Boa noite,

A princípio, todo bom brasileiro e toda boa brasileira quer sinceramente que o Brasil saia dessa crise econômica e moral, que se instalou nos últimos anos na Pátria. Esse desejo deveria estar acima de eventuais divergências no campo ideológico. Embora elas sejam concretas e importantes, enquanto visões diferenciadas do mundo, se o Brasil der certo, todos saem ganhando, principalmente os mais pobres, geralmente os primeiros a padecerem com a violência, a fome e o desemprego.

Desde os início dos anos 90, do século passado, o Brasil enfrentou governo de centro-esquerda que, aliançados ao grande capital financeiro nacional e especialmente internacional, obtiveram êxitos no controle da inflação galopante – com o Plano Real de Fernando Henrique Cardoso – e no inegável governo de inclusão social – dos petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff –, mas que não passaram disso. Foram mais de 20 anos de governos que mergulharam o Brasil na maior, e mais longa, crise econômica, social e moral da história republicana brasileira.

Esses governos tiveram políticas macroeconômicas bem parecidas – juros altos, controle de inflação através de metas pré-fixadas, estímulo ao consumo das famílias e empenho na atração de investimento externos –, mas foram diferentes na dosagem do populismo gastador de dinheiro público e viciador do cidadão e da cidadã, dependente dos favores de um estado paquidérmico, burocrático e aparelhado por doutrinas e valores vindos do exterior, especialmente pelos sistemas internacionais de meio ambiente e de direitos humanos.

Durante essas mais duas décadas de uma coisa não se pode acusar a direita brasileira: de fazer oposição, ou de tentar atrapalhar a implementação de políticas flagrantemente de esquerda. Ao contrário, infestada de políticos fisiológicos e com enorme atração e competência para manejar os cofres públicos, direita fisiológica e esquerda clientelista se uniram para montar o mais fantástico esquema de corrupção que se tem notícia na história da vida pública brasileira.

O resultado todos sabem. No campo econômico experimentamos o Produto Interno Bruto (PIB) embiocar em mais de 10% desde 2012 e uma taxa de desemprego cavalar beirando os 14% da população economicamente ativa. No plano político assistimos a eleição de um político sem nenhuma experiência administrativa, que ganhou a eleição com um partido nanico; batendo nas urnas ex-governadores de grandes estados (Alckmin e Álvaro Dias) e ex-ministros importantes como Ciro Gomes, Fernando Haddad e Henrique Meireles.

Jair Bolsonaro (PSL) teve a maioria dos votos válidos dos eleitores e das eleitoras brasileiras com ideias e propostas bem diferentes daquelas praticadas pelos governos de centro-esquerda, que ele derrotou nas urnas. E ninguém precisa ter votado nele; ou de concordar com todas suas atitudes, para torcer para que suas propostas, legitimamente aprovadas nas urnas, sejam cumpridas. Fazer oposição é da essência da democracia, mas utilizar de meios, nem sempre democráticos, para impedir que o país encontre o rumo que a população escreveu nas urnas, é torcer pelo quanto pior melhor.   

CRÉDITO SOCIAL 

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) deve ajuizar uma ação civil pública contra o não pagamento do Crédito Social por parte do governador Antonio Denarium. Quase 50 mil famílias cadastradas estariam passando necessidade no estado por conta do não pagamento do benefício que deixou de ser pago ainda no ano passado, um pouco antes da intervenção federal em Roraima. Especialistas ouvidos pela Parabólica dizem ser possível o partido ter êxito na demanda judicial dada a ausência de dispositivos legais que autorizem o governo a suspender um benefício criado por lei.

AUDITORIA 

Nesses tempos de boatos sobre a existência de gente trabalhando por uma intervenção federal total no governo de Roraima, parece pelo menos imprópria a decisão da Controladoria-Geral de União de realizar uma auditoria fiscal no governo estadual. A partir de amanhã, quinta-feira e sexta-feira, os secretários estaduais da Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento, da Saúde, da Educação e Desportos e os presidentes do Instituto de Previdência do Estado, da Companhia de Desenvolvimento de Roraima, da Agência de desenvolvimento do Estado e da Companhia de Águas e esgoto de Roraima foram convocados à sede da AGU no estado para fazer um resumo da situação fiscal de cada órgão. 

TEMPO

No ofício que encaminhou ao governador Antonio Denarium (PSL), o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, André Luís Mendonça, diz explicitamente: “Adicionalmente, solicito que cada representante elabore apresentação, de no máximo 1 hora, em que sejam abordadas as seguintes questões: estrutura do órgão/entidade; diagnóstico da situação atual; e principais desafios a serem enfrentados”. 

CORRIDA

É claro, a discussões em torno da eleição para Prefeitura Municipal de Boa Vista estão sendo feitas tipo fogo de monturo. Nos bastidores a temperatura está cada dia mais elevada, e quando o fogo atingir a superfície as posições já estarão quase consolidadas. Uma dica: pesquisa realizada por um instituto, que tem ganhado credibilidade entre os políticos locais, mostra ser provável que a atual prefeita Teresa Surita (MDB) venha ser sucedida por outra mulher no comando do Palácio 9 de Julho. A Parabólica não dá mais detalhes porque a pesquisa não está registrada na justiça eleitoral.