Quem sabe mais gente se mobilize A vinda do apresentador Luciano Huck ao Estado serviu para mostrar com mais amplitude o trabalho voluntário em favor dos venezuelanos que fogem da fome e da miséria em seu país em busca de oportunidade no Brasil. Em Roraima, o programa encontrou gente e entidades que não ficaram no discurso e arregaçaram as mangas para ajudar os estrangeiros que vivem em situação de penúria nas ruas de Boa Vista.
Obviamente que o problema é bem mais amplo e não era objetivo do quadro criado pelo programa, “Um por Todos, Todos por Um”, expor a extensão dos desafios que Roraima enfrenta, e sim mostrar ações de gente que precisa de apoio da sociedade e dos governantes, e não de críticas ou análise social e política. E a estreia do quadro linkou o trabalho social da Bahia às ações de quem está à frente do trabalho com os imigrantes em Roraima.
Atualmente, esses voluntários contam com a ajuda do Exército, responsável pela aplicação dos recursos federais para amenizar os impactos desse deslocamento em massa dos venezuelanos. Porém, antes de o Governo Federal agir, com muito tempo de atraso e depois de seguidas pressões, essas pessoas não ficaram discutindo sentadas com seus traseiros atrás de uma tela de computador ou de um celular. Elas foram para a ação, sem ajuda e muitas vezes sem apoio até da opinião pública.
Merecimento de Vanessa Epifânio, uma das entrevistadas por Luciano Huck, que não mediu esforços e foi se juntar a quem precisava, sem esperar a mobilização de governos ou de políticos. Estava lá, no entorno da Rodoviária Internacional de Boa Vista, que chegou a se transformar em uma favela, e continua se doando em favor de um mundo melhor, para um Estado de Roraima que precisa de toda mobilização possível.
São essas pessoas que fazem a diferença, e não aquelas que ficam nas redes sociais pregando o ódio, criticando quem está fazendo e tentando jogar a opinião pública contra ações em favor dos estrangeiros. Houve até entidade criticando o fato de o Exército estar coordenando essas ações, alegando a militarização de ações humanitárias, desmerecendo as Ações Cívico-Sociais que o Exército realiza nas regiões mais longínquas do país.
Já que Luciano Huck talvez nunca mais volte para ajudar ou mostrar essa realidade que nos cerca, então quem sabe mais gente sinta-se sensibilizada com o que foi apresentado no programa, neste sábado à tarde, e também faça algo pelo Estado e pelas pessoas, nem que seja deixar de criticar negativamente, desconhecendo ou desmerecendo quem dedica parte de sua vida, sem nada em troca, a quem precisa de ajuda.
*Colaborador [email protected] Acesse: www.roraimadefato.com/main