Bom dia!

Muitos lutam sinceramente para juntar os parlamentares da Amazônia na busca de uma pauta comum que possa mediar o relacionamento da região com o Governo Federal. Apesar do discurso, nenhuma tentativa surtiu qualquer efeito prático. O Governo Federal não dá a menor pelota para o que pensam os políticos da Amazônia, estejam eles com mandatos legislativos ou à frente dos Executivos estaduais e municipais. Foi assim nos dois encontros promovidos pelos atuais governadores em Cuiabá e Manaus e não foi diferente neste último encontro de deputados estaduais aqui em Boa Vista na semana passada.

E por que o Governo Federal não dá a mínima importância aos políticos da região amazônica? Em primeiro lugar porque Brasília tem conhecimento de que a maioria dos parlamentares amazônicos pode ser perfeitamente “domesticada” através da indicação de cargos federais e “adoçada” com a liberação de emendas ao orçamento da União para obras que, algumas vezes, são propiciadoras de “comissões” que engordam seus patrimônios.

Brasília também sabe que nada se pode fazer na Amazônia sem que o Governo Federal dê seu aval, e esses mecanismos de controle vão desde a falta de recursos próprios dos governos estaduais para investimentos até o garroteamento de qualquer iniciativa que desagrade os burocratas federais através de mecanismos do aparato ambientalista e indigenista de quem eles são vassalos.

Sendo assim, Brasília sabe que não existe concretamente essa possibilidade de união das forças políticas da Amazônia, até porque a maioria os estados já estabeleceram um pacto de entendimento com o Governo Federal. É o caso do Amazonas, morto de satisfeito com a Zona Franca de Manaus e especialmente com o Parque Industrial de Manaus (PIM); e do Pará, também acomodado com seu modelo industrial de base (alumínio e ferro), além de um razoável modelo agro-industrial.  Também é o caso de Rondônia, com um quase consolidado modelo agroindustrial, cujas raízes só tendem a aprofundar-se.

E o resto? Bem, o resto é o resto. São pequenos e não parecem possuir lideranças com visão de Estado. São, no máximo, lideranças locais, incapazes de olhar além do umbigo.AUSÊNCIASobre a nota publicada aqui na coluna dando conta do desapreço da banca federal de Roraima com relação ao encontro de deputados estaduais da Amazônia, ocorrido em Boa Vista na semana passada, o deputado federal Remídio Monai (PR) fez questão de esclarecer: “É do conhecimento de todos que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem imprimido um ritmo intenso para atualizar a pauta. Nossa presença está sendo exigida até na sexta-feira, e como as sessões da ALE coincidem com as da Câmara, fica impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo”, disse. Está feito o reparo.NA FRENTEFaltam cerca de seis meses para que a campanha eleitoral municipal comece, de fato, a ganhar corpo. Por enquanto, a única certeza do eleitorado é que a atual prefeita Teresa Surita (PMDB) será candidata à reeleição e isso pode ser comprovado pela presença dela na mídia e nas redes sociais. Enquanto Teresa se mexe rumo à reeleição, não há no horizonte político, até agora, outra candidatura para fazer-lhe frente.POSSIBILIDADEAs poderosas antenas da Parabólica captaram informações de que nas hostes governamentais existem três nomes possíveis como candidatos do Palácio Hélio Campos à Prefeitura Municipal de Boa Vista, no próximo ano. São eles: deputados estaduais Brito Bezerra (PP) e Oleno Matos (PDT). Além deles, estaria também no páreo o deputado federal Jonathan de Jesus (PRTB). Dos três, segundo fontes da coluna, o único que tem entusiasmo explícito para enfrentar a empreitada é o deputado Oleno Matos.ASSINATURA 1Essa questão de assinaturas de apoiamento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa para apurar possíveis irregularidades na Secretaria Estadual de Saúde ainda vai dar panos para mangas. Por exemplo, na matéria publicada aqui na Folha sobre o assunto, nossa reportagem informou que o deputado Valdenir Ferreira (PV) teria sido o único parlamentar governista a não apoiar a ampliação da CPI para apurar também as administrações passadas. No dia seguinte, duas pessoas ligaram para coluna dizendo que Ferreira teria, sim, assinado a petição, uma delas foi o deputado estadual Mecias de Jesus (PRB), que é líder da banca a que está vinculado o deputado verde.ASSINATURA 2Na verdade, apesar da nota de nossa redação, o fato de a Folha divulgar que o parlamentar não havia assinado a lista de apoiamento se deu porque diante do nosso repórter, e ainda durante a sessão, Valdenir Ferreira anunciou que queria assinar o requerimento de apoio, mas foi contraditado pelo presidente da ALE, Jalser Renier (PSDC), que alegou já estar tratando de outra pauta. O assunto já estava, então, ultrapassado.      ELES SABEMDados levantados pela revista Congresso Em Foco, divulgados ontem, mostram que desde 1988, dos 500 parlamentares acusados criminalmente no Supremo Tribunal Federal (STF) apenas 16 foram condenados até hoje; cinco escaparam da punição porque os crimes prescreveram, e três ainda aguardam recursos. Nos últimos dois anos, 22% dos processos contra senadores e deputados foram arquivados por prescrição. Entenderam porque muita gente anda dizendo que está tranqüilo? Eles sabem o que fazem, e no Brasil só são punidos alguns bagres para justificar a impunidade dos tubarões.FINALMENTEOntem a Assembleia Legislativa do Estado finalmente resolveu acabar com uma excrescência criada no governo Anchieta Júnior/Chico Rodrigues, feita para acomodar, com altos salários, apaniguados eventualmente desempregados ou sem mandatos. Foi extinta ontem, por iniciativa da governadora Suely Campos (PP), a tal da Agência Reguladora de Serviços concedidos, uma arapuca com nome bonito, mas inútil e que poderia custar mais de dez milhões de reais aos cofres estaduais.