Bom dia,

Hoje é segunda-feira (20.07). Pelo vice-presidente da República e coordenador das ações do governo federal para a Amazônia, o general Hamilton Mourão (PRTB), os brasileiros ficaram sabendo que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) explicitou as primeiras linhas gerais de sua política ambiental e econômica para nossa região. Segundo Mourão, a região amazônica por ser dividida em duas partes: uma humanizada e a outra que deverá concentrar as principais políticas de preservação ambiental e indígena do governo brasileiro de Jair Bolsonaro. Na primeira parte da Amazônia estão contidos os estados do Pará, Rondônia, parte territorial do Mato Grosso, do Maranhão e do Tocantins. Na outra porção amazônica, aquela que será destinada às políticas de preservação estaria o restante dos estados incluindo o Amazonas, Acre, Amapá e Roraima.

É claro, essa primeira definição, com alguma clareza, sobre o que o atual governo pensa fazer com relação a Amazônia é fruto das pressões, cada dia maiores, de grupos empresariais e ambientais -nacionais e internacionais-, que cobram do governo de Jair Bolsonaro uma política ambiental e indigenista bem diferente daquela prometida em campanha, e reafirmada depois da posse, que vem sendo praticada no atual governo com afrouxamento nas regras de repressão ao desmatamento ilegal e garimpagem em terras indígenas. Não resta qualquer dúvida, que no atual governo está se fazendo vistas grossas a tais práticas criminosas que resulta, entre outras coisas, em aumento recordes dos índices de desmatamento da região.

Todos sabem da enorme distância entre o discurso e a prática no mundo político. O anúncio dessas diretrizes tem a evidente intenção de acalmar as pressões internas e externas sobre o governo brasileiro. Dentre outras medidas, o governo Bolsonaro prorrogou para até o final de seu mandato o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) -utilização das forças armadas para combater ilícitos na região-, e a suspensão das autorizações para desmatamento por 120 dias. Ora, no primeiro caso, milhares de garimpeiros invadiram terras dos yanomami com vigência da GLO e de lá não foram retirados. No caso da suspensão das autorizações para desmatamento fica quase sem consequência a medida, afinal, se o governo não tem mostrado eficácia em combater os incêndios ilegais, faria diferença impedir o legal?

De qualquer modo, parece restar claro que o governo atual ainda não percebeu o tamanho das forças internas e externas que terá de enfrentar para modificar a política ambiental e indígena que vem sendo praticada pelo aparelhado Estado brasileiros nas últimas décadas. É uma gente empoderada pelo dinheiro que vem do exterior -o Fundo Amazônia abastecido pela Alemanha e Noruega parece ter se transformado na panaceia para a preservação da região-, e une os interesses do grande capital internacional com a esquerda que desde a queda do Muro de Berlin nos anos 80 do Século passado abraçou as causas ambientais e indígenas como tábua de salvação; sem perceber que faz o jogo exatamente daquilo que diz combater.

O certo, é que não será apenas com mudança de discurso que o governo Bolsonaro vai acalmar os interesses internacionais sobre a Amazônia.

RORAIMA

Especialista em desenvolvimento regional ouvido pela Parabólica disse que se o governo Bolsonaro seguir mesmo as diretrizes explicitadas pela vice-presidente da República, Hamilton Mourão, Roraima poderá ter sérios prejuízos. Ele afastou o estado como prioridade para incentivar a produção de grãos e desenvolvimento da pecuária na Amazônia, que do ponto de vista espacial ficaria restrita ao que ele chamou de Amazônia humanizada. Se o discurso virar mesmo política do governo federal, não será surpresa se vários dos problemas, ainda pendentes de solução, que entravam o desenvolvimento de Roraima continuarem a ser postergados. Entre estes, sem dúvida, o tão sonhado, e quase já esquecido, início da construção do Linhão de Tucuruí. É preciso que a bancada federal e o governo estadual tenham consciência de que a liberação de emendas não pode encerrar os maiores pleitos do estado.

MESMO BARCO

A Rádio Folha FM 100.3 encerrou ontem, domingo, um ciclo de entrevistas com os principais pré-candidatos Á Prefeitura Municipal de Boa Vista. Só não foi entrevistado quem não aceitou o convite ou teve algum contratempo que impediu a entrevista, todas feitas por telefone. Todos os entrevistados foram instados a falar sobre os blocos políticos com os quais tinham afinidade quer do ponto de vista ideológico, doutrinários ou de eventual aliança estratégica. A exceção dos dois candidatos de esquerda -Fábio Almeida (PSOL) e Linoberg Almeida (Rede); do direitista Antônio Nicoletti (PSL)-, todos disseram ter afinidade com o governador Antonio Denarium (sem partido). 

CENÁRIO

Quase todos os entrevistados evitaram fazer críticas mais contundentes contra a atual administração municipal da prefeita Teresa Surita (MDB), que ainda não revelou o nome de quem receberá seu apoio para disputar sua sucessão. Se forem confirmadas as expectativas de bastidores dando conta da indicação do vice-prefeito Arthur Machado Filho (MDB) como candidato da atual prefeita, as eleição para a PMBV terá como cenário três grupos distintos de candidatos: um candidato da prefeita Teresa Surita; três independentes e o restante do arco de aliança do governador Antonio Denarium.