Bom dia! O discurso irado do senador Romero Jucá (PMDB), feito na segunda-feira, 20, em Sessão Plenária do Senado Federal, com pouca presença de senadores, pode ser entendido dentro de um cenário de conflito entre os poderes Legislativo e Judiciário, em torno da Operação Lava Jato. Jucá, junto com Renan Calheiros (PMDB), tem se tornado uma figura central desse conflito desde que foi flagrado em conversa telefônica, gravada pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, alçado ao posto de comando de um dos braços mais poderosos da Petrobras, exatamente para roubar e dividir os ganhos ilícitos com seus companheiros de partido. E quem disse isso foi o próprio Machado, um ex-senador do mesmo partido, o PMDB, em delação premiada feita ao Ministério Público Federal (MPF).

Na conversa com Machado, Jucá traça uma estratégia para “estancar a sangria da Lava Jato”, que começaria pelo afastamento da então presidente Dilma Rousseff (PT), única forma de colocar o Supremo Tribunal Federal como parceiro da empreitada golpista e para dar um freio na atuação de Sérgio Moro e de seus parceiros (Ministério Público Federal e Polícia Federal), com atuação em Curitiba. Ele ainda insinua ter conversado com muitos ministros do STF sobre o plano, tendo declarado que o único não contado teria sido exatamente o falecido ministro Teori Zavascki, que ele chamou de fechado e burocrático.

Pois bem, Jucá e Renan nunca pararam de tentar estancar a “sangria da Lava Jato”. Partiu dos dois a iniciativa de aprovar uma Lei de Abuso de Autoridade, com a intenção clara de intimidar juízes, procuradores, promotores, delegados e até ministros das Cortes superiores. Quase que dá certo, não fosse a péssima reação da opinião pública expressa através da imprensa e das redes sociais.

E a iniciativa de “estancar a sangria da Lava Jato” não ficou só no Senado Federal. Na Câmara dos Deputados, a base de apoio do governo peemedebista tenta a todo custo aprovar uma lei anistiando o Caixa 2, uma engenhosa fórmula de lavar dinheiro da corrupção e, para completar, os deputados federais – 200 deles respondendo a algum tipo de malfeitos – desfiguraram a proposta de iniciativa popular que visa agravar as penas aplicáveis aos corruptos. Mesmo que a Suprema Corte tenha mandado de volta o monstrengo aprovado, eles ainda não desistiram de legislar em causa própria.

É nesse cenário que tem de ser entendido o último pronunciamento de Jucá no Senado Federal. Estaria ele desesperado com o cerco da Lava Jato, em torno dos oitos processos que responde no STF? Ou, como sempre, estaria cumprindo o velho papel, no qual se especializou, de vocalizar o que pensam seus parceiros de citações na Lava Jato? Neste caso, o que estaria sendo urdido para “estancar a sangria da Lava Jato”? Seria uma senha para novos enfrentamentos entre o Judiciário e o Legislativo, agora que Alexandre Morais passa a integrar a Suprema Corte?

Ninguém sabe ao certo como vão se desenrolar os novos lances desse conflito, que o mesmo Jucá chamou de “suruba”. Meu Deus, a que ponto chegamos nesta pobre República Tupiniquim.ACERTOA governadora Suely Campos (PP) está em Brasília. Às 11h tem um encontro com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Donizete Rufino, para tratar da avaliação do patrimônio da Companhia Energética de Roraima (CEER), que vai ser extinta após perder a condição de concessionária de energia elétrica para o interior do Estado. O patrimônio da CERR deverá ser pago ao Governo do Estado sob forma de indenização. O presidente da estatal do Estado, Renato Amorin, e o presidente de seu Conselho de Administração, Kleber Coutinho, acompanham a governadora na audiência.MAIS DEMORAA decisão sobre a questão jurídica ainda pendente na Justiça Federal da 1ª Instância em Roraima caminhava para uma conclusão. Acontece que a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu vistas do processo e isso vai atrasar ainda mais o início do processo de titulação das terras rurais de Roraima pelo Instituto de Colonização de Roraima (Iteraima). Decididamente, tem gente muito poderosa interessada em evitar que os produtores rurais, especialmente os pequenos, possam ser efetivamente donos das terras que ocupam há muito tempo.VANDALISMOA Prefeitura Municipal de Boa Vista nem bem entregou para o uso do público os abrigos de ônibus e já tem de arcar com a recuperação de pelo menos 30 deles. É que vândalos quebram vidros e até retorcem as estruturas metálicas de alguns abrigos, pelo simples prazer de fazer o mal. E o pior é que o dinheiro que esses pilantras obrigam o Município a gastar na recuperação faz falta para educação, saúde e programas sociais. Já passa da hora de colocar esses malfeitores na cadeia. Uma sugestão seria a própria população, afinal, a mais beneficiada com esses abrigos, começar a denunciá-los.NO CAMPOJá faz algum tempo que o secretário estadual de Saúde, César Ferreira Penna, só chega para despachar na sede da Sesau depois das 16h. De manhã, e até o meio da tarde, ele dedica para visitar as unidades de saúde do Estado. Marca de perto o funcionamento deles.