Bom dia! Até hoje, quando governos estrangeiros, instituições internacionais e organizações não governamentais falam em compensar os amazônidas para que estes deixem intocada a floresta, o valor dos chamados serviços ambientais é quase sempre ridículo. É como se eles reservassem aos habitantes da região uma situação de quase miséria, perpetuando uma vida de sofrimento, que só quem a vive tem a consciência do sacrifício. O velho argumento de que a “vida em contato com a natureza traz felicidade” está no mesmo patamar do velho e surrado discurso, muito em voga quando do processo de industrialização do mundo, e seu consequente assalariamento da mão-de-obra, de que o “trabalho é que dignifica o homem”.

A primeira astúcia dessas instituições é sempre desconhecer que a Amazônia não está habitada apenas por indígenas, quilombolas e extrativistas que vivem no seu interior. E mesmo que se considerem os pequenos agricultores familiares que habitam o meio rural, a população amazônida que vive no interior mal chega a 20% do total. A verdade é que 80% dos quem habitam a região amazônica moram, trabalham e vivem nos seus espaços urbanos e dependem para sobreviver os meios que suas cidades propiciam. E essa população, que é a esmagadora maioria dos humanos amazônicos, exige que o pagamento dos serviços ambientais seja suficiente para financiar o direito que eles têm de uma vida digna e com padrões de conforto semelhantes aos dos humanos que habitam as partes mais desenvolvidas do planeta. Por que, não?          MISÉRIA 1O governo britânico vai conceder à Guiana financiamento no valor de US$ 77 milhões para obras de infraestrutura, como melhoria de pistas de pouso e perfuração de novos poços de água potável no país. O ministro das Finanças da Guiana, Winston Jordan, afirmou neste sábado que o montante é parte do Fundo do Reino Unido para Infraestrutura no Caribe, que conta com orçamento total de US$ 432 milhões e tem como objetivo financiar projetos de desenvolvimento em ex-colônias britânicas na região. A iniciativa foi apresentada no ano passado pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron.MISÉRIA 2Jordan afirmou que o financiamento deve ajudar a reparar diversas pistas de pouso na costa do país, que são a única forma de acessar algumas comunidades indígenas. O ministro disse ainda que o fundo deve aumentar o acesso dessas comunidades à água potável e que o valor será usado para a construção de novas estradas e pontes. A fonte dessa notícia é Associated Press, uma agência de notícias britânica.MISÉRIA 3Pela natureza, objetivo e localização dos investimentos, os leitores e leitoras da Coluna, que são inteligentes, já devem ter “sacado” qual a verdadeira intenção do governo britânico. Eles querem controlar a região e evitar qualquer aventura do governo guianense de tentar explorar o vasto potencial agrícola da região do Rupununi. E tudo isso em troca de uma migalha de US$ 77 milhões. Sim, em nível de um país, esse valor é uma miséria – não chega a R$ 300 milhões -, incapaz de provocar qualquer mudança no quadro de miséria e pobreza dos habitantes daquela região, indígenas ou não. É sempre assim. É sempre assim.ENROLADOSA história se repete. Na Câmara dos Deputados que aprovou a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mais de 150 parlamentares respondem a algum processo por desvio de recursos públicos. E quem não se lembra do que disseram suas excelências que votavam SIM, contra a corrupção. Pois bem, dos 21 senadores titulares escolhidos para a Comissão do Impeachment que vai decidir se a denúncia tem fundamento e, portanto, devem ser votadas no Plenário, nada menos que oito senadores respondem a processos por corrupção. Deles, quatro são citados na Lava Jato. Será que poderiam decidir o futuro do país?ASSINATURAE o senador brasiliense Cristóvão Buarque (PDT) foi direto ao assunto. Em entrevista a um canal por assinatura, ele disse que está inclinado a votar pela admissibilidade do impeachment. Mas, completou dizendo que, apesar disso, sentia um enorme constrangimento de ter de votar num processo cuja assinatura de aceitação na Câmara Federal é a mesma que assinou documentos que autorizaram a movimentar contas na Suíça, abastecidas com o dinheiro roubado do setor elétrico do país. E você, acha que ele tem razão?PASMACEIRAA vida de jornalista em Roraima não está fácil, especialmente para quem deseja ir além do fuxico. Os executivos, estadual e municipal não têm produzido uma pauta interessante e os legislativos seguem na mesma direção. Na Assembleia Legislativa, por exemplo, a pauta está trancada por vetos que precisam ser votados, mas os deputados estaduais não se entendem. Na Câmara Municipal de Boa Vista, a coisa não é diferente, nada de importante se discute e muito menos se vota. E no caso dos vereadores, nem parece que estamos em ano de eleição. A pasmaceira é absoluta.BR-210É uma história sem fim. Passa governo e entra governo e até hoje os habitantes do Sul do Estado, especialmente os que moram nos municípios de São Luís do Anauá e São João da Baliza, sofrem com o lamaçal na BR-210. E lembrar que, pelo que se informa através da imprensa, o Governo Federal, através do Dnit, já repassou a verba para a conclusão do asfaltamento daquela rodovia federal. Fotos do lamaçal foram enviadas por leitores de lá pedindo socorro.