Jessé Souza

Quase uma decada 4907

Quase uma década

Estamos passando por um momento de incertezas, mas nada que possa ser considerado como desesperador. O Estado de Roraima completa 29 anos de criação, neste 05 de outubro, com uma grande onda migratória vinda principalmente na Venezuela, nosso pais vizinho rico em petróleo que caiu em desgraça com o seu povo.

Porém, somos um Estado grande em extensão geográfica, mas com a menor população do país, ainda que somados os imigrantes que chegam diariamente por aqui. Os problemas podem ser solucionados se houver determinação por parte da sociedade e principalmente dos políticos, que até aqui se mostraram incapazes de abraçar a verdadeira causa de desenvolver Roraima.

Com relação à imigração, que assusta o povo que ainda tem na cabeça cidades pequenas e pacatas, há de se destacar que o roraimense mostrou sua verdadeira alma de acolhedor e solidário, da qual sempre nos orgulhamos, muito embora tenham surgido vozes xenófobas ou de preconceito aos estrangeiros que chegam e, junto com eles, pessoas de má índole, como em qualquer parte do mundo.

Os imigrantes que estão chegando é o novo movimento que teremos de encarar com sabedoria na política e nas relações humanas, da mesma forma como recebemos uma leva de garimpeiros desesperados em busca do El Dourado e migrantes nordestinos trazidos pelo governo para ocupar os projetos de colônia agrícolas, nas décadas de 1980 e 1990.

Graças a esses dois movimentos muito parecidos com que estamos vendo hoje é que chegamos até aqui, formando nossa identidade, nosso caráter e moldando nossa cultura. Estamos nos tornando verdadeiramente latinos com a chegada de venezuelanos, que irão fazer parte agora de nossa identidade cultural, quer queiramos ou não.

Esse é o pensamento que temos de ter a partir de agora, nesses 29 anos de criação do Estado. Precisamos superar os desafios que vêm se arrastando há décadas e que não podem mais ser adiados, a exemplo das questões fundiárias, energética e prisional (cerne da criminalidade atual), além do fomento à agricultura, à indústria, aos pequenos empreendedores, ao turismo e outros setores responsáveis por alavancar a economia.

Na política, ainda iremos penar um pouco até que o povo entenda que é necessária uma mudança brusca, de baixo para cima e de cima para baixo. Mas esse é um capítulo que está sendo gestado aos poucos, cujos debates ruidosos um dia encontrarão um rumo, após a devastação feita pela Operação Lava Jato. Enquanto 2018 não chegar, quando o cidadão for às urnas, é necessário ter em mente que o Estado de Roraima é forte o suficiente para superar tudo isso.

*[email protected]: www.roraimadefato.com.br