Bom dia, “Existe só uma maneira de se evitar as críticas: não fazer nada, não dizer nada e não ser nada” – Aristóteles A pedra já vinha sendo cantada desde que o Governo do Estado anunciou que não seria realizado seletivo para contratar professores. E foi isso o que aconteceu. A secretária de Educação, Selma Mulinari, teve que chamar a imprensa para informar o adiamento do início do ano letivo e a adoção de um novo calendário escolar. Apesar da impaciência com as medidas que vêm sendo adotadas pelo governo Suely Campos (PP) não só na área de Educação, mas em outros setores, a questão na rede estadual de ensino ainda é pendência de governos anteriores. Foram sete anos sem concurso público para contratar professores efetivos. O certame mais recente foi o realizado ainda por decisão do governo Ottomar Pinto (PTB), em 2007, que acabou falecendo e deixou o seu sucessor, Anchieta Júnior (PSDB), com as decisões em andamento. Mesmo assim, esse concurso não atendeu à demanda da época. Em 2011, o prazo de validade desse concurso expirou e, desde lá, foram feitos remendos com concessão de hora-aula e sucessivos seletivos. No entra e sai de secretários, nada de concurso e seguidos seletivos para tapar buraco. Em 2014, por ser ano eleitoral, foi mais conveniente para os candidatos da época prorrogar o seletivo, prazo este que venceu em dezembro passado, cuja bomba estourou nas mãos do atual governo. O resumo da ópera é que nunca houve interesse dos últimos governantes (e também dos últimos secretários) em resolver os problemas da Educação. Afinal, este setor sempre foi tratado, a cada ano eleitoral, como um grande comitê de campanha, com diretores e professores que se transformam em cabos eleitorais. Além do mais, professores não efetivos cabem muito bem nesse “projeto político” de conseguir votos, bem como representa “economia” nos gastos da Educação, pois seletivados custam menos que um concursado, sobrando grana para outros interesses que não o público. Então, precisa dizer algo mais? HOSPITAL 1 Uma jornalista que está com o filho internado no Hospital Geral de Roraima (HGR) relatou anteontem, na internet, seu terceiro dia naquela unidade de saúde. Conforme seus comentários, o cenário não mudou muito do que a imprensa vem divulgando desde o ano passado: pacientes em cima de macas nos corredores e até índios Yanomami dormindo nos corredores. HOSPITAL 2 Não se sabe por que os indígenas estavam lá, uma vez que eles deveriam receber tratamento diferenciado, conforma assinalou a jornalista, nem existe um bloco de isolamento para pacientes com doenças contagiosas, como é o caso do filho dela, que contraiu caxumba e, mesmo assim,  está internado no meio de tantos outros pacientes, a exemplo dos índios que não têm imunidade inclusive para gripe. CRIMES Embora a Polícia Civil tenha descartado que os crimes com sinais claros de execução não tenham relação com facções criminosas, há de considerar que os bandidos estão agindo de forma organizada. Será missão difícil para a polícia chegar aos autores da maioria dos crimes cometidos neste mês de janeiro. Foram pelo menos dez pessoas executadas, incluindo aqueles três cujos corpos foram encontrados com as mãos amarradas. SEPLAN Enquanto sobra troca de acusações sobre o projeto do Zoneamento Econômico e Ecológico de Roraima, o secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento, Alexandre Alberto Henklain Fonseca, ainda tenta saber o que tem em sua pasta. Ele publicou portaria criando comissão para realizar um levantamento sobre a situação dos convênios celebrados pela Seplan com órgãos do Governo Federal, entidades sem fins lucrativos e com municípios do Estado. Só depois é que as ações começaram a ser realizadas. DESESPERO A situação da população da Venezuela está perto de desespero. Começaram a ser divulgadas cenas, gravadas por celular, de brigas nas quilométricas filas para comprar alimentos. Imagens que vêm sendo compartilhadas mostram pessoas disputando frangos congelados literalmente à tapa, precisando da intervenção de militares para não deixar a situação fugir do controle.   PRODUTOS O curioso é que, enquanto os venezuelanos passam por extremas necessidades e os brasileiros ficam proibidos de comprar vários itens naquele país, em Boa Vista é farta a quantidade de produtos contrabandeados da Venezuela e que são comercializados nas feiras-livres e até em boxes do complexo Caxambu. DENÚNCIAS 1 Algo muito estranho tem ocorrido no Município de Rorainópolis, no Sul do Estado. Desde os primeiros dias de janeiro que o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) vem determinando abertura de procedimento investigatório criminal para apurar denúncias de violência praticada supostamente por polícias militares. Foram pelos menos três casos relatados só no início deste mês. DENÚNCIAS 2 A situação chegou a um nível, que o MP recomendou a adoção de medidas e normas, para o momento em que a Polícia Militar entregar presos para a Polícia Civil, como horário e motivo da prisão, identificação do executor da prisão, horário de chegada à delegacia, se o preso foi conduzido para o quartel da PM e formalização de relatos de tortura, coação ou outras agressões. Na recomendação, o Ministério Público afirma que recebeu informações de “graves práticas de abuso de autoridade, tortura e outros crimes”.