JESSÉ SOUZA

Porto de São Pedro está sendo ‘engolido’ pelo descaso das autoridades com a História e o Turismo

Porto do Cimento não tem espaço para manobras e estacionamento de veículos nos fins de semana
Porto do Cimento não tem espaço para manobras e estacionamento de veículos nos fins de semana
Porto de São Pedro, no bairro do mesmo nome, não tem espaço para manobras e estacionamento de veículos nos fins de semana

Ao longo dos anos, Boa Vista tem se tornado uma das poucas cidades ribeirinhas que está dando as costas para o seu principal rio, construindo edificações que não privilegiam a visão da beleza das águas do Rio Branco, e abandonando os portos fluviais públicos, os quais têm sua importância. A questão dos portos precisa de uma atenção urgente das autoridades.

Os vereadores, que passaram toda a atual legislatura se escondendo de suas obrigações, deveriam se atentar para o que está ocorrendo com o Porto de São Pedro, no início da Avenida Santos Dumont, um dos mais antigos da Capital e que historicamente não apenas ajudou no desenvolvimento de Roraima, como também contribuiu para momentos importantes da sociedade local, a exemplo da Procissão Fluvial de São Pedro.

Espremido entre propriedades particulares da atualidade, o Porto de São Pedro ficou pequeno para atender ao grande fluxo de embarcações, especialmente nos fins de semana, quando pescadores e barqueiros que fazem a travessia do rio disputam espaço com embarcações particulares, além de jet skis que se amontoam por ali.

Como não há espaço para que veículos com os reboques estacionem em um local adequado, aos sábados e domingos o tráfego vira um tumultuo difícil de ser organizado, provocando transtornos não só aos donos de embarcações, como também aos frequentadores do local que vão em busca de lazer e ficam sem local para estacionar seus veículos.    

Embora haja sinalização com placas no local, a organização do fluxo fica difícil por falta de local para estacionar. Aí é que deveria entrar o papel de um vereador, pois exatamente no local do porto há um loteamento particular que poderia muito bem ser desapropriado para que se amplie o espaço público do porto e que poderá garantir manobras e estacionamento para os veículos dos frequentadores do local.

Ali também tem uma área ao lado do terreno da Caer (Companhia de Água e Esgoto de Roraima) que poderia ser transformado em estacionamento para veículos com reboque das embarcações. E tudo isso passa despercebido aos olhos das autoridades, que não dão importância ao Porto de São Pedro, onde inclusive sequer existe uma placa identificando o nome daquele ponto histórico e turístico de Boa Vista.

O grande movimento naquele porto é porque ele se tornou o único que é público e com acesso fácil para o reboque de embarcações. O mais próximo dali é o Porto do Bessa, mas que não é acessível para veículos. Os demais locais foram apropriados por particulares ou foram transformados em portos particulares, onde as pessoas com menos poder aquisitivo não têm condições de pagar o valor das taxas cobradas, como barqueiros e pescadores.

Ainda há tempo de resgatar a importância histórica e turística do Porto de São Pedro, com decisões firmes e com a urgência que o caso exige. Se nada for feito, será mais um porto sendo engolido pelo descaso das autoridades e submetido ao desprezo por aqueles que não respeitam a história de nosso Estado.

*Colunista

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