JESSÉ SOUZA

Rachaduras de uma saúde pública que pedem atenção imediata das autoridades

Fotos enviadas por uma moradora mostram detalhes das rachaduras no prédio da UBS da Vila Tepequém, no Município do Amajari

Embora os servidores evitem falar sobre o assunto, o prédio da Unidade Básica de Saúde Jacir Vicente Iop, na Vila Tepequém, no Município do Amajari, está em condições críticas, apresentando rachaduras em sua estrutura e com o piso afundando. O temor de quem utiliza a única unidade de saúde da localidade é que a estrutura possa desabar em cima das pessoas se nada for feito.

As rachaduras começaram na sala onde funcionava o alojamento dos enfermeiros, que foi desativado e trocado de lugar. No entanto, enormes fendas começaram a aparecer por todo o prédio, deixando servidores e usuários preocupados. A situação é tão séria que há uma grande fresta que permite enxergar do outro lado da parede.

O problema já é de conhecimento das autoridades municipais. Inclusive, oito vereadores do Amajari aprovaram uma emenda impositiva, no valor de R$150 mil, no fim do ano passado, para que fosse feita uma reforma emergencial no prédio da UBS, mas nada foi realizado e as rachaduras só aumentam principalmente onde há o afundamento do piso. O recurso foi incluído na Lei Orçamentária Anual (LOA).

O caso requer uma intervenção rápida das autoridades, porém não há qualquer informação sobre uma possível solução para o problema, pois a UBS é importante não apenas para os moradores da localidade, que vivem em uma região isolada, mas também pelo grande movimento de turistas especialmente nos fins de semana.

Pelo histórico de como a saúde pública é tratada no município, fica difícil acreditar em uma solução imediata. Para se ter uma ideia, a Prefeitura abandonou a obra de construção da UBS da Vila Bom Jesus, cujo prédio está praticamente concluído, mas foi largado ao descaso e está se deteriorando pela ação do tempo.

O fato foi comentado por esta coluna no dia 10 de julho passado, no artigo intitulado “Prédio da UBS de Bom Jesus se tornou um monumento do descaso com o bem público”, chamando a atenção para a omissão dos órgãos de controle sob o silêncio dos políticos que estão no comando da gestão municipal.

Esse é o cenário de como a saúde pública é tratada no interior de Roraima, onde os coronéis da política mantêm seus votos no cabresto, mas não cumprem com suas obrigações constitucionais, em que uma delas diz que a saúde pública é direito de todos e uma obrigação dos governantes. E ano que vem já teremos eleições municipais, quando a amnésia coletiva acomete o eleitor e quando os políticos começam a colocar os pés nas vicinais.

*Colunista

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