Bom dia!Uma discussão recorrente em Roraima que é tema de conversas de políticos, acadêmicos, empresários, técnicos e até mesmo de mesas de bar são as possibilidades de desenvolvimento do Estado. Não faltam alternativas sugeridas para tal e ultimamente muita gente fala que precisamos de regularização fundiária, de zoneamento econômico-ecológico e de uma saída para um porto marítimo para escoar a produção.

Tudo bem. São etapas que precisam ser vencidas. Algumas exigem aportes razoáveis de recursos e outras requerem vontade política por parte especialmente do Governo Federal, o que parece irrealizável pelo que demonstra a resistência da FUNAI e dos órgãos ambientalistas face à construção do Linhão de Tucuruí e a definição do tal Parque Nacional Lavrado.

Isso tudo compõe um cenário em que devamos olhar com lupa as possibilidades que dependam exclusivamente de nossas forças e especialmente de nossa vontade de realizar. Em outras palavras, é preciso aproveitar as janelas de possibilidades de desenvolvimento e não desperdiçá-las. Se fizermos isso talvez o início de um processo natural de desenvolvimento poderia se impor à vontade daqueles que desejam manter Roraima na economia do “contracheque chapa-branca”, que parece estar nos estertores.

Exemplo do que estamos falando é o turismo. Uma atividade ainda muito residual no Estado. E quando falamos de turismo uma realidade que se impõe é o Tepequém, sem qualquer dúvida o mais promissor polo turístico de Roraima. Uma região lindíssima, que precisa apenas de medidas de natureza legal/institucional que venham manter preservadas sua flora, fauna e beleza cênicas. E isso tem que ser feito agora.APOIOPor falar em Tepequém basta dar uma volta no lugar e conservar com moradores para saber o que mais marca aquele belo cenário é o abandono sentido por todos. De comerciantes, donos de pousadas, pequenos agricultores e simples trabalhadores, a queixa generalizada é a ausência dos poderes públicos tanto do município quanto do estado.ABANDONOBem no centro da Vila, ao lado da pista de pouso dos aviões, um complexo esportivo inconcluso e tomado pelo mato é o retrato mais expressivo do abandono. O cimento das quadras todo esburacados e algumas pequenas construções são indicadores de que alguém recebeu grana de emendas de parlamentares ao Orçamento da União e não concluiu as obras. O que não dá para saber é onde foi parar o dinheiro.ESTRADAA estrada que dá acesso ao Tepequém começa a ser tomada pela buraqueira e em alguns trechos não cabe mais uma operação tapa-buracos. Todas as pontes são de madeira e algumas devem causar acidentes dentro de pouco tempo, dadas as péssimas condições em que se encontram. Isso sem falar da sinalização, mesmo que os moradores tenham tomado a iniciativa de confeccionar toscamente algumas.RAÇAMesmo sem apoio oficial, é visível a raça de alguns pequenos empresários que decidiram investir no Tepequém, especialmente no setor de hospedagem. Lá já é possível encontrar pousadas privadas de muito boa qualidade, e o que é mais interessante, com funcionários e proprietários que se esmeram em atender bem.MEDIDASe fossem utilizados os mesmos pesos e medidas, o vice-presidente da República, Michel Temer, estaria tão encalacrado quanto seu companheiro de partido, Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal. Isso porque o mesmo empreiteiro, Júlio Camargo, que em denúncia premiada disse ter dado propina a Cunha, afirmou que Fernando Soares, o Fernando Baiano, era conhecido como representante dos interesses de Renan Calheiros, presidente do Senado, e de Michel Temer, ambos do PMDB, no propinoduto da Petrobras.SAÍDAAliás, se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Eduardo Cunha a partir das confissões de Júlio Camargo, deveria pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de processo investigatório contra Temer. Caso provada a culpabilidade do vice-presidente, ele perderia o mandato. E no caso de impeachment de Dilma Rousseff (PT), outra eleição seria convocada e o Brasil teria a grande chance de sair da crise econômica e política em que está atolado, pela via da democracia.   GENTE GRANDEEsta veio de um observador daquilo que ocorre na Câmara Municipal de Boa Vista. Segundo informações de bastidores, a CPI da Ocupação das Terras vai acabar esta semana sem ter começado. Ninguém foi chamado a depor e, mesmo assim, os vereadores vão decidir por extingui-la. Afinal, segundo a mesma fonte, tem gente na CMBV dizendo que o imbróglio envolve muita gente poderosa política e economicamente no Estado. Portanto, é melhor deixar tudo como está.     CANDIDATOEsta é para terminar por hoje. O ex-governador Anchieta Junior (PSDB) esteve na Assembleia Legislativa do Estado na última sexta-feira. Lá, disse a vários correligionários que é candidatíssimo à Prefeitura de Boa Vista nas eleições do próximo ano. Já está, inclusive, angariando apoio para a empreitada. O que parece indicar que a possível candidatura do deputado federal Abel Galinha (PDT) caminha para o esquecimento.