Bom dia,

Entre o final dos anos 60 e final dos anos 70, do século passado, o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo ocidental. Chegamos a ser a oitava maior economia industrial do planeta, com crescimento anual que bateu muito perto de 12%. Esse crescimento exponencial, que fazia inveja a todos os demais países ocorreu especialmente durante o governo militar, se deveu especialmente aos maciços investimentos públicos feitos para gerar uma infraestrutura básica de apoio ao investimento privado. Por outro lado, os tecnoburocratas de então promoveram um audacioso programa de desburocratização do país, tarefa entregue, e desempenhada com sucesso, pelo economista Hélio Beltrão, de saudosa memória.

De lá para cá, o Estado brasileiro em todos os seus níveis – federal, estadual e municipal – vem se tornando um mostrengo, a cada dia burocrático a ponto de hoje, a economia brasileira apresentar uma das menores taxas de crescimento anual do mundo. Uma vergonha, que nos distancia cada dia mais do mundo desenvolvido e nos empurra para o rebotalho na constelação das nações. E o país segue empurrado para baixo devido à corrupção, ao inchamento do quadro de pessoal na administração pública, e ao crescente endividamento público que se aproxima, no caso da União Federal, a R$ 4 trilhões, consumindo dos impostos cerca de R$ 300 bilhões anuais só para o pagamento de juros.

Tudo isso tem sido fruto de sucessivas administrações populistas irresponsáveis desses últimos governos de coalizão baseada num fisiologismo que põe no mesmo barco, esquerdistas populistas e direitistas fisiológicos. Esse Estado inchado e aparelhado sob a influência corporativista e ambientalista tem de arranjar funções para justificar o exército de agentes públicos que custa bilhões de reais aos contribuintes, que ainda teimam em produzir no país.

Tente, por exemplo, caro leitor, começar qualquer negócio neste estado de Roraima. Qualquer um, desde o menor até o mais complexo. Prepare-se para enfrentar um pelotão de burocratas que envolvem entraves ambientais, sanitários e fiscais. São exigências das mais estapafúrdias que quase sempre exigem muito dinheiro, até para pagamento de propinas, o que leva quase sempre à desistência. E assim, continuamos uma economia dependente do contracheque chapa branca, com alguns poucos ainda resistindo ao peso desse Estado paquidérmico, caro e ineficiente.

ACREDITE 1Acredite se quiser. Noutro dia, uma senhora de 86 anos, vinha do município do Amajari para Boa Vista, pela BR-174, quando o carro que a transportava foi parado por fiscais sanitários. A velha senhora trazia no colo duas mangas maduras, para presentear um genro apreciador da fruta. Um dos fiscais disse que as duas frutas estavam apreendidas porque não poderiam entrar em Boa Vista. Revoltada, e sem compreender a razão de tamanho absurdo, a anciã teve a seguinte reação: “Vocês querem ficar com minhas mangas só porque elas são bonitas e gostosas. Mas, cuidado, quem comer elas vai ter disenteria”. Podia ser melhor?

ACREDITE 2Acredite se quiser. Um pequeno empresário rural decidiu tentar legalizar sua terra, do ponto de vista ambiental. Começou por solicitar junto ao órgão próprio a exigida outorga para utilizar a água de um poço tubular, já escavado há 15 anos, que tem em sua propriedade, e que serve para múltiplas finalidades: uso doméstico, irrigação de pequeno porte, fornecimento de água para animais e utilização para limpeza de instalações. Pois bem, lhe foi apresentado um tal de “checklist” que começava pela exigência de projetos técnicos, com ART, e também a contratação de engenheiro ou geólogo. Ah! Sim. Também lhe foi exigida a contratação de um Analista Ambiental. É mole?

NÃO VAINos corredores da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) chegou a circular entre os parlamentares e frequentadores do local, a informação de que o deputado estadual Joaquim Ruiz (PDT) seria indicado para ocupar a Secretaria Estadual de Educação. Fontes da Parabólica checaram a informação junto ao próprio Ruiz, que disse ter sido sondado por alguns colegas, mas descartou de imediato a ideia. “Eu só trocaria o Parlamento pela vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, pois tenho todos os pré-requisitos para o cargo. Com minha idade, eu ficaria no máximo cinco anos por lá, abrindo vaga depois para outro. Se não for assim, vou disputar a reeleição. Não sou um campeão de votos, mas tenho alguns eleitores e um trabalho para mostrar”, disse.

DESCONFIANÇASetores do governo estadual, que pedem para não ser identificados, veem com desconfiança a possibilidade de que a Ação Civil Pública, impetrada pelo estado de Roraima junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), seja encaminhada à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF), como propôs a ministra-relatora Rosa Weber. A razão da desconfiança é simples: a referida Câmara é composta apenas de procuradores da própria Advocacia Geral da União (AGU). Logo faltaria isonomia de forças entre o interesse da União, e o interesse específico do estão. “É como ir para o abatedouro, feito carneiro, sem berrar”, disse um advogado ouvido pela Parabólica.

IN LOCOE a governadora Suely Campos (PP) foi ontem à cidade de Pacaraima, fronteira com a Venezuela. O objetivo da viagem foi para verificar in loco como anda a entrada de venezuelanos na fronteira, e se as autoridades federais já tomaram alguma providência concreta para fazer a triagem dos migrantes. A governadora pode viajar a qualquer momento para Brasília, pois aguarda a confirmação de uma audiência com a ministra Rosa Weber.