Parabolica 21 07 2015 1229

Bom dia!“Se as cidades forem destruídas e os campos forem conservados, as cidades ressurgirão, mas se queimarem os campos e conservarem as cidades, estas não sobreviverão” – Benjamin FranklinBOMBEIRODiante do rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), com o governo Dilma Rousselff (PT), o senador Romero Jucá tentou ser o bombeiro para aplacar as chamas de rebeldia dentro do PMDB. Ele disse que não seria a hora de romper com a base aliada. “Esse é um momento muito delicado para a gente jogar gasolina na fogueira”, afirmou Jucá. Traduzindo: é preciso esperar ainda os desdobramentos da Operação Lava Jato antes de sair “chutando o pau da barraca”, justamente agora quando a investigação chegou aos parlamentares. COALIZÃO Outro fato: o PMDB fez uma aliança com o PT, em um governo de coalizão, por isso não pode agora simplesmente dizer que não tem nada a ver com isso e cair fora. Nem mesmo o maior aliado de Cunha no Congresso, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), o apoiou. Em outra ponta, PDT e PP mantiveram apoio ao governo, embora achando que a situação de Dilma deve piorar. A verdade é que todos estão entre a cruz e a espada. Se correr, o bicho pega, se ficar… AVALIAÇÃOEm período de recesso, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Jalser Renier (PSDC), avaliou como positivo o primeiro semestre desta legislatura e com uma postura “mais independente” em relação às ações do Executivo estadual. Nesse período, foram apresentadas 97 indicações, com pedidos de reformas de escolas, instituição de políticas públicas para tratamento e prevenção de dependentes químicos, entre outras. APROVAÇÃOAlém disso, foram 15 projetos de leis de autoria de deputados aprovados pela Casa, enquanto outros 13 tramitam nas comissões, bem como 15 propostas de moções referentes a várias situações. Jalser Renier também destacou a promoção de audiências públicas, com destaque para os eventos que debateram o diagnóstico do quadro atual da dependência química e o enfrentamento ao abuso, exploração sexual e tráfico de crianças e adolescentes em Roraima.FISCALIZAÇÃOMas há um “porém” que não foi explicado por deputados que se intitularam “independentes” e que iniciaram a legislatura prometendo ações fiscalizadoras à atual do governo Suely Campos (PP). Passaram-se seis meses, e as comissões especiais criadas para fiscalizar os setores da saúde e do sistema prisional do Governo de Roraima não apresentaram nenhum resultado de seus trabalhos. Pelo menos a imprensa não ficou sabendo de nada até agora.  SEM RESPOSTAA impressão que ficou é que os deputados se apressaram em divulgar ações fiscalizadoras, diante da decretação de situação de emergência na saúde e no sistema prisional, mas efetivamente não deram resposta à opinião pública sobre o que apuraram. Só para se ter uma ideia, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) chegou inclusive a fazer busca e apreensão na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), porém sequer um relatório sobre aquela pasta foi apresentado pelos deputados.ATENDIMENTOUm dos redatores da Parabólica sentiu na pele o que é o atendimento do Sistema Nacional do Emprego (Sine) na Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), quando foi tirar uma nova Carteira do Trabalho e Previdência Social (CTPS), na manhã desta segunda-feira. O desafio começa na chegada, quando as pessoas são obrigadas a ficar na frente do prédio da Setrabes, sentadas na calçada ou em pé, mesmo que o portão de acesso esteja aberto e existam cadeiras lá dentro, no corredor, onde poderiam esperar de forma menos desconfortável.ESPERADepois é o horário do atendimento ao público. O início do serviço está marcado para as 7h30, mas a maioria dos servidores só começa a chegar depois desse horário, obrigando que as pessoas esperem para o atendimento começar somente às 8h. Ontem, além dessa espera pelo início dos trabalhos, os usuários do sistema foram informados que “não havia sistema”. Quem vai tirar CTPS é avisado que o documento só é emitido em 15 dias. Ou seja, o trabalhador que precisar desse documento de forma urgente vai enfrentar mais transtornos.FRAGILIZADOA conclusão disso é que se trata de um tratamento inadequado, principalmente para quem está desempregado e busca uma colocação no mercado de trabalho, portanto já fragilizado pela sua situação, tendo que se submeter a uma espera na calçada e, depois, ainda meia hora de demora além do horário marcado para o início do atendimento. No caso do sistema “fora do ar”, os servidores relataram que o problema é na central do Sine, em Brasília. É mole?CONFIRMAA operação da Polícia Federal, realizada na noite de quarta-feira da semana passada, nada mais foi do que a confirmação do que a Parabólica tratou aqui. Se mulheres estão sendo aliciadas na Guiana e Venezuela para serem exploradas em prostíbulos (disfarçados em “casas de show”) em Boa Vista, é porque existe a facilidade de se atravessar as fronteiras em Roraima. E o caminho inverso também ocorre: muitas brasileiras, de Roraima e Amazonas, são enviadas para os países vizinhos desde longas datas.