Bom dia,
É razoável que a opinião pública brasileira esteja com as atenções voltadas para as macrodecisões que estão sendo gestadas pelo novo governo de Jair Bolsonaro. Dentro delas, um dos homens fortes do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não esconde de ninguém que está com as atenções totalmente voltadas para a macroeconomia, privilegiando a busca de soluções para a crise fiscal produzida pelo deficit gigantesco da Previdência Social pública, com rombo aumentado pelo gasto público incontrolado. E essas prioridades são tão enfatizadas que muitos especialistas já afirmam que, se elas naufragarem, o governo Bolsonaro terá consumido a maior parte de seu capital político.
De qualquer forma, embora imprescindível, o controle fiscal do governo não será suficiente para fazer o País crescer de forma sustentável como é o desejo de todos. O Brasil ocupa a rabeira no ranking dos países que apresentam ambiente favorável aos negócios. Somos um país atravancado por uma burocracia infernal, cara e ineficiente. O que implica que precisamos olhar para a microeconomia, isto é, para o custo que se abate sobre os que querem empreender, e mais que isso, fazer seus empreendimentos sobreviverem. E isto é particularmente grave no caso dos pequenos negócios, que são os maiores geradores de empregos no País.
Se o leitor/leitora quiser ter pálida ideia do quanto está difícil abrir um pequeno negócio no Brasil, e especialmente em Roraima, basta tentar legalizar uma empresa, por menor que ela seja, de qualquer setor econômico e objeto social. Ninguém consegue fazê-lo hoje em Boa Vista sem gastar menos de R$ 10.000,00, incluindo taxas governamentais –municipal, estadual e federal – de toda ordem; honorários de despachantes; projetos ambientais e toda uma parafernália de exigências que desanimam qualquer um. Talvez por isso, certos empresários estejam preferindo ficar perto dos cofres públicos.
PEDALADAS 1
A expressão ficou famosa pelos dribles genais do craque Robinho e pela tentativa de maquiagem contábil nos gastos públicos feitos pela equipe da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que resultou em seu impeachment. Pois bem, a nomeação do general Eduardo Pazuello para secretário/interventor da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) deveria ter perdido eficácia no dia 31.12.18, com o fim da intervenção federal. Um leitor que acompanha todos os dias as publicações no Diário Oficial do Estado (DOE) ligou para a Parabólica dizendo que não encontrou qualquer decreto de nomeação de Pazuello como secretário estadual.
PEDALADAS 2
“Nada contra o general Eduardo Pazuello, que tem bastante credibilidade entre seus pares, mas como ele continua dando as cartas em matéria de pagamento no governo estadual é preciso que sua situação obedeça ao princípio da legalidade. Não fica bem para um governo que está apenas começando praticar pedaladas, mesmo que em nome da moralidade e de controle dos gastos públicos”, disse o leitor.
IACTI
O Instituto de Amparo à Pesquisa, Ciência, Tecnologia e Inovação (Iacti) tem novo diretor-presidente. Trata-se do empresário rural Aluízio Nascimento, que substituiu José Vendelino, que, recém-nomeado, pediu exoneração alegando problemas de saúde. Como o decreto de nomeação de Aluízio tem vigência retroativa a 02.01.19, a permanência do ex-diretor-presidente Vendelino foi relâmpago.
LÁ
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), anunciou ontem ter mandado acabar com todos os pardais móveis nas rodovias goianas. Ele justificou sua decisão dizendo que cumpria uma promessa de campanha e que os pardais não serviam como estratégia educacional de trânsito coisa nenhuma, ao contrário, eram indústrias para tirar mais dinheiro de contribuintes que já pagam uma carga tributária insuportável. Por falar nisso, quanto se está arrecadando e para onde vai a arrecadação da indústria de multas por cá?
NÃO CHORAR
Dá até para rir para não chorar quando se ouve as bobagens de algumas autoridades e políticos sobre a crise energética do Estado. Quem tem razão é o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, quando diz que não existe outra saída, em curto prazo, que não a utilização da cara e poluidora energia das termoelétricas. Tem gente falando para plateia, e apenas para isso, quando diz que vai cobrar do governo federal recursos para a construção do Linhão de Tucuruí. Dinheiro para isso tem, o que não existe ainda é a concordância dos índios Waimiri-Atroari para deixar o linhão passar por sua reserva.
COBRANDO
No velho estilo, que o levou da Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) até o Senado Federal, o senador Telmário Mota (PTB) foi para frente do Palácio Senador Hélio Campos, e de megafone em punho cobrou do governador Antonio Denarium (PSL) o pagamento dos salários dos trabalhadores das empresas terceirizadas, alguns com mais de seis meses de atraso. Cercado desses trabalhadores e trabalhadoras, Telmário disse que a dívida não é da ex-governadora Suely Campos (PP), mas do governo estadual.
DESCRENTE
Ontem, um pequeno empresário tentava trabalhar utilizando a precária Internet de Boa Vista quando por volta das 19h, sobreveio, para complicar a situação mais, um corte abrupto no fornecimento de energia elétrica deixando sua sala de trabalho às escuras. Exasperado, ele desabafou: “Depois me criticam quando eu digo que não existe possibilidade de desenvolvimento para Roraima. Como pensar nisso se não temos os dois principais insumos do mundo moderno: Internet e energia?” Será que ele tem razão?