Bom dia,
A imprensa brasileira, como instituição nacional, não é diferente de outras instituições no campo cultural, educacional, político, econômico e outras expressões da sociedade tupiniquim. É, evidentemente, uma imprensa que no campo ideológico reflete a condição de um país de periferia e, como tal, refratário das ideias gestadas nos países do primeiro mundo e exportada para cá como verdades absolutas, afinal, prevalecentes nesses países colonizadores culturais. No Brasil tem sido assim desde os tempos que os europeus aqui chegaram ainda nos primórdios do Século XVI.
Nos tempos que correm, e isso vem ocorrendo de forma crescente desde as três últimas décadas do Século XX, os habitantes do mundo industrializado, e que dominam o atual estágio de desenvolvimento capitalista, estão absolutamente convencidos que jamais poderão manter o atual nível de bem-estar material se o restante da população mundial continuar a ter elevação no padrão de vida no ritmo que vem ocorrendo desde o final da Segunda Guerra Mundial. E isso é agravado por conta do crescimento da população planetária, especialmente nos países da periferia. Esses dois fatores – crescimento da produção e da população mundial – levam a uma conclusão apavorante para os privilegiados habitantes do primeiro mundo: a natureza não vai suportar isso.
Em outras palavras, para manter os níveis atuais de conforto material a esses habitantes privilegiados, e suas instituições decidiram criar um sistema internacional de meio ambiente a partir da criação de todo um sistema de valores éticos, morais e comportamentais para que os habitantes do resto do mundo ainda não desenvolvido fossem “convencidos” de que é preciso mudar sua visão de desenvolvimento, isto é, passar a considerar os valores da natureza como superiores aos da sociedade humana. E assim tem sido feito, através da ação de instituições internacionais, especialmente através da ação orquestrada via Organização das Nações Unidas (ONU), suas instituições e das chamadas Organizações Não Governamentais (ONGs).
Na sua vertente mais radical, esse movimento ambientalista internacional prega dois objetivos primordiais para que a natureza, e sua finitude propalada, continue a propiciar o nível atual de padrão de vida dos habitantes do primeiro mundo: é preciso parar o crescimento da produção e da população mundial. E você, caro leitor, já sacou que esses objetivos devem ser alcançados através do “convencimento” das instituições, das elites e da população de países periféricos. As faces desse “convencimento” podem ser vistas nas políticas de proteção ambiental, na ideologia de gênero e em tantos outros valores cultuados como verdadeiros neste Século XXI, de dominação e imperialismo cultural.
E a imprensa é, sem lugar a qualquer dúvida, a primeira de todas as instituições de países de periferia a ser aparelhada, e como formadora de opinião, passar a propagar esses valores exportados no interesse dos países de centro. Não é segredo para ninguém que a principal estrutura de mídia do Brasil é propagadora desses novos valores que devem ser seguidos pela população tupiniquim. Isso fica claro no conteúdo do noticiário, das novelas e de todas as produções. Isso custa muito dinheiro, que é bancado por grandes empresários de todos os setores do primeiro mundo.
O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), vem desde a campanha mostrando ser um ponto fora da curva. Ele defende ideias como a de que é preciso defender o meio ambiente, mas sem renunciar ao crescimento econômico; que é preciso repensar a política indigenista do país; que é preciso dar prioridade ao conhecimento, e não à pregação política nas escolas; e na preferência aos valores cristãos e familiares, em vez da política de gêneros. Independentemente de se concordar ou não com ele, é impossível não reconhecer que suas pregações e condutas vão de encontro a esse ambientalismo, pregado de fora para dentro no Brasil.
Afora eventuais interesses pecuniários e econômicos, e eles existem concretamente, é por esse ângulo que se deve entender a antipatia explícita de certos gigantes da mídia brasileira e de seus jornalistas regiamente pagos, na cobertura que estão dando a esses dias iniciais do governo de Jair Bolsonaro.
REDUZIR
A decisão do governador Antonio Denarium (PSL) de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a emenda à Constituição Estadual, de autoria do ainda deputado estadual Mecias de Jesus (PRB), que elevou de 12% para 18% as receitas líquidas do Estado para ser aplicadas em Saúde, parece contradizer as declarações de seu secretário estadual de Saúde, Ailton Wanderley. O secretário nunca negou que os recursos para o setor estão muito aquém de suas reais necessidades. Se a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada por Denarium for provida, esses recursos serão menores ainda.
BLOQUEIO
E a Receita Federal continua bloqueando – nalguns casos os bloqueios chegam a 100% – parcelas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Na última transferência da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o decêndio depositado nos bancos no último dia 18.01.19 foi totalmente bloqueado para 12 das 15 prefeituras roraimenses. A situação dessas administrações municipais, que já é grave, vai se tornando insuportável. Todos sabem disso, mas ninguém sai em socorro.