Bom dia!Ontem comentamos aqui o perigo de a opinião pública brasileira estar voltada para os Jogos Olímpicos, enquanto que políticos denunciados como envolvidos na corrupção revelada pela Operação Lava Jato estão atuando nos bastidores de Brasília, indicando nomes para o preenchimento de cargos dos segundo e terceiro escalões do governo federal. Pois bem. Ainda ontem a imprensa nacional noticiou a nomeação de Luis Henrique Hamann para a diretoria de distribuição da Eletrobras, por indicação do notório senador Romero Jucá (PMDB), já réu por indícios de corrupção em vários processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal.
Luis Henrique Hamann é engenheiro dos quadros da Eletronorte e já foi indicado para ocupar outros cargos no setor elétrico federal, também indicado por Jucá. Em 2011, ele foi afastado de uma diretoria de Furnas quando começaram a vir à tona as notícias da roubalheira naquela estatal, praticada por diretores indicados pela cúpula do PMDB.
Posteriormente, em 2013, Jucá o indicaria para a presidência da Companhia Energética de Roraima (CERR), quando José de Anchieta Júnior (PSDB) era governador. Na empresa estadual, que estava destinada a ser vendida para a Eletrobras, Hamann comandou uma gastança de cerca de R$ 800 milhões para sanear a CERR, recursos que o contribuinte de Roraima vai ter de pagar. Hoje a CERR não é mais concessionária de energia elétrica pela ANEEL, e continua quebrada. Ultimamente, Luis Henrique era o presidente da Eletrobras Distribuidora Roraima.ESPERANÇA 1Como é de conhecimento público, o senador Romero Jucá chegou a ter a prisão pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, posteriormente negada pelo ministro-relator da Lava Jato, Teori Zavascki. Também é do conhecimento público que o setor elétrico federal, entregue desde o governo de Lula da Silva (PT) ao PMDB, está falido devido ao monstruoso esquema de corrupção montado pelos caciques peemedebista, especialmente a Eletrobras. Todos sabem que empreiteiros e executivos de empreiteiras já denunciaram Jucá como receber de propinas relativas a obras do setor elétrico federal.ESPERANÇA 2Como acreditar que a Operação Lava Jato possa se transformar em instrumento de transformação e de combate à corrupção no uso de dinheiro público na medida em que os mesmos políticos que aparelharam as estatais para roubar o Erário continuem a agir como se nada temessem. Dá para imaginar que o governo interino de Michel Temer (PMDB) estará comprometido com a probidade se ainda em situação de interinidade está pouco se ligando para a Justiça e para a opinião pública?VISITAO líder indígena David Kopenawa Yanomami esteve em visita, ontem à tarde, à governadora Suely Campos (PP). Foi discutir o apoio do governo estadual ao Projeto Ajarani, uma experiência embrionária que pretende começar a introduzir a pecuária bovina entre os índios Yanomami. A região do Ajarani foi ocupada por várias décadas por fazendas de pecuária que lá deixaram cerca de 35.000 ha de pastagens formados. Os índios querem agora aproveitar essas pastagens para produzir proteínas de origem animal, que a caça já não propicia.ASSEMBLEIADurante a visita do líder indígena Davi Yanomami ao Palácio Hélio Campos, a governadora prometeu a doação de gado bovino, sementes de culturas de curto ciclo (milho, feijão e arroz) e outros materiais (kit de irrigação e poço artesiano) para a implantação do Projeto Ajarani. Suely Campos também confirmou sua presença na Assembleia Geral do Povo Yanomami, a ser realizada em outubro na região do Catrimani.DEFESAEm almoço realizado na terça-feira, 27, na sede da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), com a presença do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o vice-governador de Roraima, Paulo César Quartiero, pediu a suspensão da interdição do Matadouro Frigorífico de Roraima (MAFIR). Quartiero alegou que o governo do Estado está sem recursos para melhorar as condições daquela unidade, e disse ainda que tais gastos não se justificariam, uma vez que em breve entrará em operação um novo matadouro, agora privado, com todas as condições, inclusive para exportação de carne desde Roraima.NO INTERIORSe na eleição para a Prefeitura de Boa Vista pode haver algum consenso no interior das bancadas na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), isto é, deputados da base de apoio da governadora Suely Campos apoiando a candidatura governista; e deputados liderados pelo presidente Jalser Renier (Solidariedade) apoiando a reeleição da prefeita Teresa Surita (PMDB), via Romero Jucá; no interior a briga é intensa. Deputados estaduais da mesma base apoiam candidatos diferentes. Isso pode, mais tarde, trazer consequências na composição dos blocos no interior da ALE.BLOCOSAgora parece que não há mais volta, apesar de a maioria das convenções partidárias estarem marcadas para 5 de agosto, último dia para realizá-las: a vereadora Aline Rezende (PRTB) deve mesmo ser a candidata a vice na chapa governista que vai disputar a eleição para a Prefeitura de Boa Vista.O cabeça deverá, segundo fontes da Coluna, ser mesmo o ex-senador Mozarildo Cavalcanti (PTB). E todo esse arranjo eleitoral deverá levar para a base do governo da ALE o deputado estadual Gerson Chagas (PRTB), que é o primeiro vice-presidente daquela Casa Legislativa.