Bom dia,

Para estimular o comércio e a produção entre os países o economista inglês David Ricardo desenvolveu, entre o final do Século XVIII e o início do Século XIX, um conjunto de princípios que ficou conhecido como Teoria das Vantagens Comparativas. Por tais princípios, os países deveriam estimular a produção de bens onde tivessem mais produtividade em comparação com outros países.  Essa especialização seria capaz de gerar excedentes para serem comercializados por produtos produzidos em outras regiões com mais produtividade. Na visão de Ricardo, todos sairiam ganhando com o respeito às vantagens comparativas.

Pois bem, no início deste Século XXI, os economistas refinaram o conceito de vantagens comparativas de David Ricardo, criando o novo conceito de Vantagens Competitivas, que aplicado na dimensão espacial significa que espaços geoeconômicos oferecem condições de produtividade maiores que outros espaços. Assim, considerando um amplo conjunto de fatores humanos, naturais, sociais, culturais, geográficos, de mercado; e outros de natureza estritamente econômicos, uma determinada cidade, estado ou mesmo país tem mais competitividade que outros, criando uma espécie de força centrípeta – só para usar uma figura tirada da Física – capaz de atrair empreendedores para aquele espaço geográfico.

VISITAS

E por que, estamos fazendo estas considerações aqui na Parabólica? Na verdade, o que queremos é trazer a esses elementos de análises para a realidade aqui de Roraima. Para a maioria de seus interlocutores, o governador Antonio Denarium (PSL) tem demonstrado imenso entusiasmo com o número de empresários de outros estados e regiões do país que o procuram no Palácio Senador Hélio Campos para sondar sobre as possibilidades e vantagens de investirem em Roraima. E, segundo o governador, esses empresários são de regiões e setores diferentes, embora a maioria seja ligada ao agronegócio. Segundo ainda o governador, a impressão que eles deixam é de que saem de Roraima, firmemente dispostos a voltar aqui, com seus investimentos.

RANKING

Pois bem, seria bom que o governador tivesse conhecimento de uma recente pesquisa, que deu origem a um Ranking de Competitividade entre os estados brasileiros, realizada por acreditadas instituições – Centro de Liderança Pública (CLP), Tendências Consultoria Integrada e Economist Intelligence Unit – que coloca Roraima na 18º posição dentre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Na elaboração desse índice de competitividade os estudiosos levam em conta 10 fatores como: Sustentabilidade Ambiental, Capital Humano, Educação, Eficiência da Máquina Pública, Infraestrutura, Inovação, Potencial de Mercado, Solidez Fiscal, Segurança Pública e Sustentabilidade Social. 

ALTERNATIVAS

Do ponto de vista da racionalidade, este ranking significa que, antes de decidir se virão investir em Roraima, os empreendedores que visitam o estado e o gabinete do governador analisarão a possibilidade e as vantagens competitivas de outros 17 estados brasileiros com maior conjunto de fatores facilitadores dos negócios. Como os investimentos no Brasil andam escassos, não é razoável esperar que a maioria desses visitantes resolva trazer seus negócios para cá. E não se trata de torcer contra, mas de utilizar o princípio de que empreendedores bem-sucedidos são racionais em suas decisões sobre onde localizar seus negócios. A leitura de qualquer manual elementar de Teoria de Localização pode explicar esse nosso raciocínio.

ENFRENTAMENTO 

Sob esses argumentos parece restar claro que se queremos mesmo atrair investimentos de outras regiões do país para Roraima, ou mesmo de estímulo aos que já estão por aqui, o caminho a ser seguido é o de enfrentar a enormidade de fatores que exercem, em seu conjunto, forças expulsivas dos negócios locais. Um bom começo seria refletir um pouquinho sobre esses fatores listados acima, e que jogam Roraima para a rabeira entre os estados brasileiros quando se trata de vantagens competitivas para investir.

AUDIÊNCIA

O governador Antonio Denarium foi recebido, na companhia de alguns parlamentares federais, em audiência, ontem, segunda-feira (22.04) pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PSL). Tratou especificamente da questão do início da construção do Linhão de Tucurui – Bolsonaro reafirmou sua decisão de começar a obra no segundo semestre deste ano – e da transferência das glebas em definitivo para o estado. Presente ao encontro, o secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Antônio Nabhan Garcia, garantiu que essa transferência começa nos próximos 60 dias.

IRRITADO 

Fontes da Parabólica, bem situadas no Palácio do Planalto, dizem que uma reportagem publicada num jornal carioca teria irritado o presidente da República Jair Bolsonaro. Na matéria, o diário carioca diz que apesar de ter perdido a eleição para o Senado Federal por Roraima, o notório Romero Jucá (MDB) ainda continuava mantendo apadrinhados em importantes cargos federais, e em especial em repartições federais no estado. Bolsonaro teria chamado um auxiliar e mandado resolver essa questão, que o desmoraliza politicamente, imediatamente. É aguardar para ver.

DE NOVO!

Já não é novidade, mas ele continua sem ser incomodado. O responsável por uma transportadora de valores disse à Polícia Federal que a empreiteira Odebrecht teria utilizado de seus serviços para pagar propinas, na praça de São Paulo, para vários políticos brasileiros. Dentre os citados como recebedor dessas propinas está o notório Romero Jucá, que teria segundo o declarante recebido R$ 1,5 milhão. Ele, e seu advogado, é claro, negam esse recebimento.