Bom dia!Todos os dias, ações da Procuradoria-Geral da República, da Polícia Federal e da Justiça Federal, especialmente a de Primeira Instância, acordam esta pátria tupiniquim com a revelação de fatos estarrecedores e que parece que não se esgotam. Na segunda-feira, o jornal paulista Folha de São Paulo acordou o País revelando parte do teor de uma conversa gravada entre o senador Romero Jucá (PMDB) e seu companheiro de partido, o ex-senador Sérgio Machado, que passou oito anos dirigindo a Transpetro, uma das mais importantes subsidiárias da espoliada Petrobras.
O conteúdo da gravação dos diálogos entre Sérgio Machado e Romero Jucá é “nitroglicerina pura”, só para lembrar o ex-presidente Fernando Collor, outro político atolado até o pescoço nas investigações da Lava Jato.
Jucá disse, entre outras coisas, que conversou com os ministros do Supremo Tribunal Federal – exceto com o ministro Teori Zavascki, a quem chamou de fechado e burocrático -, com os quais tratou da necessidade do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) como condição básica para acalmar a opinião pública e estancar a sangria provocada pela Lava Jato. Por algo parecido, Delcídio do Amaral foi preso e, posteriormente, cassado.
Outra revelação feita por Jucá para Machado envolve, como ele próprio disse, “generais” das Forças Armadas. Ele afirma com todas as letras ter conversado com esses militares de alta patente para definir um plano para eventualmente conter os arroubos do Movimento dos Sem Terra (MST). Ora, se é verdade esta afirmação, esses “generais” deveriam ter levado essas conversas à então comandante suprema das Forças Armadas, a então presidente da República Dilma Rousseff. Se não o fizeram, devem sofrer punições por tramarem contra a ordem constitucional estabelecida.
E o conteúdo dessas gravações vai mais longe ainda. Machado manda um recado ao PSDB ao afirmar que já participou de campanhas do PSDB e que todos sabem do esquema do presidente daquele partido, o senador mineiro Aécio Neves, candidato derrotado por Dilma nas eleições de 2014. E como esta gravação parece ter siso combinada, pode vir muito mais coisas por aí.DANOU-SEEles não abaixam as cabeças. Ontem, Eduardo Cunha (PMDB – RJ), presidente afastado da Câmara Federal, ao responder a citação de seu nome no diálogo entre Romero Jucá e Sérgio Machado, disse que volta a presidir aquela Casa até o mês de julho. Também ontem, Romero Jucá anunciou que voltará ser a ser ministro do Planejamento de Michel Temer (PMDB) dentro de muito pouco tempo. As afirmações de Jucá foram confirmadas por Elizeu Padilha (PMDB), que é o chefe da Casa Civil de Michel Temer. Pode?EXONERADOAliás, sobre a saída de Romero Jucá do Ministério do Planejamento, logo no início da manhã de segunda-feira, 23, ele disse que não pediria para sair e deixava tudo para a decisão do presidente interino Michel Temer. À tarde do mesmo dia, Jucá comunicou à imprensa que teria decidido pedir uma licença do cargo de ministro até que a Procuradoria-Geral da República esclarecesse sua participação do petrolão. Pois bem, ontem, 24, o Diário Oficial da União (DOU) publicou decreto assinado por Michel Temer exonerado, a pedido, Romero Jucá do cargo de ministro de Estado. Foi um jogo de cena.PENAO ex-governador Neudo Campos (PP) apresentou-se ontem de manhã, no Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Polícia Militar. De lá, foi levado à sede da Superintendência da Polícia Federal para iniciar o cumprimento da pena que lhe foi imposta pela Justiça federal por conta do famoso “Caso dos Gafanhotos”. Fontes da Parabólica informam que o mesmo pode acontecer hoje com a médica e ex-deputada estadual Suzete Mota, que deverá cumprir pena em regime semiaberto, aquele em que a pessoas podem sair para trabalhar e voltar à noite para a prisão.CUIDADOÉ preciso ler com cuidado o discurso do governo interino de Michel Temer (PMDB) sobre o tal “rombo no orçamento” deixado por Dilma Rousseff (PT). É preciso ler nas entrelinhas a proposta de ampliação do déficit primário encaminhada ao Congresso Nacional pelo novo governo. Entre outras coisas, Temer pede a ampliação dos gastos do governo em cerca de R$ 23 bilhões sob a desculpa de não sacrificar sua gestão interina. Os políticos fazem jogo de palavras porque sabem que a maioria da população não sabe, e não quer saber, nada de orçamento.FERIADÃOAmanhã, 26, é feriado de Corpus Christi, guardado pelos católicos, mas que continua sendo mais um dia sem trabalho, embora o Brasil seja constitucionalmente um país laico, isto é, sem religião oficial. Por via de consequência, milhares de servidores públicos vão esticar o feriado, transformando-o no famoso feriadão. Isto se governo e prefeitura não decidirem, como tem sido muito comum nos últimos tempos, declarar “ponto facultativo”. Aí, a festança é completa. Muitos chegam a enfocar a segunda-feira, transformando a efeméride num autêntico recesso.