Bom dia!Se fosse necessário elaborar um fluxograma sobre os entraves que devem ser removidos para que Roraima encontre os caminhos do desenvolvimento, a tarefa não seria tão difícil assim. E aqui vai uma sugestão: definir a questão do Parque Nacional Lavrado (isso permitiria começar o processo confiável de regularização fundiária);aprovação do Zoneamento Ecológico-Econômico (facilitaria as licenças ambientais para produzir);concluir a construção do Linhão de Tucuruí (o que viabilizaria o custo da produção agropecuária e industrial); e equacionar a questão da logística (condição indispensável para o escoamento da produção).
Qualquer observador percebe que a solução de todos esses entraves passa pela vontade política do Governo Federal. E o Governo Federal, como em qualquer País, age sob a influência e pressão de vários fatores econômicos, sociais e políticos. No caso de Roraima, é visível a forte resistência de organizações não governamentais, ambientalistas e indigenistas contra qualquer medida facilitadora do desenvolvimento estadual. Elas são organizadas, têm dinheiro e militância e estão fortemente aparelhando várias repartições federais que atuam no Estado.
Do ponto de vista social, nossa escassa população de 500 mil habitantes é muito pequena para sensibilizar o Governo Federal via pressão popular. Não é preciso lembrar aqui, que na recente vinda a Roraima – a primeira desde sua posse no Planalto -, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que “Roraima era a capital mais distante de Brasília”. Somos, no máximo, e é preciso reconhecer isso, uma réstia de prioridade na agenda do Governo Federal.
Resta a possibilidade de buscar uma ação mais consistente de nossa bancada de parlamentares estaduais e federais. A Assembleia Legislativa dá hoje uma demonstração de que o caminho é este, ao abrigar uma reunião do Parlamento Amazônico, com a presença de mais de 70 parlamentares da região amazônica para discutir os mais graves problemas enfrentados por Roraima. Traz para o encontro, representantes do Governo Federal e o jornalista Lorenzo Carrasco, respeitado especialista em América Latina e crítico arguto da ação das ONGs contra nosso desenvolvimento. Tomara que não fique só nisso.COMO DISSEMOSQuando a Assembleia Legislativa do Estado divulgou as primeiras informações dando conta da vinda do presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), João Pedro Gonçalves da Costa, para a 1ªreunião do Parlamento Amazônico. Daqui da coluna, dissemos que sua vinda era improvável, uma vez que todo presidente daquela instituição é monitorado pelas ONGs e que estas não têm nenhuma vontade de resolver os problemas de Roraima, pelo contrário. Não deu outra. Ontem, o gabinete de João Pedro informou à ALE que, devido a compromissos assumidos por ele no Rio de Janeiro, suspendera sua viagem ao Estado. É mole?DESMATAMENTOSegundo dados do Governo Federal, o desmatamento na Amazônia caiu 15% no período de agosto de 2013 a junho de 2014, Roraima vai no sentido contrário. Teve 29% de aumento. Culpar a imigração é uma grande mentira, o índice de imigrantes tem caído gradativamente nos últimos anos.METEOROLOGIA ISegundo os meteorologistas de plantão nas biroscas da cidade, o inverno tá findando, logo vamos ter que enfrentar um verão de rachar o coco. O que faz lembrar o quanto esse inverno, mesmo fraco, expôs velhas e esquecidas deficiências na cidade que só podem ser sentidas nesse período. Como exemplo, posso citar a lagoa chamada Avenida Capitão Júlio Bezerra que se forma a cada chuva, próximo do centro da cidade.METEOROLOGIA IIEsta é de um pai indignado: “Se no Centro uma chuvinha causa tal estrago, como deve ficar a periferia de Boa Vista? Fica um caos total. E são problemas que perduram porque só aparecem no inverno. Quando recebem alguma atenção é algum reparo paliativo; como aquela brita que jogaram em frente à escola Maria das Dores Brasil para minimizar o transtorno dos alunos, que tinham que encarar o lamaçal pra entrar na escola todos os dias”.PARLAMENTOQuando eram do lado do Governo, os deputados estaduais, que hoje compõem o G14, não convocavam secretários das pastas mais problemáticas, por assim dizer, para prestar esclarecimentos de suas ações na Assembleia Legislativa. Agora, que são ditos independentes, os parlamentares estaduais se apressaram em montar comissões especiais externas para acompanhar contratos e protocolaram nesta semana um pedido de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar indícios de irregularidades encontradas em licitações da Secretaria de Saúde neste ano. O que mudou?PROGRESSÕESEm seu perfil em uma rede social, o ex-governador Anchieta Júnior (PSDB) postou um vídeo que mostra que seu partido “prioriza a Educação”. “Pagamos as progressões dos professores que estavam atrasadas há mais de 14 anos”, diz num trecho. Porém, não é isso que dizem os professores estaduais em greve há dez dias. Quem está com a razão?so que dizem os professores estaduais em greve há dez dias. Quem está com a razão?