Bom dia,

Poucas semanas são tão decisivas para o futuro próximo dos brasileiros e das brasileiras como esta que se inicia, de fato, hoje. Entre outras coisas, os onze ministros do Supremo Tribunal Federal devem decidir, até sexta-feira próxima, se vão abrir as portas para que os advogados da maioria dos condenados em primeira e segunda instâncias, no âmbito da operação Lava Jato, possam pedir anulação de suas respectivas condenações. A alegação de todos será baseada na decisão tomada pela maioria dos mesmos ministros, que estabelece por norma processual que os réus delatados sejam ouvidos depois dos colaboradores delatores. Vai todo mundo para casa, inclusive, alguns traficantes.

Se a decisão daqueles ministros e ministras for mesmo de que a decisão pode ser aplicada a todos os casos, onde os réus foram ouvidos antes dos delatores, estará decretado, na prática, o fim da Lava Jato. Teremos, por isso mesmo, “estancado a sangria” daquela operação que revelou o maior escândalo de corrupção do mundo. Afinal, não foi sem razão que um daqueles alcançados pelas denúncias, sempre se manteve lampeiro, convicto de que os ministros da Suprema Corte eram todos “acessíveis”, à exceção de Teori Zavascki, morto num acidente aéreo.     

JULGAMENTO

Esta chegou à Parabólica por volta das 21h de ontem, domingo. Amanhã, terça-feira (01.10), serão ouvidas as últimas testemunhas arroladas pela defesa do governador Antonio Denarium (PSL) na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) que tramita contra ele e o vice-governador, Frutuoso Lins, no Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). Depois dessas oitivas, as partes – Democratas e PSDB – e a defesa de Denarium apresentam as alegações finais, o que permitirá que o processo seja encaminhado ao Ministério Público Eleitoral para parecer. Depois disso, é só marcar a sessão de julgamento.   

BADERNA

Em telefonema à Radio Folha FM 100.3, na manhã de ontem, domingo (29.09), o deputado estadual Nilton do Sindpol (Patriotas) disse que esteve neste final de semana viajando pelo Sul de Roraima. “Na cidade de Baliza pude presenciar dezenas de imigrantes venezuelanos embriagados e fazendo baderna. E o pior é que se pode dizer que o contingente, tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, é praticamente inexistente”, disse o parlamentar. Ele também disse que não aceita mais as desculpas do governador do estado, que atribui tudo à crise financeira.

SUPREMO

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Francisco Filgueira, disse que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) abre caminho para que governos estaduais mantenham servidores públicos sem reajuste salarial, mesmo que a simples correção do resíduo inflacionário, desde que seja apresentada justificativa de que não existem recursos para tal. No caso de Roraima, a maior parte dos servidores, especialmente dos níveis salariais mais baixos, está sem qualquer reajuste desde 2016. Uma defasagem de poder de compra que chega próximo a 20%.

NÃO CUMPRE

Na mesma entrevista dada à Rádio Folha FM 100.3, ao programa Agenda da Semana, de ontem, domingo (29.09), o sindicalista Francisco Filgueira revelou um detalhe que, por certo, não é do conhecimento da maioria das pessoas: em todos esses anos (2016 a 2019) os deputados estaduais sempre aprovaram dotação orçamentária para que o Poder Executivo pudesse pagar reajuste aos servidores do estado. Filgueira disse que o problema é que o governo estadual se nega a cumprir o Orçamento. Ele se referiu ao fato de que, à exceção dos limites impostos por lei e das emendas dos próprios parlamentares, a Lei Orçamentária Anual (LOA) é meramente autorizativa, ou seja, fixa tetos máximos para os poderes. Não os obriga a executar os recursos programados.

DIÁLOGO

Depois da troca pública de farpas entre o delegado-geral da Polícia Civil, Herbert de Amorim, e o presidente do Sindicado dos Policiais Civis de Roraima, Leandro Almeida, através da Rádio Folha FM 100.3, tudo indica que as coisas começam a andar com mais normalidade entre os dois. Com a participação do deputado estadual Nilton do Sindpol, Herbert de Amorim e Leandro Almeida sentaram-se à mesma mesa para afinarem suas posições e, mesmo que continuem atuando de forma independente, disseram que vão buscar posições contributivas para melhorar o desempenho da Polícia Civil do estado. 

NOVOS TEMPOS?

Faz alguns dias está estacionada em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-174, entre Boa Vista e Mucajaí, uma carreta carregada com um imenso guindaste, com aparência de pouco uso. A Parabólica não conseguiu saber do proprietário daquele equipamento, mas como você pode ver na primeira página de hoje do jornal – na seção “Olha o que a Folha Viu” –, aquela cena pode significar que a capital roraimense parece ter entrado na era do crescimento vertical. Grandes projetos habitacionais na forma de torres de apartamentos começam a aparecer. E o melhor, por conta da iniciativa privada.

SEMANA

A Parabólica faz o registro por conta da importância do evento para o futuro do estado. Começa amanhã, terça-feira (01.10), a XIII Semana de Matemática de Roraima, promovida pelo Departamento de Matemática da Universidade Federal de Roraima, que este ano completa 30 anos, formando professores e bacharéis em matemática. O evento vai até sexta-feira (04.10) e tem uma pauta recheada de temas e discussões sobre a matemática e sua relação com outras ciências. O evento é aberto ao público; a inscrição é gratuita – você pode ver como se inscrever na edição de hoje da Folha – e até ontem, domingo, já existiam mais de 200 candidatos. É raro ter em Roraima encontros para discutir ciência. Quase sempre as discussões, por aqui, são marcadas por questões ideológicas.