Bom dia!O buraco é mais embaixo. Deve ser isso o que os interlocutores de Michel Temer devem estar dizendo a ele. Pelo menos os mais sérios e aqueles que vão ao seu encontro, não para beijar-lhe com subserviência, ou em busca de uma boquinha. Temer, se for bom ouvinte, deve estar se convencendo de que as possíveis soluções para sair da crise, que seu PMDB ajudou a afundar, são amargas e sem resultado em curto prazo, estimado aí em torno de três anos.

Duas questões se sobressaem quando se vislumbra um possível governo Temer para os dois anos e meio faltantes para terminar o mandato de Dilma Rousseff (PT). Em primeiro lugar, o amargor das medidas a serem tomadas para encaminhar soluções para a crise pode gerar reações nas ruas e dos movimentos sociais, que, na dor, irão levantar a ilegitimidade de um governo que não teve um único voto popular. De outro lado, o tempo de mandato restante é tempo insuficiente para aguardar os resultados da política governamental, mesmo que ela seja acertada.

E aí reside o perigo. O vice-presidente da República já está cercado de notórios oportunistas, gente que utiliza o poder apenas para mantê-lo na mesmice. Essa gente vê no exercício deste poder apenas a oportunidade para sangrar o Erário. E eles estão aí, firmes, fortes e influentes. Não sem razão, estimativas junto ao Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Federal indicam a existência de mais de 150 parlamentares do atual Congresso, este mesmo que vai cassar Dilma Rousseff, como envolvidos com algum tipo de falcatrua.         CERR 1Tão grave quanto o destino dos empréstimos (mais de R$ 600 mi) que o Governo do Estado fez, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para sanear, e depois vender para Eletrobras, a Companhia Energética de Roraima (CERR) é a informação dada por seu presidente, Antônio Carramilo, de que não se pode prever quando essa transação será efetuada. Uma coisa resta muito clara: a Eletrobras, uma empresa de capital aberto, só aceitará receber a CERR quando ela estiver saneada.CERR 2A falta de um levantamento criterioso sobre a saúde econômico-financeira da CERR chega a uma situação absurda de ninguém saber quanto a companhia ainda deve. E não é pouco dinheiro, podendo chegar a mais de uma centena de milhões de reais. Depois de “jogar” aquela montanha de dinheiro para sanear a CERR, o governo estadual, segundo fontes da Parabólica, ainda repassa, hoje, quase R$ 10 milhões mensais para fechar os compromissos da companhia. Inclusive para pagar salários! E isso ainda é insuficiente, o que só faz aumentar o passivo da empresa.CERR 3Outra questão igualmente grave é que a CERR não é mais uma concessionária de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Se os arquivos da Parabólica não estiverem errados, ela perdeu essa condição desde meados do ano passado (2015). A não renovação da concessão junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pode ter sido uma estratégia do Governo Federal para desvalorizar a CERR, numa eventual aquisição por parte da Eletrobras. São tantas as desinformações sobre o que se passa e o que se passou na CERR que se tivéssemos uma Assembleia Legislativa mais atuante, uma CPI não faria mal aos interesses de Roraima.RECEIO?Com a possível desistência da deputada federal Shéridan de Anchieta (PSDB) para disputar o pleito, o quadro de pré-candidatos para enfrentar a prefeita Teresa Surita (PMDB), nas urnas, é cada vez mais minguado. Com experiência de urna – e ele tem bastante -, apenas o ex-senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) se apresentou até agora. Acontece que nem mesmo suas ligações políticas históricas com o ex-governador Neudo Campos (PP) parecem suficientes para motivar o governo estadual a abraçar sua candidatura.CAINDOE os efeitos da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados, ocorrida no domingo, 17, já chegaram a Roraima. Na terça-feira, 19, o Diário Oficial da União publicou o decreto de exoneração da médica Hélvya Rochelle Távora Minoto, até então superintendente estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Ela fora indicada pelo deputado federal Hiran Gonçalves (PP), que votou a favor do impeachment. Tudo muito rápido, apesar do trabalho de médica ter boa aceitação entre os funcionários da instituição.PUNIUE a paciência do secretário estadual de Saúde, médico César Penna Ferreira, com relação à falta de material nas unidades estaduais de Saúde, parece ter chegado ao limite. Fontes da Coluna garantem que ele mandou declarar inidônea uma das maiores fornecedoras da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). A empresa terá que cumprir uma pena de dois anos sem poder participar de processos licitatórios na Sesau. A mesma empresa já foi autuada em cerca de R$ 2 milhões por causa de sonegação de ICMS.TIRADENTESQue Joaquim da Silva Xavier já foi herói nacional por conta de sua resistência e morte, lutando contra o domínio de Portugal sobre o Brasil, ninguém discute. Hoje, nesses tempos de desconstrução histórica do País, Tiradentes é apenas um pretexto para muita gente, especialmente para que os servidores públicos tenham mais um feriadão. Ontem, pelo que se sabe, ninguém em Roraima prestou qualquer homenagem a ele.