Bom dia!Cazuza, que muitos o têm como um dos grandes poetas brasileiros do final do Século XX, diz em uma de suas mais conhecidas canções: “Tua piscina está cheia de ratos/Tuas ideias não correspondem aos fatos”.

Fazemos referência aos versos para entender por que, até hoje, quase nove meses depois de ter assumido, o presidente Michel Temer (PMDB) ainda patina em termos de confiabilidade e popularidade, em todas as pesquisas que tentam medir o que pensa a opinião pública tupiniquim sobre o novo governo.

Quando assumiu, e chamou Henrique Meireles, um homem com raízes fincadas no meio financeiro nacional e internacional, ou seja, um executivo com a confiança do mercado, Temer anunciou com clareza qual era sua estratégia para tirar o Brasil da recessão: era preciso recuperar a confiança dos empresários para que eles voltassem a investir, uma vez que a situação caótica das contas públicas inviabilizava que o crescimento da economia brasileira fosse puxado pelos investimentos públicos.

Pois bem, contando com folgada maioria congressual, o novo presidente fez passar na Câmara dos Deputados a PEC 241/16, chamada de PEC dos Gastos. No Senado, a proposta passou ser a PEC 55/16, e parece não haver dúvida de que será aprovada pelos senadores que compõem a base governista naquela Casa. Mesmo com esse ambiente congressual favorável ao governo, nada indica que os investimentos privados tenham voltado para superar a recessão.

E qual a razão para que o empresariado continue desconfiado, e na retranca, ainda com muitas dúvidas sobre o cenário da crise que se abate na economia brasileira? É claro, são muitas, mas sem dúvida, uma parece evidente: a piscina de Temer – sua equipe de governo – está cheia de gente enrolada com a roubalheira e com todo tipo de coisas nada republicanas. E com uma piscina cheia de ratos é difícil fazer o povo acreditar que as ideias presidenciais correspondem, de fato, ao que se desenrola no seu governo.COMIDAQuem acompanha os gastos do governo estadual estranhou a matéria publicada, na Folha, dando conta de que as detentas da Cadeia Pública Feminina faziam apelos desesperados pedindo comida. E a direção do Sistema Penitenciário, de alguma forma, reconheceu a falta de rango para elas, quando anunciou que a situação seria regularizada. O que tem de estranho nesse caso é que, faz pouco tempo, daqui mesmo da Parabólica, foi publicada uma nota dando conta da contratação, pela Secretaria de Justiça e Cidadania, de uma empresa para fornecer alimentação para toda população carcerária do Estado pela bagatela de R$ 17,9 milhões.NITROGLICERINAEsta chegou ontem à tarde na Redação da Parabólica, e parece ser nitroglicerina pura: um relatório produzido pelo Núcleo de Inteligência do Departamento de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil tem conteúdo bombástico envolvendo alguns políticos, acusados de lavagem de dinheiro por meio de contravenção. Seriam 24 páginas apontando uma rede de atuação que usaria empresas de fachada, empresa fictícia, “laranjas”, venda fraudulenta de imóveis e compra de bens diversos para “esquentar” dinheiro ilícito.RESERVADOO dossiê está pronto, circulando restritamente com a etiqueta de “reservado”, e deverá ser entregue para a formalização de denúncia dos envolvidos, os quais são apontados também como membros de crime organizado, com tentáculos em órgãos públicos, onde haveria gente estrategicamente usada para facilitar os negócios do grupo, inclusive licitações de obras e serviços públicos.AFTOSADepois de um longo puxa-encolhe, parece que agora o Ministério da Agricultura resolveu considerar Roraima como livre da Febre Aftosa com vacinação. Foi um longo caminho percorrido que contou com a firme decisão da governadora Suely Campos (PP) de apoiar todas as necessidades da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), também da dedicação esmerada de seus técnicos e dirigentes. Pois bem, antes de comunicar a decisão ao Governo do Estado, o Ministério da Agricultura informou um notório parlamentar da medida para que ele aparecesse como o pai da conquista. É mole?REVÉS 1Os servidores e ex-servidores da Companhia Energética de Roraima (CERR) não estão levando muita sorte neste ano de 2016. Primeiro, eles foram excluídos pelo autor da chamada PEC 199/16, senador Romero Jucá (PMDB), aquela que pretende incluir mais gente nos quadros da União, e estão enfrentando a resistência da relatora da matéria na Câmara Federal, deputada federal Maria Helena Veronense (PSB), que se recusa a aceitar uma emenda apresentada pelo deputado federal Carlos Andrade (PHS) em conjunto com outro deputado federal do Amapá.REVÉS 2Outro revés que se abate sobre os trabalhadores da CERR diz respeito à perda da concessão da empresa como geradora, transmissora e distribuidora de energia elétrica para o interior de Roraima. Depois de muita barganha junto ao Ministério das Minas e Energias, a concessão da CERR foi prorrogada até o próximo dia 1º de janeiro de 2017. Ontem a Folha publicou matéria em que a Eletrobrás afirma que já está prontinha para assumir as atividades da empresa estadual. Sem finalidade, o destino da CERR e de seus trabalhadores é incerto e não sabido. Que ano, hein?