Bom dia! A morte, ontem à tarde, do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, num acidente aéreo no Rio de Janeiro, quando a aeronave se preparava para pousar no aeroporto da cidade de Paraty, pegou todos os brasileiros de surpresa. Mais que isso, a perplexidade tomou conta de todos que acompanhavam o trabalho do ministro vitimado. Logo vieram as dúvidas sobre o futuro da Operação Lava Jato, afinal, ele era o relator de todos os processos apurados pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, que envolvem os acusados que desempenham mandatos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
A primeira sensação que se pode sentir com a morte do ministro Teori Zavascki é que, sem lugar a dúvida, ele era um dos brasileiros mais importantes na atual realidade brasileira, marcada por uma avalanche de denúncias de corrupção que tomou conta da administração federal. Uma avaliação preliminar sobre a composição dos membros do Supremo Tribunal Federal levará à triste constatação de que nenhum dos remanescentes membros do STF poderá substituí-lo quanto ao saber jurídico, a coragem de decidir, e especialmente a independência com que proferia suas decisões e votos.
Os brasileiros e as brasileiras ainda lembram que, nas conversas gravadas pelo ex-senador Sérgio Machado, quando falou com o senador Romero Jucá (PMDB), este disse em alto e bom som que Teori Zavascki era o único ministro que, pelo estilo e conduta, não dava abertura para, numa eventual mudança de governo, “estancar a sangria provocada pela Operação Lava Jato”.
Por este caminho, vem a inevitável pergunta: Com a morte de Teori Zavascki, está resolvida a questão? Os canalhas vão conseguir estancar a sangria provocada pela Lava Jato? Claro, a resposta a esta questão só o tempo dirá. Mas tudo indica que pelo menos os denunciados vão ganhar muito tempo, entre as discussões sobre a indicação do substituto do ministro falecido – que será feita pelo presidente Michel Temer (PMDB), ele próprio denunciado como recebedor de R$ 10 milhões da Odebrecht -, bem como pela decisão dos ministros do STF de indicar um novo relator dos processos da Lava Jato que tramitam na Suprema Corte.
Em resumo, a tal situação da maturidade das instituições democráticas brasileiras está posta à prova e, nesse aspecto, as primeiras apreensões depois da morte do ministro Teori Zavascki não recomendam muito otimismo. Basta perceber a enorme dificuldade que os ministros da Suprema Corte enfrentarão para escolher um substituto à altura da confiança inspirada pelo ministro falecido. De outra parte, é, aparentemente, incompreensível que um novo ministro do STF vai ser indicado por um presidente citado nas delações premiadas, que se faz acompanhar de muitos outros correligionários, que representam a escória da política nacional, e que vão ser julgados por um ministro nomeado por eles próprios. É o fim da picada.CONSTERNAÇÃOA ministra Cármem Lúcia, presidente do STF, publicou uma Nota Oficial sobre a morte de seu colega Teori Zavascki. Dentre outras coisas, diz: “A consternação tomou conta do Supremo Tribunal Federal, neste 19 de janeiro, com a notícia da morte de um dos mais brilhantes juízes que ajudaram a construir a história deste Tribunal e do País. O ministro Teori Zavascki representa um dos pontos altos na história da nossa Justiça. O seu trabalho permanecerá para sempre, e a sua presença e o seu exemplo ficarão como um rumo do qual não nos desviaremos, cientes de que as pessoas morrem, suas obras e seus exemplos, não”.TRILHAAinda na nota, a presidente da Suprema Corte diz uma coisa que pode servir de alento aos brasileiros e as brasileiras: “O sentimento de dor e de saudade servirá de permanente lembrança para os compromissos que marcaram a vida do ministro, uma responsabilidade nossa, a fim de perseverarmos, também em sua homenagem, na mesma trilha”.ATENTOO setor responsável pela publicação do Diário da Justiça Eletrônico deu uma demonstração de que está atento e disposto a corrigir eventuais falhas naquela publicação oficial do Tribunal de Justiça do Estado. Ontem, no mesmo dia da veiculação de uma nota aqui, na Parabólica, dando conta de que o nome do ex-desembargador Gursen De Miranda ainda constava no expediente daquela publicação, os responsáveis providenciaram sua retirada.MUDANÇAFontes da Parabólica informam que o Tribunal de Justiça já começou a fazer a mudança de algumas unidades do setor administrativo para um prédio na Avenida Ene Garcez, ao lado do Complexo Ayrton Senna. Comprado por R$ 14,5 milhões, o prédio, com 9.289 m², vai abrigar quase toda a parte administrativa do TJRR. Está em reforma desde o final 2014, com custo de R$ 7 milhões. FERIADÃOLá estamos nós para o segundo feriadão do ano. Para a alegria dos que ganham bem, mesmo sem trabalhar, e o desespero daqueles que têm de trabalhar muito para ganhar pouco. E pergunte aos milhares que terão mais um prolongado final de semana qual a razão do dia 20 de janeiro ser feriado no Município de Boa Vista? E ninguém faz nada para acabar com essa farra, num país e num estado que estão na mais profunda crise econômica e moral de sua história.