Bom dia,
Os esquerdistas, ambientalistas e outros alternativos do gênero dirão que os shoppings representam símbolos e templos do capitalismo selvagem e do consumismo desenfreado. De qualquer forma, é bom olhar o movimento nos dois estabelecimentos desse gênero que se instalaram em Boa Vista nos últimos quatro anos. Os frequentadores dos dois têm perfis bastante distintos, sendo um deles frequentado por gente de classe média, e o outro por pessoas das demais classes baixa renda, embora não seja difícil encontrar ambos os consumidores pelos corredores e lojas deles.
Ontem, quarta-feira, um dos nossos redatores resolveu montar um ponto de observação num desses shoppings, no começo da noite, com um olhar sobre o que esses centros comerciais modificam no comportamento das pessoas. Viu, por exemplo, muita gente humilde transitando pelos corredores, sentada nas praças de alimentação ou no interior das lojas. Uma característica comum a quase todas essas pessoas é um aparente esforço para parecerem elegantes, mesmo que vestidas com simplicidade. Durante uma hora de observação, nosso redator não viu qualquer pessoa malvestida, ou com comportamento fora da urbanidade. Afora os milhares de empregos que geram, os shoppings estimulam as pessoas a serem elegantes e educadas. Isso é um avanço.
Esses dois shoppings vieram para Boa Vista graças à decisão do ex-prefeito Iradilson Sampaio de trazer para nossa Capital uma Área de Livre Comércio (ALC). Decisão que não foi fácil de ser colocada em prática tanto foram os entraves, burocráticos e políticos, que tiveram de ser removidos. Sem dúvida alguma, a criação da Área de Livre Comércio de Boa Vista foi a única medida de natureza econômica de governo que trouxe benefícios a longo prazo para a economia roraimense. Pena que a mentalidade dos eleitores e dos formadores de opinião no Estado seja tão retrógada que prefere obras de fachadas do que medidas capazes de gerar emprego e renda para a população. De fato, não está muito distante da verdade o velho adágio que diz: “cada povo tem o governo que merece”.
ESCÁRNIOEssa é a única expressão que encontramos para qualificar a visita que uma conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social, fez à Boa Vista esta semana. Glícia Salmeron disse que as crianças, filhas de migrantes venezuelanos, estão tendo seus direitos violados, e atribui essas violações às condições subumanas com que são tratadas nos abrigos e ruas de Boa Vista. Ora, isso é visível, e não precisamos que alguém gaste dinheiro com passagem e diárias para nos dizer isso. O melhor seria o Governo Federal encarar com seriedade o caos que a imigração está provocando no Estado, e mandar recursos para dar aos migrantes um tratamento humano e respeitoso.
IGREJAFontes da Parabólica dizem que, ainda sem muito alarde, a Igreja Católica está com um exército de militantes trabalhando no atendimento a migrantes, especialmente a venezuelanos. É possível ver, inclusive, obras de melhorias incluindo muros e guarita na antiga Casa de Cura, uma obra construída pela Diocese de Roraima com verbas externas para atendimento para dar assistência médica a indígenas, mas que ficou desativada faz muito tempo. As mesmas fontes dizem que nos abrigos mantidos pela Igreja Católica os migrantes fazem regularmente as três refeições diárias.
VENDENDOO insubstituível e genial Raul Seixas compôs uma canção que dizia que a solução para salvar o Brasil seria alugar a Amazônia: “Nós não vamos fazer nada/É tudo free”, disse o Maluco Beleza. Pois bem, ele não viveu para ver o Ministro do Meio Ambiente do Brasil, Zequinha Sarney, colocar em prática sua receita. Na terça-feira, 19, ele assinou um contrato de US$ 60 milhões com o Banco Mundial e uma Organização Não Governamental Internacional para criar na Amazônia uma área de proteção ambiental que recebeu o nome sugestivo de Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, com uma área de 3.000.000ha. A grana vai servir também para que o Brasil convença Colômbia e Peru a criarem um grande corredor ecológico entre os três países. É o entreguismo desbragado.
TACConsiderando o duodécimo de dezembro, que deveria ter sido repassado ontem, dia 20, o Governo do Estado acumula uma dívida juntos aos demais poderes e órgãos estaduais de mais de R$ 110 milhões. Considerando o fluxo das receitas estaduais, especialmente do Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) e do Fundo de Participação do Estado (FPE), essa dívida é literalmente impagável de uma só vez. Por isso, a governadora Suely Campos (PP) tenta firmar um Termo de Ajustamento de conduta (TAC) com todos esses poderes e órgãos para pagar a dívida atrasada em 10 vezes, a partir de janeiro de 2018.
REFLUIUNa terça-feira, 19, o deputado Brito Bezerra (PP), que é líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), chegou a declarar para a jornalista Cyneida Correia, daqui da Folha, que estaria deixando seu partido para ingressar no PDT, da senadora Ângela Portela. Ontem, depois de uma conversa com a governadora Suely Campos, Brito Bezerra refluiu da decisão e disse que vai aguardar mais algum tempo para decidir seu futuro partidário. Fontes da Parabólica garantem que ele só vai decidir quando a governadora resolver, também ela, se fica ou sai do PP.