Bom dia,

As coisas andam muito confusas neste Brasil de final de governo Michel Temer (MDB), e de uma eleição presidencial indefinida. Esse imbróglio do leilão para vender distribuidoras do Norte e Nordeste, que hoje estão sob controle da Eletrobras, é um exemplo da barafunda em que estamos todos metidos. Na terça-feira (28.08), o notório senador Romero Jucá (MDB) anunciou ter concluído seu parecer ao Projeto de Lei, já aprovado na Câmara dos Deputados, que destrava o processo de venda dessas distribuidoras. Como a matéria tramita em regime de urgência, sua votação no Plenário do Senado Federal deve ocorrer no começo da segunda semana de setembro próximo, a pouco menos de 30 dias das eleições presidenciais.

Uma dessas distribuidoras a ser vendida é a Boa Vista Energia, que já distribuía energia elétrica no entorno de Boa Vista, e que desde janeiro de 2017 substituiu a Companhia Energética de Roraima (CERR) na transmissão e distribuição desse insumo para todos os outros 14 municípios interioranos roraimenses. E pasme, leitor da Parabólica, o leilão para vender essa empresa vai acontecer daqui a pouco. Isso mesmo, se não houver qualquer medida liminar oriunda do Supremo Tribunal Federal, ainda hoje, estará inapelavelmente vendida, por R$ 50 mil, a Boa Vista Energia que hoje atende um mercado de mais de 500 mil pessoas.

E o que parece esquisito nisso tudo? Em primeiro lugar, como explicar que essa venda ocorra sob o comando de um governo que está apenas quatro por terminar? O que está por traz dessa pressa inexplicável? Afinal, como ainda deverá ser elaborado o contrato, é possível que até o final do mandato de Temer essa venda não venha a ser concretizada, e nesse caso, como ficaria tal venda, se o futuro presidente decidir anulá-la? Com tantas pendências, mesmo os que defendem a privatização de algumas empresas federais no Brasil, e que não tenham interesses nada publicáveis, recomendam que essas vendas sejam deixadas para o próximo governo.

E não estamos falando da questão legal. Os especialistas podem explicar, mas o cidadão de mediana informação não consegue entender que a venda dessas distribuidoras possa ocorrer antes do Senado Federal aprovar a lei que a autoriza? Como entender o descumprimento de uma liminar dada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que recentemente proibiu o governo de vender estatais sem a competente autorização legislativa? É claro, os defensores dessas vendas a toque de caixa, devem ter descoberto alguma brecha na legislação que lhes estão permitindo vender patrimônio público bilionário a preço de banana. Eles são imbatíveis nessa matéria de encontrar meios para atingir seus objetivos.

RECOMENDAÇÃO Juízes e técnicos do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) estão preocupados com os efeitos eleitorais decorrentes de uma estratégia que está sendo utilizada por cabos eleitorais de um certo candidato, que aconselha eleitores de adversários seus a não exercer o direito do segundo voto para o Senado Federal. Eles estimulam esses eleitores a votarem as duas vezes no mesmo candidato, o que evidentemente anula aquele voto. A ideia do candidato é evitar o máximo possível a votação, em segunda opção do eleitor. Na verdade, se alguém deseja votar num único, ou numa única candidata ao Senado Federal, deve deixar o segundo voto em branco. Tem gente, efetivamente, preocupado com a tendência vista nas ruas e nas redes sociais.

LOTADO Uma mãe, de classe média, ligou, ontem (quarta-feira), para a Parabólica fazendo o seguinte relato: “Levo sempre meus filhos para serem vacinados no posto médico de São Pedro. Em anos anteriores, sempre encontro menos de dez pessoas por lá, o que reduz o tempo de espera para algo em torno de meia hora. Hoje, para minha surpresa quando lá cheguei, por volta das 13h30, deparei com a presença de mais de 50 pessoas, sem contar as crianças. Havia mães brasileiras e mães venezuelanas, e o tempo de espera não era menor que duas horas. Essa é definitivamente a prova de que o Governo Federal falta com a verdade ao dizer que os migrantes estão sendo atendidos pelas Forças Armadas”, disse a mãe brasileira, que é leitora da Parabólica.

POLIAMOR Essa é para ver como as coisas estão caminhando neste Brasil velho de guerra. Segundo fontes de Brasília, os “progressistas” estão preparando as baterias para levar à discussão no Supremo Tribunal Federal, que hoje cria legislação mais que o Congresso Nacional, da questão do “Poliamor”, que vem a ser o direito das pessoas de manterem relações amorosas entre mais de três pessoas. E não se pense que estamos falando de algo improvável. Quem viver,verá.

BATALHÃO Tem político endinheirado que detesta ser contestado. Leitor da Parabólica que anda quase que diariamente no Tribunal Regional Eleitoral de Roraima diz que apenas um candidato nas próximas eleições tem atuando por lá cerca de 20 advogados e advogadas. Eles acompanham tudo que sai na imprensa procurando qualquer brecha para peticionar por direito de resposta, ou mesmo impor multas às empresas jornalísticas. Catam também qualquer erro, mesmo formal de pequena monta, na propaganda eleitoral de seus adversários. É o exercício do poder econômico que macula a democracia.

COTA E o Governo Federal continua procurando uma forma de dizer que enfrenta com vontade política a questão migratória de venezuelanos para Roraima. Agora vem essa história da distribuição de senhas para organizar o fluxo de pessoas que entraram diariamente por Pacaraima. Não vai pegar.