Bom dia,

Hoje é terça-feira (28.07). O Brasil está literalmente em recessão. As mais novas previsões sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) -o somatório de todas as riquezas produzidas no país-, para este ano de 2020 é de uma queda em torno de 6%, a maior nos últimos 130 anos. Esta queda é puxada pela demanda interna das famílias brasileiras -procura por bens e serviços de consumo final-, abatidas pela crise ,trazida pela pandemia da Covid-19. Essa queda das atividades produtivas no país só não foi maior, sem nenhuma dúvida, por conta da ajuda emergencial concedida pelo governo federal para pessoas que tiveram suas rendas zeradas após a campanha de isolamento social preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e seguida por todos os estados e municípios brasileiros.

Numa época de recessão, os preços dos produtos (bens e serviços) têm uma tendência de caírem por conta da falta de consumidores no balcão dos estabelecimentos. É o que os economistas chamam de deflação. Isto acontece numa economia concorrencial -isto é, numa economia capitalista onde as empresas que ofertam os bens e serviços são muitas, e concorrem umas com as outras pelo número menor de consumidores-, mas não segue o mesmo rumo quando algumas empresas conseguem influenciar o preço de mercado.

É o caso do Brasil, dominado por grupos econômicos muito fortes que impõem aumento de preços, mesmo quando as famílias estão com pouca grana para gastar. Aqui, o preço dos combustíveis e do gás -dominado pela estatal Petrobrás-, e da energia elétrica -estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cujo reajuste será imenso apesar da crise. O mesmo aumento de preço de vários produtos está sendo observado quando quem os produz consegue aumentar seus ganhos, mesmo na crise por mais profunda que ela seja.

CARNE

O caso do preço da carne em Roraima é exemplar neste sentido. Desde o começo da pandemia da Covid-19, o produto já foi reajustado em cerca de 20% para o espanto de todos. E a justificativa dos produtores, organizados em estrutura de oligopólio, para o aumento da carne é surreal: a carne de Roraima tem de ser vendida mais cara ao consumidor local porque as exportações nacionais do produto aumentaram muito, ajudadas também pelo aumento continuado do dólar. Detalhe: ao que se saiba, o estado não exporta qualquer grama de carne bovina para o exterior, mais ainda, dado que o preço aqui é um dos maiores do país a carne roraimense não consegue sequer penetrar no mercado de Manaus. Logo…

INDEFINIDA

E a situação política na República Cooperativista da Guiana continua indefinida. Após a recontagem de votos em algumas regiões eleitorais foi confirmada a eleição do candidato de oposição ao atual presidente, que resiste em reconhecer a derrota e se recusa a entregar o cargo. Nem mesmo da interferência do conselho do Caricom -Comunidade de Países do Caribe-, tem sido capaz de convencer o atual presidente David Granger a passar a presidência para Mohamed Irfaan Ali, o vencedor da eleição. Na Guiana, o partido que mais eleger deputados na Assembleia Nacional elege o presidente.

AINDA NÃO

E a novela da regularização fundiária em Roraima continua sem um final. Depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou os artigos da lei que liberava para registro os títulos emitidos pelo Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) na Faixa de Fronteira, sem a Anuência Prévia, do Conselho de Defesa Nacional (CDN) tudo voltou quase a estaca zero. O Iteraima ainda aguarda o envio pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) ao CDN dos processos referentes as glebas localizadas nessa faixa de fronteira para a emissão das competentes autorizações. Para tanto, a secretaria do Patrimônio da União (SPU) ainda tem que fazer os destaques das terras que lhes interessam manter em poder da União Federal. Os burocratas não abrem mão com facilidade do poder.

RÁPIDAS

No começo da pandemia da Covid-19, um saco de 50 kg de farinha de carne e osso -componente essencial para fazer ração animal-, custava 33 reais (66 centavos de reais por quilo). Atualmente, o peso do saco foi reduzido para 40 kg e custa 80 reais (dois reais por quilo). É mole? ### Depois daquele banzeiro inicial provocado pelo vazamento de um áudio gravado pelo deputado estadual Renato Silva (Solidariedade), fazendo graves acusações contra o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), o deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade), parece que as coisas estão bem serenas entre os parlamentares. A turma do-deixa-disso conseguiu acalmar os ânimos. ### Por falar na ALE, o presidente Jalser Renier ainda não indicou o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias do estado para 2021, que vai ter de negociar os demais poderes e órgãos a manutenção dos tetos orçamentárias pelo terceiro ano consecutivo. ### E Roraima, hein? Voltou ao pódio, vergonhoso, de estado onde a morte pela Covid-19 mais cresce no Brasil. ### Até amanhã.