Parabolica 24 07 18 6625

Bom dia,

Até o próximo domingo (29.07), os eleitores de Roraima estarão conhecendo as opções que terão para escolher o governante, ou a governante, do Estado para o próximo quadriênio 2019-2022. Se não houver surpresa de última hora os nomes que deverão emergir das convenções regionais dos partidos, que começam no sábado (28.07), devem ser: Suely Campos (Progressistas), Anchieta Júnior (PSDB), Telmário Mota (PTB), Antonio Denarium (PSL), Douglas Alves (Avante) e Fábio Almeida (PSOL).

Embora não seja fácil enquadrar essas candidaturas do ponto de vista ideológico é possível intuir que três poderiam ser consideradas de centro-direita (Suely, Anchieta e Douglas Alves), uma de direita (Denarium), uma de centro-esquerda (Telmário) e uma de esquerda (Fábio Almeida). Apesar desse esforço de identificar tais candidaturas quanto ao viés ideológico, é certo que olhada a questão do ponto de vista dos partidos que tendem a apoiá-las resta uma enorme salada de partidos que junta todos no mesmo saco.

Quando se olha essas candidaturas sob o ponto de vista dos apoios que recebem de políticos com mandatos há certo equilíbrio entre as candidaturas de Suely Campos e Anchieta Júnior. A primeira deverá contar com o apoio de 11 dos 24 deputados estaduais, enquanto o segundo, turbinado pelo apoio do presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Jalser Renier (SD), será apoiado por outros oito. Três dos deputados estaduais deverão compor o palanque de Antonio Denarium, e outros dois ainda não definiram com clareza em que candidatura embarcarão.

A maior parte da bancada na Câmara Federal tende a apoiar Anchieta Júnior (Shéridan Oliveira, Abel Galinha e Maria Helena); dois apoiam Suely Campos (Hiran Gonçalves e Édio Vieira); um deverá estar no palanque de Antonio Denarium (Jonathan de Jesus). Dois deputados federais ainda não revelaram para onde deverão definir apoio: Remídio Monai, que não é candidato à reeleição; e Carlos Andrade, que estuda onde fazer a melhor coligação para a eleição proporcional à Câmara Federal.

Com relação ao apoio dos prefeitos dos 15 municípios roraimenses, o candidato Anchieta Júnior leva flagrante vantagem em relação aos outros. Com o apoio, já declarado, do notório senador Romero Jucá (MDB), ele deverá ter presente em seu palanque, entre outros possíveis a prefeita de Boa Vista -maior colégio eleitoral do Estado -, Iracema, Caracaraí, São Luiz, Baliza e Amajari. A governadora Suely Campos poderá ser apoiada pelos prefeitos de Bonfim, Cantá, Uiramutã, Mucajá e Caroebe. Antonio Denarium pode ser apoiado por um prefeito, o de Pacaraima. Dois alcaides interioranos ainda não declararam apoio a qualquer dos candidatos (Normandia e Alto Alegre); e um, o de Rorainópolis, declarou à Folha que não deverá intervir na eleição para governador.

Pela conformação desses apoios, parece ficar claro que três, ou seja, metade dos candidatos ao governo estadual representam as candidaturas que se apresentam como do atual sistema de poder político que domina o Estado, quer nos executivos (federal, estadual e municipais), e nos legislativos (federal, estadual e municipais). Correm por fora as candidaturas de Telmário Mota (PTB), Douglas Alves (Avante) e Fábio Gomes (PSOL), que não recebem explicitamente apoio dos políticos com mandatos em Roraima.

É claro, toda a análise feita acima não leva em conta a barafunda que se tornou a política partidária no Brasil, e em Roraima não é diferente. Políticos de partidos que compõem uma coligação já declaram publicamente que apoiarão candidatos de outras coligações, inclusive, adversários de seus correligionários legais. Devem existir casos em que tais políticos apoiarão candidatos ao Senado Federal de uma coligação; ao governo estadual de outro; e para deputado federal e estadual de outra coligação diferente.

Tudo indica que não haverá qualquer escrúpulo com relação a falta de fidelidade partidária nesta eleição, que está começando para valer a partir do próximo domingo com a realização das convenções partidárias. Afinal, um experiente político local disse, noutro dia, à Parabólica: “Nesta campanha eleitoral vai ser tempo de murici, isto é, cada um por si”.

APOIO? A governadora Suely Campos visitou ontem, em turnos diferentes, os municípios de Alto Alegre e Mucajaí para tratar de obras referentes a recuperação de vicinais, em parceria com as prefeituras locais. Em relação à prefeita Nega (PR), de Mucajaí, parece não restar dúvida de que ela estará apoiando a reeleição da governadora, depois que seu partido decidiu coligar com o Progressistas. E com relação ao prefeito Pedro Machado, de Alto Alegre, que ainda não declarou apoio a qualquer candidato ao governo? Será que temos algum entendimento em andamento? Só o tempo dirá.

FIDELIDADE Fontes da Parabólica garantem que o PSB, do ex-prefeito Iradilson Sampaio, deverá coligar-se com o PSL, do candidato ao governo Antonio Denarium. Apesar de essa coligação estar quase fechada, o deputado estadual Jânio Xingu garantiu, ontem, à Parabólica que continuará apoiando a reeleição da governadora Suely Campos. “Sou um político conhecido pela minha fidelidade, e cumprimento de palavra com as causas e pessoas que abraço politicamente. Vou com a governadora até o fim, já comuniquei isso ao presidente do meu partido”, disse o parlamentar.