Bom dia!A Folha tem mostrado nas últimas semanas, vários casos de pessoas que buscam saída para vencer a crise que se abate sobre o estado, especialmente pela falta de emprego. São iniciativas simples, que vão desde o artesanato indígena até o beneficiamento de matérias-primas locais. Evidentemente, que nenhum dos casos publicados tornou rico seu protagonista, mas todos são indicativos de que existem possibilidades capazes de trazer desenvolvimento econômico para Roraima, além da decantada e histórica vocação do estado para a produção agropecuária.

Quem se der ao trabalho de estudar um pouco sobre a realidade estadual não vai deixar de perceber que, por determinação do Governo Federal (Estado Nacional), a superfície territorial de Roraima foi retalhada com a criação de espaços protegidos, da mais variada natureza, que vão desde as Terras Indígenas, Unidades de Conservação, Reservas Legais, Áreas de Proteção Permanentes e áreas inaproveitáveis. Esses espaços protegidos somam mais de 93% da superfície territorial roraimense, restando como área disponível para todas as demais atividades humanas tradicionais algo em torno de 7%.

Se essa territorialização imposta, como a omissão de quase toda a classe política local, não torna inviável a produção agropecuária estadual, pelo menos tira desta atividade econômica a condição de principal vetor de desenvolvimento para Roraima. Isso implica que está na hora de os roraimenses começarem a pensar noutras possibilidades para tirar o estado da dependência econômica quase total da economia do contracheque chapa branca. As matérias da Folha indicam apenas uma vereda, mas podem levar ao encontro de uma boa estrada.AGENDAQuem assiste e acompanha o noticiário da imprensa, nacional e local, não deixa de estranhar como a agenda dos brasileiros, ou pelo menos dos políticos e administradores públicos brasileiros está fora de sintonia, frente a nossa triste realidade. Enquanto amargamos um desemprego que está entre os três maiores do mundo, os políticos estão empenhados na disputa pelas presidências do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, enquanto os governadores concentram suas atenções na administração da população penitenciária, não dando prioridade para a formulação de políticas públicas para a geração e renda e emprego.TIRANDOOntem, domingo, durante o programa Agenda da Semana da Rádio Folha, um ouvinte, que trabalha no setor da construção civil, ligou para reclamar que os operários roraimenses estão sendo substituídos nas obras por pessoas estrangeiras que se dispõem a trabalhar por um salário menor e sequer exigem a assinatura da carteira de trabalho. “Nós já estávamos sofrendo com a crise, agora o sofrimento está ampliado pela perda do restinho de emprego que existia, por conta desses migrantes estrangeiros”, disse o ouvinte. Tai, um tema para ser enfrentado pelas chamadas autoridades competentes.ENERGIANa Folha e na Rádio Folha está chovendo de mensagens, por telefone, e-mails e cartas encaminhadas por moradores dos municípios do interior do Estado, todas reclamando e denunciando que a qualidade no fornecimento de energia elétrica para essas comunidades interioranas piorou desde que a Eletrobras substituiu a Companhia Energética de Roraima (CERR). Ontem, por exemplo, uma leitora que mora no Mucajaí disse que boa parte da cidade estava às escuras, por volta das oito da noite.MUDOUOs chamados movimentos sociais, alguns até mais ou menos sérios, ainda não atentaram para o fato de que a esquerda perdeu o controle do Governo Federal com a cassação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A esquerda petista sempre comandou nos governos Lula e Dilma, os órgãos federais que comandam a destinação de terras públicas e em quase 13 anos esses movimentos receberam muito apoio, estímulo, e até dinheiro público do Governo Federal. Isso acabou. Michel Temer (PMDB) é um político de direita e conservador sendo claro que o Governo Federal tem outros olhares para os movimentos sociais. Isso faz a diferença, que muitos ainda não enxergaram.SITUAÇÃOE os prefeitos de municípios do interior de Roraima continuam tentando mostrar um quadro de descalabro que encontraram nas prefeituras. Em vez de mandar apurar as razões do caos, pedindo ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) que os responsáveis sejam punidos exemplarmente, alguns dos novos prefeitos preferem assinar decretos de emergência financeira, que não produzem juridicamente qualquer efeito e pode induzi-los a praticar irregularidades como base nesses diplomas inúteis. O melhor é chamar a população para conversar e mostrar a realidade orçamentária/financeira e arregaçar as mangas para trabalhar no que é possível.SILÊNCIONo segundo semestre de 2016, os políticos locais, dentre eles senadores, deputados federais e deputados estaduais fizeram muito barulho em torno do aumento da tarifa de energia elétrica, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e cobrado pela Eletrobras Distribuidora Roraima. Pois bem, alguns Mandados de Segurança foram protocolados na Justiça, que concedeu Liminar na Primeira Instância, proibindo a cobrança da nova tarifa, que foram caçadas pelo Tribunal Federal da 1ª Região. Desde o mês passado, os consumidores boa-vistenses estão pagando parcelas daquele aumento, em alguns casos impossíveis de pagar, e os políticos fazem um silêncio sepulcral.

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