Bom dia!Com o chamado recesso branco no Congresso Nacional, senadores e deputados federais deixaram Brasília e foram para suas bases estaduais, a maioria para organizar as convenções de seus partidos, é claro, tudo precedido de muitas negociações. Enquanto fazem isso, os dois principais problemas políticos – a confirmação ou não do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e a cassação ou não do mandato de deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) – devem ter solução apenas no início do mês de agosto.
Impressões que vêm desde a Capital Federal dão conta de que tanto uma quanto o outro deverão perder seus respectivos mandatos: Dilma, o de presidente da República; e Cunha, o de deputado federal, pelo estado do Rio de Janeiro. A presidente afastada, quase todos reconhecem – inclusive parte seus aliados -, perdeu as condições políticas de governabilidade do País. Quanto a Eduardo Cunha, as evidências de participação em corrupção são tão claras que nem mesmo seus mais fiéis aliados terão coragem de declarar votos a seu favor quando o pedido de cassação – já aprovado pela Comissão de Ética – chegar ao Plenário da Câmara dos Deputados.
Cumpridas essas duas etapas, e com a proximidade do pleito municipal de outubro, a Nação brasileira corre o risco de que os outros bandidos, que Nelson Rodrigues chamou de canalhas, envolvidos na Lava Jato, saiam ilesos e fora do alcance de qualquer punição. Alguns deles estão mais citados que Eduardo Cunha pelos delatores já aceitos pela Justiça Federal. E se isso acontecer, infelizmente, a única conclusão a ser tirada é a de que no Brasil só há espaço para corruptos que sabem fazer corrupção e não se deixam pegar. A Lava Jato teria servido unicamente para salvar a espécie. Será uma pena.NOVELAE continua a novela envolvendo a escolha do candidato governista estadual à eleição para a Prefeitura de Boa Vista. O Partido Progressista (PP) da governadora Suely Campos chegou a marcar sua convenção municipal para ontem, domingo (24), mas desmarcou-a por falta absoluta de decisão sobre o nome. Os dois mais cotados para enfrentar o pleito, o deputado federal Hiran Gonçalves, que preside o partido no Estado, e o deputado estadual Brito Bezerra, jogaram a toalha e decididamente não aceitam topar o desafio. No âmbito do PP, já não há mais alternativas.ABELIncapaz de encontrar um nome que una o partido, os pepistas tentam buscar em outras legendas alguém capaz de juntar os cacos políticos do grupo governista. Fontes da Parabólica indicam que até ontem o deputado federal Abel Galinha, do Democratas, seria o nome que agregaria mais força nas hostes governistas. O parlamentar já teria realizado várias reuniões com os governistas e o martelo pode ser batido no decorrer desta semana, que se inicia hoje. Abel também poderia atrair outros partidos que não fazem parte da base política da governadora Suely Campos, o que ampliaria o arco de alianças.PSDBUm dos partidos que poderá ampliar a base de apoio a uma eventual candidatura do deputado federal Abel Galinha é o PSDB, que é aliado nacional histórico do Democratas. Esta possibilidade já é admitida pelo presidente regional dos tucanos, Anchieta Júnior, e ganhou força quando a deputada federal Shéridan (PSDB) descartou qualquer possibilidade de seu partido coligar com o PMDB, da atual prefeita Teresa Surita.PROIBIÇÃOOutro parlamentar que descarta qualquer possibilidade de aliança com o PMDB, da prefeita Teresa Surita, é o PDT, do senador Telmário Mota. Ontem, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, o senador pedetista foi mais longe ao dizer que seu partido está proibido de coligar com o PMDB em qualquer município do interior. Mota disse ainda que a vedação alcança o PSD, que é presidido no Estado pelo filho do senador Romero Jucá, o ex-deputado estadual Rodrigo Jucá.APROVEITANDOO Projeto Ajarani, que está sendo articulado pela Secretaria Estadual de Planejamento e que tem a participação das próprias lideranças dos yanomami, vai tentar aproveitar as áreas com pastos formados pelos antigos fazendeiros, que foram retirados daquela área, para introduzir a pecuária bovina entre os indígenas daquela etnia. Este tipo de pecuária já é exitosa entre os índios macuxi e wapichana, que detêm hoje um rebanho que cerca de 55 mil reses. Resta saber como reagirão os ongueiros, que não aceitam qualquer iniciativa que fuja aos objetivos de manter os indígenas isolados, mesmo que à custa de desnutrição crônica.ARTICULAÇÃOJá começaram as articulações dos políticos para a indicação dos dois novos advogados que comporão o Tribunal Regional Eleitoral. Tem parlamentar federal afirmando ser prestigiado o suficiente para indicar os dois novos juízes classistas do TRE, o que não faz bem à moralidade e à democracia. De qualquer forma, tudo vai depender da Ordem dos Advogados de Roraima, OAB-RR, responsável pela indicação da lista tríplices. Basta escolher gente de bem que os políticos não terão muita chance de botar juízes de cabresto para votar com o interesse dessa gente inescrupulosa.