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Hoje é quarta-feira (02.02). Roraima tem o menor colégio eleitoral do país. Com cerca de 350 mil eleitores cadastrados no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) os votos do estado têm muito pouca probabilidade de influenciar o resultado, por exemplo, para a Presidência da República. A não ser por conta da eleição para o Senado Federal, afinal, os nossos poucos votos são suficientes para eleger um senador, que teria teoricamente, o mesmo peso de outro eleito com milhões de paulistas. Assim, a eleição para o Senado Federal é a única que pode chamar a atenção dos partidos nacionais que desejam obviamente abocanhar, tantas quanto possíveis, das 27 vagas em disputa para a Câmara Alta do país.

Essa menor importância eleitoral de Roraima no contexto nacional poderia indicar que os políticos locais, especialmente os dirigentes partidários estaduais, teriam autonomia para fazer os arranjos políticos/partidários que mais lhes fosse convenientes. Mas, reflexo da fragilidade doutrinário-ideológica dos partidos brasileiros não é o que acontece, Agora, por exemplo, o cenário que servirá de base para a disputa do governo do estado na eleição de outubro próximo está à espera de decisões de Brasília para ser confirmado. E todos esperam que no final desta semana o horizonte esteja mais claro.

SENADO FEDERAL

Dos bastidores políticos de Brasília vem a informação de que, além de sua reeleição, o presidente da República deseja eleger uma bancada forte no Senado Federal para garantir, entre outras coisas, melhor condição política/congressual para manter o embate com o Supremo Tribunal Federal (STF) caso seja reeleito. Bolsonaro quer também que essa base no Senado Federal facilite seu trabalho quando da indicação de dois novos ministros no STF em 2023 para evitar o que aconteceu com sua última indicação, o ministro André Mendonça, que teve de aguardar mais de um semestre para ser, finalmente, sabatinado pelos senadores.

ACONSELHADO 1

Esse interesse de Bolsonaro na formação de uma bancada forte no Senado Federal seria o único fator que poderia lhe motivar interesse nas eleições em Roraima. Seu entorno político sabe que ele goza de amplo apoio popular no estado e que haveria real possibilidade de influenciar dele ajudar a eleição de um aliado fiel para o Senado Federal. Embora não falte a lógica na argumentação de seus mais próximos assessores políticos, o presidente também é aconselhado a não interferir nas eleições estaduais, para guardar energias para fazer arranjos em outros estados com maior densidade eleitoral, inclusive, com grande complexidade.

ACONSELHDO 2

Um dos correligionários que tem aconselhado o presidente a não quebrar lanças para interferir na eleição de Roraima é o presidente nacional do PL, partido de Bolsonaro, Waldemar Costa Neto. Na última segunda-feira (31.01), em conversa com um importante político roraimense, Costa Neto diz dispor de pesquisa que apontam para uma grande popularidade de Bolsonaro no estado. Disse também, que os pré-candidatos ao Senado Federal com mais possibilidade de ser eleitos são políticos que provavelmente estariam na base de apoio de um possível novo governo do presidente.

DÍVIDA

No Brasil é assim. O governo de Roraima, ainda na transição de Território para estado, deixou de pagar algumas faturas relativas à construção do Hospital-Geral de Roraima (HGR). Com correção monetária essa dívida chega atualmente a R$ 120 milhões, que vem sendo cobrada pela empresa até hoje. No Supremo Tribunal Federal, aonde a questão vem sendo julgada, a Procuradoria Geral do Estado de Roraima (PGR-RR) tem como principal argumento de defesa a tese de que essa dívida milionária não é do governo estadual, mas da União Federal, uma vez que os contratos foram assinados antes da implantação do estado no dia 1º de janeiro de 1991.

RÁPIDA ### Embora a posse oficial do deputado Hiram Gonçalves (PP) como presidente do Parlamento Latino-americano (Parlatino) esteja marcada para o final de fevereiro na cidade de Panamá, na prática, ele já recebeu, ontem, o cargo que antes era ocupado pelo ex-senador mineiro Antônio Anastasia, que vai para o TCU. ### Poucos têm dúvida de que haverá uma guerra judicial, com ações de lado a lado, durante todo o processo eleitoral e pós-eleitoral em Roraima. E ela já começou. ### Até amanhã.