Bom dia,
A esquerda não se cansa de dizer que o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público Federal do Paraná comandam uma perseguição implacável contra Lula da Silva (PT) e alguns de seus mais próximos correligionários. Justifica essa posição sob o argumento de que os “coxinhas” até hoje não engolem o fato de que um trabalhador, homem do povo, chegou a governar por oito anos o Brasil, e agora temem que Lula volte ao posto de presidente da República pelo voto popular em 2018. Para evitar essa triunfal volta do Lula, o juiz e os procuradores já conseguiram condená-lo a mais de nove anos de prisão, estando o caso sob o julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre (RS).
Essa esquerda não dá nenhuma credibilidade às fartas evidências de que Lula e seus familiares se beneficiaram financeiramente de dinheiro público desviado dos cofres públicos via corrupção deslavada. Não acreditam também ser verdadeiro o fato de que os governos Lula e Dilma Rousseff (PT) promoveram a montagem do maior esquema institucionalizado de corrupção jamais vista na história republicana brasileira. Fecham os olhos para tudo isso utilizando aquele velho argumento de que a elite branca e rica do Brasil foi contrariada pelo lulismo e sua opção por governar pelos pobres.
Na outra banda igualmente podre do espectro ideológico, a direita acusa o ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, e sua equipe de perseguirem e tramarem um golpe contra o presidente Michel Temer (PMDB) para sacá-lo da Presidência da República. Alegam os direitistas que Temer está sendo perseguido por comandar reformas que estão tirando o Brasil do atoleiro a que foi levado pelas administrações populista/esquerdista dos governos de Lula e Dilma. Querem convencer os brasileiros e as brasileiras de que tudo não passa de fatos criados pela mente de Janot e seus companheiros.
Esquece a direita, como faz a esquerda em relação a Lula, as evidências fortes de que realmente o PMDB virou um amontoado de políticos com fortes evidências de bandidos travestidos de parlamentares e ministros. Fazem ouvidos de moucos aos milhares de minutos de gravação (em áudio e vídeo) dos canalhas marcando encontros, recebendo malas atulhadas de dinheiro público roubado, de corruptores confirmando o pagamento de propinas e da descoberta de apartamentos também lotados de malas com milhões de reais escondidos. Tudo isso, como disse o novo diretor-geral da Polícia Federal, ainda são provas muito tênues de corrupção.
De um tempo para cá, parte desses canalhas está afinando um discurso cínico de que está na hora de acabar com essa divisão entre os brasileiros. Seria preciso juntar todos para começar a enfrentar os graves problemas do país no campo da economia, da educação, saúde e segurança pública. Será mesmo? Que nada, o que eles estão defendendo é um pacto de bandidos para jogar a sujeira para debaixo do tapete e fazer de conta que ninguém roubou dinheiro público no país. Sobre isso, é preciso não esquecer o que disse o professor Marco Antônio Vila: os brasileiros não devem conversar com bandidos, que já deveriam estar na cadeia conversando com carcereiros.
Ao contrário de acabar essa divisão entre bandidos, está na hora de lutarmos por mais divisão, esta sim, necessária para começarmos a construir um novo país: a divisão entre os bons e honestos brasileiros e os canalhas corruptos que dominam os três poderes da República.
ELOGIOSNa sexta-feira, 17.11, o senador Romero Jucá (PMDB) e a prefeita Teresa Surita (PMDB) utilizaram os microfones de uma rádio local ligada às suas famílias para trocar elogios mútuos. Jucá disse que Teresa tem demonstrado ser uma excelente administradora pública, tendo transformado para melhor a fisionomia da cidade nos últimos anos. Em resposta, Teresa disse que tudo isso só foi possível por conta dos recursos que o prestígio e o trabalho de Jucá em Brasília fazem chegar à Prefeitura Municipal de Boa Vista. Em tréplica o senador afirmou que não adiantaria trazer dinheiro para a Prefeitura, se o administrador não soubesse administrá-lo com seriedade e competência. Ambos se derramaram em elogios mútuos.
CANDIDATOS?Quem ouviu a troca exagerada de elogios mútuos entre Jucá e Teresa não pode fugir à sensação de que estavam num comício de campanha eleitoral onde um (Jucá) era apresentado pela parceira política como um parlamentar competente que traz muito dinheiro de Brasília, e que, portanto merece ser reeleito. A outra (Teresa) era apresentada pelo parceiro político como uma gestora competente, realizadora, uma dirigente pública capaz de bem governar o estado a partir de 2019. Entre observadores políticos locais essa entrevista soou como um pré-lançamento das candidaturas dele (à reeleição) e dela ao governo do estado no próximo ano.
JALSERExpressão de um leitor da Parabólica, mandada através de Whats: “Parece que a lua de mel entre o deputado estadual Jalser Renier (SD) e o senador Romero Jucá (PMDB) foi para o saco, né?”. Ao ser perguntado por qual razão dizia aquilo, o nosso leitor respondeu: “Pelo resultado das entrevistas concedidas pelo Jalser na quarta-feira e pelo Jucá e Teresa, na sexta-feira”. Correligionários da prefeita Teresa Surita continuam garantindo que ela não será candidata ao governo estadual nas eleições de 2018. Será?