Bom dia,

Um empresário que visitou a redação da Folha, ontem, disse que acordou lembrando aquela velha canção, que diz: “Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”. Ele se referia às constantes operações policiais para apurar malfeitos praticados com dinheiro público. “Eu vejo essas ações sob dois ângulos. Primeiro entendo que elas sejam necessárias, e de alguma forma fazem renascer em todos nós a esperança de que a redução dos desvios de dinheiro público possa resultar num futuro melhor para todos nós. De outro lado, ao ter consciência de tantas falcatruas, sinto desânimo e desesperança ao saber o quanto nossa classe de políticos e de dirigentes públicos está decadente e apodrecida. Chego a ter vergonha de morar num estado entregue, aparentemente, à dominação de bandidos”.      

OTÁRIO

A informação foi dada à Parabólica por uma fonte influente e de credibilidade. A narrativa diz que duas autoridades, de poderes diferentes, encontraram-se casualmente esta semana no aeroporto internacional de Brasília. Um deles foi ao encontro do outro para dizer que uma iniciativa contra a administração dele não fora de sua responsabilidade. “A culpa foi da minha chefe de gabinete que protocolou o documento sem minha autorização”. Ato contínuo, o interpelado disse em tom audível para os circunstantes: “Olha bem para minha cara e vê se tem escrito a palavra ‘otário’, na minha testa”. Ato contínuo, deu de costas e saiu andando. 

AINDA NÃO

Até ontem à tarde, Marcelo Lopes, cotado para ser nomeado hoje para comandar a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), ainda não havia pedido exoneração do cargo de superintendente-geral da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Pelo menos é o que se soube do acordo firmado entre o governador do estado Antonio Denarium e os deputados estaduais, por conta das negociações para a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2020. Daqui da Parabólica, já dissemos que havia grande probabilidade do governador Denarium voltar atrás e não mexer no comando da Sesau, entregue hoje à advogada Cecília Lorezom.

ALTERNATIVA

Fontes da Parabólica bem situadas nos bastidores das conversas entre o Palácio Senador Hélio Campos (sede do Executivo) e o Palácio Antônio Martins (sede do Legislativo) garantem que frente à dificuldade do governador Denarium, de exonerar a advogada Cecília Lorezom, já se fala abertamente na alternativa de nomeação de Marcelo Lopes para diretor-presidente do Departamento Estatual de Trânsito (Detran). Em que pese o bom conceito do atual gestor do Detran, Igor Gomes Brasil, junto ao governador Denarium, ele estaria no cargo por indicação do deputado federal Antônio Nicolleti, que anda muito afastado do governo, inclusive fazendo críticas abertas a muitas decisões do governador.

DITO E FEITO

Bem que o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Leandro Almeida, avisou, durante entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, do último domingo. Ontem, via redes sociais, um alentado dossiê contendo denúncias contra, pelo menos, quatro delegados, circulou às escâncaras. “É nitroglicerina pura”, como diria o ex-presidente da República Collor de Mello. Com direito a fotografias e muito detalhes, as denúncias envolvem venda ilegal de pedras preciosas e grilagem de terras públicas com a utilização de “laranjas”. A divulgação do dossiê tem interesse muito certo: chamar a atenção da Polícia Federal. Não dá para esquecer aquilo que foi divulgado. No mínimo é preciso esclarecer muita coisa.

DESPROPORÇÃO

De uma leitora assídua da Parabólica, recebemos e decidimos divulgar: “Hoje fui tomada de indignação ao ler que a Câmara de Vereadores de Boa Vista (PMBV) aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) do município para 2020. Vi que o total de receitas para 2020 é de pouco mais de R$ 1,3 bilhão para bancar todas as despesas da Câmara e da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV). Por intuição fiquei a imaginar a desproporção entre esses recursos e aqueles destinados para fazer a Operação Acolhida, dos imigrantes venezuelanos, que em um ano recebeu quase meio bilhão. É desproporcional. Afinal, como já foi divulgado pela imprensa, a Operação Acolhida atinge menos de 20% – em números absolutos algo em torno de sete mil pessoas – da população de imigrantes, enquanto a PMBV tem de atender as demandas sociais de cerca de 400.000 habitantes”. 

RÁPIDAS

Na quinta-feira (19.12) as atenções do mundo político roraimense estiveram divididas entre a operação da Polícia Federal para apurar pretensos desvios na Secretária Estadual da Saúde cometidos entre 2017 e março/2019, e também do barulho provocado pela divulgação de dossiês contra delegados da Polícia Civil. ### Se bandidos decidem assaltar a residência de um deputado federal, inclusive com torturas praticadas contra reféns, dá para dizer que a segurança pública em Roraima está melhorando? ### Por falar nisso, a entrevista com um diretor do Instituto de Previdência de Roraima (IPERR) deixou claro que houve sim aumento no salário dos delegados de polícia, para os da ativa e os inativos. No caso dos últimos, quem paga a conta são todos os servidores que contribuem para a instituição. ### Por falar nisso, seria interessante saber quantos desses delegados aposentados ainda vivem em Roraima. Os que ficam, pelo menos gastam o que recebem por aqui mesmo o que recebem e contribuem para fazer rodar a economia local. Quem vai embora leva essa grana para outras plagas. ### Afinal, já existe uma bolsa de apostas sobre o número de operações da Polícia Federal que ocorrerão até o final de 2019. Tem gente dizendo que a maior delas ainda está por vir, antes da virada do ano. ### Que bom poder terminar hoje dizendo que a grande maioria dos economistas diz que o Brasil está vendendo a crise econômica. Quem duvidar disso deveria observar muita gente comprando neste Natal. Até segunda-feira.