Bom dia!
Estamos chegando ao final do julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal. E, por isso mesmo, faz sentido daqui, da Parabólica, fazer uns comentários sobre o cenário em que transcorreu todo esse longo processo. Primeiro, vamos começar pela posição da bancada federal que representa o povo de Roraima na Câmara. Como se lembram nossos leitores, sete dos oito deputados federais votaram pela admissibilidade do processo naquela sessão presidida pelo deputado federal, quase cassado, Eduardo Cunha (PMDB). Apenas o deputado federal Édio Vieira Lopes (PR) votou contra o pedido de impeachment de Dilma.
Estamos escrevendo sobre essa votação para lembrar que Dilma acabara de demonstrar total vontade política de resolver dois grandes problemas estruturais que amarram o desenvolvimento de Roraima: a construção do Linhão de Tucuruí e a transferência das terras da União para o Estado. Em ambos os casos, Dilma teve a coragem que Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva nunca tiveram para enfrentar o aparato internacional e nacional, que já conseguiu pela omissão dos dois num estado indígena/ambientalista.
Dilma, ao contrário, todos sabem, determinou que a Funai não atrapalhasse mais a construção do Linhão de Tucuruí e mandou que o Ibama e o ICMBio deixassem de lado aquela esdrúxula ideia do Parque Nacional Lavrado. Ambas as questões são fundamentais e absolutamente necessárias para Roraima sair de minguante economia do contracheque chapa branca. Recebeu como gratidão a quase totalidade dos votos dos representantes roraimenses na Câmara. Em tempo: até hoje o governo Temer não moveu uma palha para enfrentar o aparato de que falamos acima.VENEZUELANOSSegundo pesquisas da Coluna, a crise do governo bolivariano já expulsou rumo a Roraima cerca de 25 mil venezuelanos. Depois de declarar que o amparo a esses refugiados era de responsabilidade do Governo Federal – conduta também seguida pela Prefeitura de Boa Vista -, o Governo do Estado decidiu adotar medidas para ajudar “los hermanos”. A primeira medida a ser adotada será a decretação de Estado de Emergência, tal como feito pelo governo acreano, quando da chegada em massa de haitiano àquele Estado.LEVANTAMENTOHoje, o governo estadual estará mandando técnicos da Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabs) e da Defesa Civil para a cidade fronteiriça entre o Brasil e Venezuela, Pacaraima, para fazerem um levantamento completo do número de venezuelanos, incluindo adultos, jovens e crianças. A primeira medida emergencial que está sendo pensada é a distribuição de barracas de campanha e banheiros químicos para os casos mais graves, entre eles idosos e crianças.COMUMPor falar em venezuelanos, eles e elas podem ser vistos pedindo esmola ou vendendo bugigangas em quase todos os cruzamentos mais movimentados da cidade de Boa Vista. A eles se somam os desempregados roraimenses, que são muitos. Na quinta-feira passada, 25, um dos nossos redatores contou nada menos que 22 deles apenas no cruzamento das avenidas Venezuela e Mário Homem de Melo. Eles vendem de tudo e têm até limpadores de parabrisas.TROCAO Conselho de Administração das Centrais Energéticas de Roraima (CERR) tem reunião marcada para logo mais, às 9 horas. A expectativa é de que sejam adotadas algumas mudanças na direção da empresa, conforme já foi anunciado na semana passada aqui mesmo, na Parabólica. O engenheiro e ex-deputado estadual Augusto Alberto Iglesias Ferreira, que já foi presidente da CERR, assume de novo a presidência da empresa, no lugar do também engenheiro Antônio Carramilo Neto, atual presidente, que vai ser deslocado para a Diretoria Operacional.EM VIGORA Lei Complementar Nº 246/2016, de autoria do deputado estadual Jânio Xingu (PSL), a chamada Lei do Mandato Classista, já começou a produzir efeitos práticos. Os primeiros sindicatos beneficiados com a nova lei serão os dos técnicos do Departamento Estadual de Trânsito (Sindetran) e do dos servidores do quadro geral do Estado, o Sintraima. Aliás, o presidente interino do Sintraima, Antônio Leal, fez o pedido de licenciamento para exercer o mandato sindical e foi atendido pelo Governo do Estado.FELIZESDe um leitor da Parabólica recebemos email, com pedido de publicação: “Os canalhas, como a Coluna gosta de chamar os corruptos, estão felizes e exultantes. Afinal, com as atenções voltadas para o Senado Federal, que dá os últimos retoques na cassação do mandato de Dilma Rousseff, e a lerdeza com que o Supremo Tribunal Federal toca os processos contra os parlamentares denunciados nas várias operações comandadas pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal, eles estão cada vez mais confiantes de que sairão imunes. Continuarão roubando o dinheiro público”, diz a mensagem. Está feita a publicação.GRAVENão está sendo fácil a vida da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) em função dos atrasos no repasse do duodécimo a que tem direito aquele poder. Em julho, o governo repassou cerca de R$ 7 milhões a menos e, em agosto, cujo repasse deveria ter ocorrido até o dia 20, a situação foi mais grave ainda: até ontem, nenhum centavo foi repassado pelo governo.