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A intervenção militar nas forças de segurança do Rio de Janeiro está longe de ser uma unanimidade entre os especialistas. Ela ainda sequer começou de fato e um número cada vez maior desses especialistas tende a achar que o governo Michel Temer (PMDB), com a conivência desse governador Fernando Pezão – que está mais próximo de um espertalhão –, cometeu uma terrível bobagem, que vai custar milhões de reais aos cofres públicos, ao inventar essa intervenção para justificar a desistência de continuar falando em reforma da Previdência. Coitado do Exército Brasileiro, chamado para o cumprimento de uma missão, que pode resultar numa desnecessária desmoralização.

Entre outras coisas, além da imensa complexidade do crime organizado no Brasil, as autoridades encasteladas no Palácio do Planalto que decidiram pela intervenção não levaram na devida consideração o aparato que se forma de fora para dentro do país, do sistema internacional de direitos humanos, patrocinado especialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), que tem entre seus objetivos buscar a falência dos Estados Nacionais, em busca do chamado governo global. Este aparato já está em plena ação, e pode ser visto com o início de hostilidade de “populares” – ônibus conduzindo militares já foram vaiados – aos soldados chamados para cumprir uma missão.

É apenas o começo de hostilidades. Mais grave tem sido a movimentação de expressões acadêmicas, do mundo jurídico, de intelectuais, e de artistas que resistem contra a criação de mecanismos de exceção para o enfrentamento de uma situação, claramente de exceção. Sem esses meios, evidentemente, não há como enfrentar a bandidagem armada, organizada, e com raízes fincadas nas polícias, na política e no Judiciário tupiniquins. Soldados poderão morrer na tentativa de prender bandidos – ou mesmo executados, como os criminosos têm feito com centenas de policiais militares e civis – e isso será tratado como um ônus inerente às suas atividades.

Mas, quando o primeiro marginal for morto em confronto com os soldados, o mundo virá abaixo. Os defensores dos direitos humanos vão acusar o Exército de estar promovendo uma política de execução primária. Basta esperar para ver!

NOJO O professor Marco Antônio Villa, santista de quatro costados e um refinado intelectual brasileiro, disse noutro dia que jamais sentaria numa mesa com os atuais dirigentes e políticos públicos brasileiros para discutir os problemas do país. “Aceitar isso, seria o mesmo que concordar em sentar com bandidos para discutir o Brasil e seus problemas”, diz o professor Villa. Ao finalizar, em estado de total indignação, o professor Villa disse sem pestanejar: “Os políticos brasileiros me provocam nojo!”. Já pensou se tivéssemos um eleitorado minimamente decente. Quem sobraria?

NOTÓRIONa terça-feira, 20, na sessão de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a prisão domiciliar para mulheres gestantes ou mães de crianças de até 12 anos, o ministro Ricardo Lewandowski disse que fatos notórios não precisam de provas para a Justiça. Que Justiça, perguntamos nós? Agora mesmo, o Ministério Público Federal pediu, mais uma vez – lá já tem o mesmo pedido feito faz oito anos atrás –, a abertura de mais um processo investigatório no Supremo Tribunal Federal, para saber se o notório senador Romero Jucá (PMDB) é o verdadeiro dono de uma repetidora de televisão em Boa Vista. Seria bom que o ministro Lewandowski lembrasse a seu colega Gilmar Mendes, relator do processo contra Jucá, essa história de fatos notórios. Em Roraima ninguém tem dúvida sobre o verdadeiro proprietário dessa emissora.

EFEITO COLATERALNinguém de bom coração pode criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal de mandar para a prisão domiciliar as mulheres grávidas, que amamentem, ou tenham filhos com menos de 12 anos, afinal, esse benefício já vem sendo concedido a algumas mulheres de classe social mais elevada. De qualquer forma, seria bom que os juristas começassem a pensar no aperfeiçoamento dessa medida salutar, para evitar os efeitos colaterais dela: pode ocorrer de muitas forçarem uma gravidez apenas para serem beneficiadas, mesmo que seja uma maternidade irresponsável.

ALCEsta é só para, mais uma vez, pontuar a diferença entre governantes que administram com os olhos voltados para o futuro, daqueles que não se preocupam em mudar as coisas. Noutro dia, o delegado da Receita Federal em Roraima, Omar Rubim, disse que entre os anos de 2016 e 2017, a receita arrecadada com tributos federais no estado cresceu 13,40%, apesar da enorme sonegação existente. Qualquer estudo técnico vai mostrar que esse crescimento é consequência direta dos efeitos da Área de Livre Comércio de Boa Vista, criada pelo ex-prefeito Iradilson Sampaio. Pena que a maioria dos eleitores queria outras coisas menos importantes.

FLAGRADODurante a votação no Senado que aprovou a intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, na noite de terça-feira (20), a reportagem do portal de notícias Metrópoles flagrou uma conversa sugestiva, pelo WhatsApp, entre o notório senador Romero Jucá e Marcello Guimarães, marido de Teresa Surita. “Reunião acontecendo agora com Paulo Linhares. Ele tá dizendo que o recurso da termoelétrica vai pro teu bolso…”, escreve Guimarães. Ontem, aos jornalistas, Jucá disse que recebeu a mensagem e o áudio para que pudesse processar Linhares, ex-secretário estadual de Saúde. “Portanto, não há nada mais do que uma acusação de um adversário que eu estou processando”, frisou.