“Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país”. (John Kennedy)
As dúvidas podem fazer de você um duvidoso. Que é o que acontece com quem pergunta por perguntar. Tenho três exemplos marcantes, de quem não sabe perguntar. O primeiro foi no Rio de Janeiro, no início da década dos cinquentas. Eu namorava a Salete e ela morava no Rio e eu em São Paulo. Eu a visitava a cada quinze dias. Naquele dia precisei ir à Rua dos Andradas. Na calçada estavam taxistas sentados em banquinhos de madeira, que era a moda da época, e falando alto. Aproximei-me para perguntar onde ficava a Rua dos Andradas. Mas, na conversa, um dos taxistas falou para o colega:
– Eu não falo mais. Nunca mais. Um dia uma mulher chegou e me perguntou, onde fica a rua dos Andradas.
Eu respondi:
– A senhora segue em frente, entra na primeira à direita, e a primeira à esquerda é a Rua dos Andradas. Aí ela falou:
– Mas, ali me disseram que era pra lá!
Aí eu respondi:
– Ótimo, então a senhora vá pra onde eles disseram, e pronto.
O segundo caso foi em São Paulo. Eu estava na Praça do Patriarca. Uma senhora aproximou-se e perguntou onde ficada a Rua Barão de Itapetininga:
– É só a senhora ir em frente. Depois do viaduto começa a Barão de Itapetininga.
A mulher girou a cabeça e façou:
– Mas me disseram que é pra lá?
– Então, a senhora pode ir pra lá.
Ela saiu na direção indicada pelo outro. Mas logo gritei:
– Senhora! É pra cá. Alguém lhe indicou errado!
Ela voltou e seguiu pelo Viaduto do Chá, e no rumo certo.
O terceiro caso foi bem mais simples, mas, mais construtivo. Foi em São Paulo. Eu estava na calçada da Caixa Econômica, na Praça da Sé. Um cidadão aproximou-se e perguntou:
– Onde fica a Rua 4 de Setembro?
Respondi sorridente:
– É só você atravessar a Praça, e entrar na 4 de setembro.
O cidadão riu, e falou alegre:
– E, olha que eu sou paulistano…
Rimos com alegria e ele atravessou a praça e entrou na rua.
Perguntas e respostas dependem de quem as faz, quem as dá e quem as recebe. Vamos ser mais e estar mais atentos para não cairmos no pantanal do desentendimento. O taxista me disse onde ficava a rua, sem nem mesmo imaginar que eu iria lhe perguntar. Não sei onde aquela senhora teria ido se eu não a chamasse de volta, depois do desentendimento dela. Aquele cidadão se divertiu, sendo um paulistano e não sabendo que estava em frente à rua que ele procurava, no centro de São Paulo. São coisas que fazem parte do nosso desenvolvimento, desde que prestemos mais atenção a elas. Então vamos ser mais atentos para vivermos a vida como ela deve ser vivida. Pense nisso.
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