Bom dia, Com as convenções partidárias de sábado (28/07) e de domingo (29.07), ontem, as opções de candidaturas ao governo do estado que serão submetidas à escolha dos eleitores e das eleitoras de Roraima vão estar quase completas. Mesmo que ainda faltem os registros das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), ainda sujeitos a pedidos de impugnação por parte do Ministério Público Eleitoral (MPE), ou de outros partidos e coligações, são candidatos a comandar o Palácio Hélio Campos: o engenheiro e ex-governador Anchieta Júnior (PSDB); o empresário Antônio Denarium (PSL); o funcionário público federal Fábio Almeida (PSOL); o economista e senador Telmário Mota, por ordem alfabética dos nomes.

Faltam ainda confirmar seus nomes nas convenções de seus respectivos partidos, o professor, empresário e pastor Douglas Alves (Avante); e a governadora Suely Campos (Progressistas), que é formada em letras pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). Ambos parecem enfrentar problemas internos em seus partidos; Douglas chegou a ter sua candidatura ao governo questionada, e teve de desmentir que teria dela desistido. A governadora, embora não tenha questionada sua postulação à reeleição, enfrenta a indecisão do presidente regional do Progressistas, o deputado Federal Hiran Gonçalves, que oscila entre a reeleição e uma possibilidade de disputar o Senado Federal, o que alteraria os entendimentos já alinhavados pela coordenação da campanha governista.

Como o prazo final para a realização de convenções para a indicação de candidatos é o próximo dia 05.08 (próximo domingo) é possível que os nomes de Douglas Alves e da governadora Suely Campos como candidatos sejam confirmados até o próximo sábado (dia 04.08). E a partir daí, teremos o rol completo das candidaturas ao governo estadual, o que ensejará a possibilidade de que os eleitores comecem efetivamente a definir suas preferências eleitorais. Até agora, a pré-campanha que todos já estão empenhados, faz algumas semanas, foi apenas um aquecimento para a campanha que começa a partir da próxima semana.

ENTREVISTAS A Rádio Folha, através do programa Agenda da Semana já começou a entrevistar os candidatos escolhidos nas convenções. Por sorteio, os primeiros entrevistados, ontem, domingo (29.07) foram o ex-governador Anchieta Júnior e o servidor público federal Fábio Almeida. Os dois dispuseram de 90 minutos para falar de suas propostas de governo. E ficou claro a diferença ideológica entre dois candidatos com Anchieta propondo reformas que aumentem a eficiência da máquina pública na prestação dos serviços públicos, enquanto Fábio Almeida, o único candidato declaradamente de esquerda, propõe mudanças mais profundas, como por exemplo uma redução drástica na terceirização de vários serviços públicos, com a realização de concursos para a contratação de servidores efetivos para o lugar dos terceirizados.

FIADOR Ao ser questionado sobre a aliança com o notório senador Romero Jucá (MDB), um ponto que vai ser recorrente durante sua campanha, o ex-governador Anchieta Júnior não fez questão de esconder que aceitou Jucá em seu palanque em virtude de seu entendimento com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), deputado estadual Jalser Renier (SD). Anchieta disse que desde quando decidiu disputar o governo do Estado procurou se aproximar de Jalser, e da bancada de deputados estaduais que ele lidera. Muitos desses parlamentares, inclusive o próprio Jalser, já tinham compromisso em apoiar a reeleição do notório Romero Jucá, e para não perder esse apoio, Anchieta o aceitou como um dos candidatos ao Senado Federal em seu palanque.

CLIMA 1 Aliás, o candidato Anchieta Júnior vai ter que administrar problemas de relacionamento entre as principais lideranças que o apoiam. É o caso, entre outros, da arenga quase pública, entre o deputado estadual Jalser Renier e a prefeita de Boa Vista Teresa Surita (MDB). Durante a convenção dos partidos, sábado, no Centro de Tradições Gaúchas (CTG), essa idiossincrasia restou muito clara entre os dois principais aliados de Anchieta. A prefeita fez uma rápida fala, em que disse apoiar o candidato ao governador, e logo depois abandonou o palanque sem ouvir os demais discursos. Jalser falou mais tempo, e já sem a presença de Teresa Surita no palanque.

CLIMA 2 Para quem é observador das reações e dos discursos de políticos, o azedamento da relação entre o presidente da ALE e a prefeita de Boa Vista ficou claro no conteúdo das falas de cada um. Teresa disse que o apoio à candidatura de Anchieta deveria ser feito sem vaidade, e com empenho. Disse e foi embora. Jalser parece ter colocado a carapuça, e depois de citar a atual mulher de Romero Jucá, Rose, e não se referir a Teresa Surita, disse que quem fala sobre vaidades deveria ser mais humilde, lembrar das experiências passadas. Lembrou ainda que existe uma enorme diferença entre a campanha de palanque, e a efetiva participação no pedir votos dos mais humildes.

CLIMA 3 Um político que esteve presente ao CTG, no sábado, disse a Parabólica que ao se referir sobre as lições do passado, Jalser Renier estava querendo se referir às eleições de 2014 quando o mesmo grupo político foi literalmente derrotado por conta da animosidade existente entre várias das lideranças presentes no palanque, do então candidato ao governo Chico Rodrigues, que tinha como vice, o filho do notório Romero Jucá. À época, Anchieta, então candidato ao Senado Federal, teve seu tapete puxado por Jucá e Teresa Surita, que depois de anunciarem apoiá-lo pediram votos abertamente para Luciano Castro.