Bom dia!

Leitor da Coluna mandou e-mail indagando em que nos baseamos para dizer que, se nada for feito e que se as coisas continuarem como estão, a crise econômica em Roraima tende a se agravar. Pois bem. Aí vão as justificativas para sustentar nossas afirmações ditas ontem, neste espaço.

O desempenho da economia roraimense depende substancialmente do comportamento da economia nacional. Só que a influência positiva ou negativa dos ventos que sopram do “Brasil” para cá demoram a chegar a Roraima, e isso ficou provado faz alguns anos num estudo feito pelo economista Antônio de Barros Castro, por encomenda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro continua embicando para baixo, seus efeitos aqui continuarão perversos.

Por outro lado, a economia do “contracheque chapa branca” depende fundamentalmente dos gastos do governo, que dependem em cerca de 70% a 80% das transferências do Governo Federal, que por sua vez assiste inerte o despencar de sua arrecadação. Os dados do PIB roraimense mostram que nossa economia é influenciada diretamente pelo desempenho do setor público, alcançando este setor algo em torno de 65% a 70%, sendo que o restante do que se produz aqui também depende indiretamente do governo. Ora, o governo local não tem conseguido pagar suas contas e tem suas receitas reduzidas em termos reais, e isso implica, logicamente, mais crise nas atividades econômicas locais.

DE FORANesse quadro geral de crise, já é hora de os governantes locais reverem suas políticas de compras e contratos com empresas de fora do Estado. Levantamento superficial feito aqui pela Parabólica indica que o volume de gastos dos órgãos públicos locais com empresas de outros estados, especialmente do Amazonas, pode passar dos R$ 200 milhões. É uma sangria desatada: são milhares de empregos perdidos e impostos transferidos de uma economia anêmica, quase na UTI, para outra muito mais forte.

NÃO ASSINOUO senador Telmário Mota (PDT) ligou ontem para a Parabólica. Reclamou da calúnia que lhe estão fazendo ao afirmar que ele seria signatário de um abaixo-assinado pedindo punição para o juiz Sérgio Moro. A iniciativa do abaixo-assinado é de parlamentares da base de apoio do governo no Congresso Nacional, e como Telmário faz parte dela, seu nome chegou a constar na lista, mas ele disse que não assinaria. “Meus adversários, até mesmo alguns que frequentam a Lava Jato, tentam espalhar essa falsa informação”, disse o senador pedetista.

PROGRESSÃOSobre a nota publicada ontem aqui, neste espaço, dando conta da insatisfação de algumas categorias de servidores da Prefeitura Municipal de Boa Vista, recebemos mensagem do secretário de Comunicação, Weber Negreiros, garantindo que a partir de abril próximo todas as categorias deverão ser atendidas. O secretário listou vários ressarcimentos que a PMBV teve de enfrentar para fazer justiça a servidores que tiveram descontos indevidos, inclusive para o Pressem, como motivos que impediram que a progressão fosse paga a todas as categorias ao mesmo tempo.

APARECEO juiz Sérgio Moro, perseguido atualmente por meio mundo de políticos, autorizou a divulgação de uma lista apreendida junto à Odebrecht contendo mais de 200 nomes de políticos beneficiados com propina paga pela empresa. Dentre os nomes consta o do senador por Roraima, Romero Jucá (PMDB), seguida da expressão “Cacique”. Cá entre nós, se alguns “índios” já foram denunciados por receber milhões de reais, o que dizer dos “caciques”?

AUSENTENa solenidade realizada ontem de manhã, no Palácio Hélio Campos, para empossar como secretário de Segurança o coronel Paulo César da Silva Costa, e como delegado-geral da Polícia Civil, o delegado Uziel Castro, um fato merece ser destacado. O secretário de Segurança substituído, João Batista Campelo, não se fez presente e sequer teve seu nome citado pelos que discursaram. Será indício de que ele não gostou da saída?

CRÍTICASOntem publicamos cá, neste espaço, uma nota dando conta de críticas que alguns deputados estaduais fizeram ao sistema penitenciário estadual, responsabilizando o secretário de Justiça e Cidadania pelo colapso. A Coluna deveria ter citado, e não citou, que também os deputados Coronel Chagas (PRTB) e Soldado Sampaio (PCdoB) utilizaram da Tribuna da ALE para tecer críticas no mesmo sentido. Na verdade, segundo fontes da Coluna, quem puxou o cordão das críticas foi o deputado Sampaio, que é da base governista, mas tem forte ligação com o movimento sindical.

OTIMISMO A situação ainda está muito longe de ser resolvida, mas o otimismo do governo estadual é muito grande quanto à possibilidade de o Governo Federal alongar suas dívidas, inclusive aquelas contraídas pela administração Anchieta Júnior, que representam, na verdade, a maior parte do bolo. A tendência é que elas sejam alongadas em até 10 anos, com menores aos assumidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na próxima terça-feira, a Câmara Federal deve votar o projeto de lei que trata desse alongamento por proposta do Ministério da Fazenda.