No início dos anos, na década dos sessentas, o Brasil iniciava o uso das Relações Humanas no Trabalho e na Família. Eu trabalhava na Coldex, uma grande indústria norte-americana, em São Paulo. Eu chefiava o Controle de Qualidade na Coldex. Tive a honra e a felicidade de participar intensamente do movimento, com uma atividade importantíssima do SESI. Foram momentos importantíssimos para mim. E a tarefa mais complicada era implantar as Relações Humanas entre os operários. É uma história bonita e edificante. E o episódio mais hilário acho que aconteceu comigo. Foi quando me comprometi, com o SESI, para incentivar os operários da Coldex para fazermos os treinamentos sobre as relações humanas. Os operários estavam relutando, e percebi que eles já estavam me olhando com carinhas de duvidosos. Conversei com o Gerente Industrial da Coldex. Ele descobriu que os operários estavam confundindo relações humanas com relações sexuais. E isso não é mentira nem piada. Vivi todo aquele momento.
Mas já vivemos todas essas décadas de lá para cá e não vamos mais perder tempo com um problema que não é problema. Ainda estamos encontrando muita dificuldade em desenvolver os conhecimentos das Relações Humanas no Trabalho e na Família. E talvez pela simplicidade da coisa. A simplicidade está no fato de o sucesso nas relações irem depender do nosso conhecimento e relações com as outras pessoas. Precisamos conhecer as outras pessoas para podermos entendê-las. E não há um bom relacionamento sem o conhecimento. E para entender as pessoas temos que nos entender, a nós mesmos. Porque só assim poderemos conviver com elas, em harmonia.
E precisamos entender as pessoas para poder reconhecê-las como elas são, e não como entendemos que elas são ou queremos que elas sejam. Esta é a marca das relações humanas. O que significa respeito pelo outro. Precisamos entender que as pessoas estão mais interessadas nelas mesmas do que em você. Assim como você está mais interessado em você mesmo, ou mesma, do que nelas. É uma característica do ser humano, todos nós agimos de acordo com os nossos impulsos. E só quando fazemos o bem nos sentimos felizes. E quando somos felizes transmitimos a felicidade para as outras pessoas. E tanto nos sentimos felizes com o que damos de bom quanto com o que recebemos. Então vamos dar o melhor de nós para podermos receber como recompensa o melhor. Já sabemos que uma das características do ser humano é o egoísmo. Isso é natural. Pense nisso.
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