Bom dia,
As ruas e praças de Boa Vista estão a cada dia, mais cheias de imigrantes venezuelanos. São milhares de homens e mulheres, de todas as idades, e crianças, algumas ainda na fase de amamentação. Apenas mentes e corações desprovidos de piedade são capazes de presenciar a presença dessa pobre gente, e em vez de compreendê-la, ainda são capazes de acusá-la de intrusa e indesejável.
Ontem, domingo, 21, por telefone, o professor roraimense, aposentado, Oliveira Galvão, disse à Rádio Folha (Programa Agenda da Semana) que os que não se sensibilizam com o sofrimento dos venezuelanos esquecem que nossos vizinhos de fronteira receberam, deram emprego, a milhares de brasileiros e brasileiras, facilmente encontráveis nas ruas e comércio de Santa Elena do Uairém, bem como nas áreas de garimpagem da Venezuela. É claro, nunca o fluxo de brasileiros em direção à Venezuela esteve perto dos assustadores números apresentados no presente, de venezuelanos para Roraima.
Esta tragédia humana parece longe do fim. Notícias que chegam à Boa Vista, inclusive mostradas em vídeos e fotos, indicam que a situação vai piorar muito. Essas notícias informam a existência de muito mais gente da Venezuela vindo para Roraima, especialmente a pé. São grupos de pessoas, formados quase sempre de familiares ou de conhecidos, que utilizam a BR-174 para chegar a Boa Vista. Eles não têm dinheiro para pagar a passagem, e caminham por cerca de cinco dias seguidos, sem comer, bebendo água natural, de igarapés ou buritizais. Chegam famintos e correm para as esquinas de ruas e avenidas boa-vistenses para pedir esmola.
Um dos nossos redatores conversou com um grupo de quatro venezuelanos que chegaram à Boa vista, na última sexta-feira, 19. Eles haviam caminhado cinco dias desde Pacaraima, sem comer. Chegaram famintos e pediram comida. Confirmaram que realmente milhares de seus compatriotas estão a caminho de Roraima, porque a situação lá está piorando a cada dia. Disseram, por exemplo, que a diária do trabalhador naquele país vizinho mal dá comprar um quilo de arroz, e para comprá-lo ainda é necessário enfrentar longas filas nos poucos supermercados que ainda abertos. E só é permitida a compra de 1kg por pessoa.
O que assusta a nós roraimenses é a indiferença do Governo Federal e da Organização das Nações Unidas (ONU) para ajudar os governos locais na recepção à pobre gente venezuelana que foge de uma ditadura da esquerda incompetente e corrupta que nasceu com a ascensão de Hugo Chaves ao poder, e está no meio da crise com seu sucessor Nicolás Maduro. O que estão esperando? Que multidões comecem a invadir residências e comércios em Boa Vista em busca de alimentos? Que as pessoas comecem a morrer de fome?
A Parabólica entende que, especialmente no caso dos governos em todos os níveis, nossas autoridades só deixarão de prevaricar quando começarem a ser responsabilizadas criminalmente por seus atos ou omissões.
COIOTESNa fronteira dos Estados Unidos com o México existe um tipo de profissional do crime, encarregado de, mediante pagamento, levar pessoas que querem entrar clandestinamente naquele país de Donald Trump. Pois em virtude desses milhares de venezuelanos que fogem da tragédia econômica de seu país, e tomam o rumo de Roraima, aqui já temos a presença de coiotes que recrutam imigrantes em Boa Vista, e os levam em ônibus fretados, para o Estado de Rondônia, especialmente para o Município de Guajará-Mirim, para dali seguirem até a Bolívia. Evidentemente, mediante o pagamento pelos serviços prestados. Até agora as viagens são feitas na frequência de uma por semana, e como a migração tende a aumentar, é bem capaz disso virar uma “indústria” de ganhar dinheiro.
SILÊNCIOQuando nalgum lugar do planeta a temperatura se mostra elevada, logo os ambientalistas ocupam espaços generosos na imprensa e nas redes sociais para dizer que o calor naquele espaço é decorrente do aquecimento global, causado pela presença humana e sua produção, consumo e destino de resíduos líquidos, sólidos e gasosos. Pois bem, presentemente, boa parte da Europa (Ocidental e Oriental) e Estados Unidos estão sob frio intenso, com temperatura mínima recorde. Em Moscou, por exemplo, a temperatura chegou a 40ºC negativos, e a capital russa, só teve seis minutos de luz solar nos últimos trinta dias. E nesse caso, o aparato ambientalista faz silêncio sepulcral. Quanta desonestidade!
DESENVOLVE-RREm entrevista, ontem, 21, ao Programa Agenda da Semana, o presidente da Desenvolve-RR (ex-AFERR), Weberson Pessoa, disse que seu desejo é que a instituição tenha um corpo de servidores bem pequeno, e altamente especializado. Adiantou que os 17 novos servidores, que serão selecionados pelo concurso público que está sendo realizado através da Fundação AJURI, deverão ocupar, após a contratação e um período de treinamento, todos os cargos de gerência que estão atualmente vagos na Desenvolve-RR. Ele disse que, por orientação da governadora Suely Campos (PP), a instituição de fomento ao desenvolvimento estadual deve ser gerida por critérios absolutamente técnicos.