Bom dia,
Muita gente, sobretudo na imprensa, ainda não absorveu os resultados da eleição no Brasil. Ontem, o novo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que se elegeu alinhado com as ideias do presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que se policiais virem bandido portando fuzis devem ter o direito de abatê-los. Os repórteres que entrevistavam o novo governador reagiram dizendo-se indignados sob o argumento de princípios defendidos no âmbito dos direitos humanos. Foi o bastante para que as instituições internacionais ligadas ao regime de direitos humanos, operado pela ONU e suas instituições, condenassem o novo governador, que é juiz de origem.
O episódio envolvendo o governador eleito do Rio de Janeiro é apenas o primeiro de muitos que deverão acontecer com a posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República. O novo presidente nunca escondeu, ao contrário, prometeu aos seus mais de 57 milhões de eleitores que endureceria o combate contra a bandidagem que infelicita os mais de 207 milhões de brasileiros e brasileiras, com um nível de violência nunca visto no Brasil. Derrotados nas urnas, os defensores dos direitos humanos a qualquer custo deverão buscar socorro nesses órgãos internacionais.
É claro, nenhum democrata vê com bons olhos qualquer excesso de violência, mesmo aquela praticada contra gente que não hesita em matar, muitas vezes para roubar um aparelho celular, ou o pouco dinheirinho que os idosos sacam de um caixa automático de um banco. Mas, negar às forças policiais estatais – o Estado tem o monopólio da violência – o direito de reagir a bandidos armados é querer que o país continue refém de uma violência que parece não ter fim.
TARIFAÇO 1
Uma das maiores críticas que o governo Michel Temer (MDB) fez do governo de sua antecessora, Dilma Rousseff (PT), foi a de que ele segurou a tarifa da energia elétrica durante o ano eleitoral (2014) para ganhar votos e segurar os índices de inflação. Com essa política, as empresas do setor elétrico do país teriam tomado um enorme prejuízo, especialmente as estatais federais, que teriam falido por causa do congelamento. Passada a eleição veio um cavalar aumento dessas tarifas, jogando no colo do consumidor a responsabilidade para pagar pela irresponsabilidade do governo.
TARIFAÇO 2
Ontem, terça-feira (30/11), dois dias depois da eleição, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão do governo federal encarregado de fiscalizar as empresas do setor elétrico brasileiro, inclusive, definindo a política tarifária, autorizou a Boa Vista Energia, ainda estatal, a reajustar a tarifa de energia elétrica fornecida aos roraimenses em cerca de 40%, para uma inflação anual que mal chega aos 4,5%. Um tarifaço que vai cair no colo dos consumidores, que seguramente vão ter enorme dificuldade de pagar a conta de energia no final de cada mês. A desculpa para o tarifaço é de que parte dele deveria ter sido dado ano passado. A história se repete, caindo sempre nas costas do consumidor.
CAMPANHA
Tem muita gente que não quer sair de jeito nenhum de cima do palanque. Todos votaram, os que não o fizerem foi por livre e espontânea vontade, os resultados já foram divulgados; e já temos um novo governador, um novo presidente, novos senadores, deputados federais e deputados estaduais. Mesmo assim, os que vivem de política e de enganação ainda querem prorrogar efeitos de fatos que aconteceram na eleição para justificarem o próprio fracasso nas urnas. É uma gentezinha que merece ser varrida da política e jogada no lixo da história. Pra um bom entendedor, meia palavra basta.
AGITADA
A semana que se seguiu ao dia da eleição em segundo turno está sendo marcada por muita movimentação em Brasília. Além do governador eleito Antonio Denarium (PSL), os deputados e senadores, ainda no exercício do mandato, recebem solicitações de dirigentes de órgãos federais e estaduais para indicarem emendas, individuais e de bancada, ao orçamento do governo federal. Cada parlamentar tem direito a indicar cerca de R$ 17 milhões de emendas individuais, cuja liberação é obrigatória pelo governo federal; enquanto a bancada (os 11 parlamentares) tem direito de indicar dez emendas coletivas, que podem chegar a centenas de milhões de reais. É grana, para Dedéu, diria nosso mestre Afonso Rodrigues, colunista cá da Folha.
SEBRAE
As informações não são fáceis de serem obtidas, mas fontes da Parabólica dizem que a eleição para a nova diretoria do SEBRAE-RR deve ocorrer no começo de próximo mês de dezembro. Serão eleitos o presidente do Conselho Deliberativo, o superintendente, um diretor administrativo/financeiro e um diretor técnico. O colégio eleitoral é composto de 15 eleitores, entre instituições privadas e públicas. As mesmas fontes indicam que as articulações andam a todo vapor por esses votos. As entidades privadas controlam de 8 dos 15 votos; o governo estadual 2 e o governo federal os restantes votos (5).
DOMÍNIO
Pelo menos a Superintendência, na diretoria do SEBRAE-RR, virou feudo familiar. Contados os anos que a função foi exercida pelo filho do notório senador Romero Jucá (MDB), Rodrigo Jucá; e os outros que se seguiram com sua ex-enteada Luciana Surita, à frente do mesmo cargo, já faz mais de 12 anos consecutivos de reinado absoluto. É pouco crível que num país que se diz democrático essa prática ainda seja tolerada.