Boa noite,
Os brasileiros e as brasileiras precisam se acostumar com esse clima de brigas entre os que admiram e apoiam o governo de Jair Bolsonaro (PSL), e os que lhe fazem oposição acirrada. A Nação brasileira está com fratura exposta, assim demonstraram os números da eleição. O presidente venceu porque teve a maioria dos votos (58 milhões em números redondos), mas seu adversário, Fernando Haddad (PT), obteve expressiva votação de 46 milhões de votos (também em números redondos). Esses números indicam que houve uma nítida preferência da população pela proposta liberal e de mudanças de costumes vocalizada por Jair Bolsonaro e que uma parcela também votou por um viés de esquerda populista e estatizante.
Existir um governo legitimado pela maioria, mas com o contraponto de uma oposição, é normal nos sistemas democráticos. O que está acontecendo atualmente no Brasil é que, depois de muitos anos, a relação entre governo e oposição é marcadamente ideológica, por isso os debates ganham dimensão emocional e até mesmo condutas irracionais. Os defensores de Bolsonaro não enxergam erros no governo, enquanto seus opositores se recusam a buscar um mínimo de consenso para o País avançar. Em suma, o atual governo quer reformas profundas do Estado, enquanto agência de formulação e implementação de políticas públicas. A oposição esquerdista tenta evitar recuos nas políticas do Estado brasileiro alcançadas desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, mas consolidadas nos governos petistas.
REFORMAS
Na imprensa tem sido divulgada razoável informação sobre a reforma da Previdência e as leis propostas por Sérgio Moro para combater a violência que se instalou no Brasil. Bastaram essas duas para elevar o tom emocional, e nada racional, das posições prós e contras. Infelizmente, dois outros problemas cruciais que afetam o futuro do Brasil não têm sido objeto de preocupações tanto do governo quanto da oposição. O primeiro desses problemas é a grave desindustrialização do País, que destrói empregos de qualidade e torna o País ainda mais dependente da exportação de commodities. Ainda somos uma economia primário-exportadora, enquanto o mundo desenvolvido já trabalha na indústria 4.0.
RENTISMO
Em 2017, os lucros dos quatro maiores bancos brasileiros foram equivalentes a 55% dos lucros das mil maiores empresas não financeiras do País. Isso torna o Brasil um paraíso para o rentismo – ganhos através do capital financeiro-, que concentra muito a renda e gera muito pouco emprego, especialmente nesses tempos de altíssimo desenvolvimento de tecnologia poupadora de mão de obra neste setor. O Brasil precisa discutir isso com a máxima urgência, caso não queiramos continuar marcando passo como um País de um futuro que nunca chega.
FIGURADO 1
Uma nota publicada aqui na Parabólica, na edição de ontem, terça-feira (19.02), mereceu uma mensagem da ex-governadora Suely Campos (PP). Ela se disse ofendida pela utilização da expressão “abriu as pernas” para ilustrar as facilidades com que sua administração tratou a reivindicação dos servidores públicos. É claro que a expressão quando referida a uma mulher, pode ser considerada grosseira e de mau gosto, mas com toda pureza d’alma longe dos redatores da Parabólica tentarem atingir a honra da ex-governadora, uma mulher respeitável e admirada como esposa fiel, mãe e avó de incontestável dedicação à sua família.
FIGURADO 2
Na verdade, o abrir as pernas está em sentido figurado, significando facilidades. A expressão pode ser utilizada, por exemplo, para descrever um gol sofrido por um goleiro que “engoliu um frango”, abrindo as pernas propiciando que a bola passasse entre elas. Reiteramos, mais uma vez, o profundo respeito e admiração que a Parabólica e seus redatores devotam à pessoa humana da mulher Suely Campos. Se a ex-governadora se sentiu ofendida pela expressão, nossas sinceras desculpas.
OPOSIÇÃO
Não é bom copiar estilos e erros mesmo que eles venham de cima. Ontem, por ocasião da abertura do ano legislativo, na Assembleia Legislativa do Estado, uma autoridade influente na atual administração estadual disse a uma profissional da Folha que o jornal estava fazendo oposição ao governo Antonio Denarium (PSL). Nossos leitores sabem que essa avaliação é um profundo equívoco. O que um órgão comprometido com seus leitores faz é estar absolutamente fiel aos fatos, mesmo que isso venha significar incompreensão de eventuais ocupantes do poder. Em qualquer nível.
NÃO PAGOU
A Roraima Energia S.A. teria de pagar até o dia 10 de fevereiro cerca de R$ 304 milhões relativos aos bens da Companhia Energética de Roraima (Cerr) incorporados à Boa Vista Energia S.A., adquirida em leilão ano passado. Como o pagamento não foi realizado, a diretoria da Cerr notificou a Roraima Energia a cumprir com aquela obrigação financeira, mas segundo fontes da Parabólica até hoje não obteve resposta.
GOVERNADOR
A mesma fonte da Parabólica informa que a diretoria da Roraima Energia, apesar de não ter respondido formalmente a cobrança da Cerr, procurou diretamente o governo estadual para tratar de uma possível repactuação daquela dívida. Através do antigo interventor na Secretaria Estadual da Fazenda, general Eduardo Pazuello – ele deixou o cargo no último dia 15.02-, os diretores da nova concessionária que distribui energia elétrica para todo o Estado pediram mais um prazo para negociar o pagamento da Cerr. E foram atendidos.