 100.3, de iniciar as tratativas para a construção de uma hidroelétrica no Bem-Querer, conjunto de cachoeiras do Rio Branco, que fica entre Boa Vista e Caracaraí. E isso é só o começo. Com certeza, virão manifestações mais barulhentas e argumentos tão bizarros como a certeza de que Boa Vista terá boa parte de sua área urbana inundada depois da construção da barragem. Falam sem entender bulhufas de topografia, hidrografia e dinâmica de águas. São palpiteiros de plantão, uns de muita boa-fé e muitos de má-fé a serviço do ambientalismo internacional.

SEM ÍNDIOS Na verdade, o aproveitamento das cachoeiras do complexo Bem-Querer é o único dos quantos existem em Roraima que não afetam superfície dentro de terras indígenas. A questão é tipicamente ambiental, não há componente indígena que possa impedir sua construção. É claro, a questão ambiental não pode ser descuidada e é preciso que a população seja mobilizada para exigir a realização de estudos aprofundados para minimizar o impacto sobre flora e fauna. E se for mesmo para valer a decisão do governo Bolsonaro, é quase certo que essa hidroelétrica do Bem-Querer vai, finalmente, sair do papel. Especialistas ouvidos pela Parabólica dizem que essa obra poderá gerar o dobro da demanda atual de energia do Estado de Roraima.

DONO Sem a mesma empolgação que a maioria de seus colegas de bancada -todos passaram a ideia de que a obra começaria ainda neste semestre – o deputado federal Édio Lopes disse que na reunião com os parlamentares roraimenses, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que se fosse dono do Brasil mandaria iniciar imediatamente a construção do Linhão de Tucuruí. “Acontece que sou apenas o presidente da República”, teria dito Bolsonaro. Ou seja, uma coisa é a vontade do presidente de resolver a questão do suprimento da energia elétrica para Roraima, só que para isso é preciso respeitar a legislação, no caso a famosa Convenção 169/OIT. E no caso específico, decisões judiciais já tomadas sobre o tema.

MUDANÇA O governador Antonio Denarium (PSL) nega que esteja pensando em fazer uma reformulação de seu secretariado. Até porque essas mudanças ocorrerão em decorrência da reforma administrativa que está sendo gestada internamente pelo governo. De qualquer forma, para um círculo mais restrito, Denarium reconhece que pelo menos um de seus secretários já pediu para sair do governo. Ele não revela o nome, mas fontes da Parabólica afirmam que o secretário que pediu o boné foi o da Agricultura e Abastecimento, o engenheiro agrônomo Renato Lopes, que alegou estar tendo dificuldade em conciliar sua função pública com as atividades empresariais.

SEM DATA Aliás, sobre a reforma administrativa, parece improvável que o governo do Estado venha encaminhá-la à Assembleia Legislativa do Estado (ALE) até o fim deste mês. Faltando pouco mais de dez dias para o fim do prazo prometido, ainda restam inúmeras questões a serem discutidas no âmbito do governo. Mais que isso, a resistência às mudanças tem sido maior do que a esperada pelo núcleo central do governo. Essa resistência começa pelo problema da coordenação da equipe envolvida pela elaboração dos estudos. Fontes da Parabólica dizem que até ameaças de pedido de demissão o governador teve de enfrentar por causa de disputa interna pela coordenação da reforma. Por conta disso, ainda não é possível imaginar uma data para que o Projeto de Lei seja encaminhado à ALE.

DOAÇÃO Como prometeu em campanha, o deputado federal Haroldo Cathedral (PSD) começa a partir deste mês a fazer a doação de seu salário a instituições benemerentes que funcionam em Roraima. Nesta primeira leva de beneficiadas, estão uma de Boa Vista (Associação Anjos da Luz) e outra que funciona em Rorainópolis (Instituição Mariazinha). Segundo o parlamentar, o critério de escolha foi a de necessidades mais urgentes. A Parabólica não teve acesso ao valor doado para cada instituição.

SAQUEANDO Enquanto o povo venezuelano continua passando fome ou fugindo para não viver na miséria, o ditador Nicolás Maduro e seus asseclas seguem saqueando as riquezas daquele país. A última foi transferir para um país africano, tomado por corrupção, oito toneladas de ouro fino que estavam depositados no Banco Central venezuelano. O mais revoltante dessa história é que quase duas toneladas do metal sumiram na transferência entre o Banco Central da Venezuela e o banco privado que o recebeu. E ninguém sabe qual o destino das duas toneladas desviadas. É o fim da picada.